sábado, 15 de setembro de 2018

Sim, eu sou gremista

* Reeditado do original publicado em agosto de 2012.

Ainda hoje encontro gente que se surpreende quando revelo minha predileção pelo Grêmio.  Até já ouvi  uns “jurava que tu eras colorado”. Será que consegui enganar tão bem nos tempos em que militei na chamada crônica esportiva, algo como 30 anos de atividades em rádio, TV e jornal? É bem verdade que eu não tinha a visibilidade – e nem a cobrança permanente – do pessoal de microfone e de vídeo, mas era prudente afetar uma neutralidade para o público externo porque o interno sabe quem torce para quem.  

Sim, sou gremista, o único numa família de oito irmãos.  Por sorte, minha infância e adolescência se deram em tempos de Grêmio vitorioso nas décadas de 50 a 60 do século passado e, assim ,não fui muito vilipendiado pelos outros irmãos.

Hoje posso afirmar, cheio de orgulho, que em nenhum momento em minha carreira jornalística a predileção clubística teve influência para beneficiar ou prejudicar esse ou aquele clube. Talvez até fosse mais severo e exigente com o time do coração. Ou seja, não era neutro, mas buscava obsessivamente a isenção.  Não posso dizer o mesmo de alguns companheiros com os quais convivi, embora a maioria estivesse mais comprometida com o seu trabalho e com o veiculo em que atuava do que pender para esse ou aquele lado. E vamos combinar que isso não era,  e continua não sendo, tarefa fácil num ambiente grenalizado como o nosso e, por isso mesmo, marcado pelo emocional.

Agora, me permitam nesses tempos de supremacia das redes sociais e quando já estou bem longe das redações, extravasar o meu gremismo, o que procuro fazer de forma bem humorada e, às vezes, provocativa, mas sem baixarias e sem radicalismos. E aceito numa boa as flautas, sem as quais, o futebol não teria a menor graça. Mas não perco o sono nem o humor com as eventuais fases ruins do tricolor, que, aliás, já não tem sido tão frequentes.   Por isso, podem flautear a vontade, mas aceitem as cutucadas em contrário.  Fora desse contexto, vira doença, requer tratamento e, mesmo o futebol, com toda a sua força e encantamento, não vale o prejuízo. Um abraço imortal a todos, neste 15 de setembro, 115 anos de Grêmio.

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