*Publicado nesta data em coletiva.net
Uma boa noticia nestes
tempos pandêmicos é que em 2021 as vendas de livros cresceram quase 30%, em
volume e faturamento, frente ao ano anterior. Foram comercializados 55 milhões
de livros, que geraram uma receita de R$ 2,28 bilhões. O levantamento da Nielsen BookScan não revela as causas desse
incremento, mas arrisco dizer que os números favoráveis de agora são legado do
período de maior confinamento, quando
havia disponibilidade de tempo e a leitura era um refúgio para enfrentar o
“fique em casa”. Daí que o hábito da leitura se impôs e resultou em procura de
mais e mais títulos no ano seguinte ao do começo da crise sanitária.
A Feira do Livro de
Porto Alegre foi outra amostra do crescimento pela procura de livros em 2021,
registrando um aumento de 15% no ano passado em relação a ultima edição
presencial do evento em 2019. E isso ocorreu apesar do encolhimento físico da
Feira, com redução de 88 para 56 no numero de expositores.
No levantamento
nacional chama a atenção que os livros de autoajuda e religiosos, junto com os
de ficção, cresceram acima da média em relação aos demais segmentos. Plenamente
justificável essa busca de conforto espiritual diante da ameaça global da
Covid-19.
Podem ser explicações simplórias,
sem qualquer comprovação, mas é o que me ocorre na falta de estudos mais
aprofundados. Na verdade, o que importa
é que a leitura enfrentou a concorrência da TV, dos streamings, dos games e,
sobretudo, das redes sociais, garantiu seu espaço na atenção dos brasileiros e,
ainda, ampliou esse interesse pelo que mostram os números. Vale destacar que
nossa atenção é um ativo poderoso nestes tempos de dispersão e excesso de
ofertas.
Quem, como eu, tem pretensões
no mercado livreiro, mesmo que modestas, deve saudar com entusiasmo a tendência de ler
mais, rogando com fervor para que se mantenha e fazer jus ao que apregoava o poeta Castro
Alves, “Bendito o que semeia livros/livros à mancheia/ e manda o povo pensar!”
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