quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Um monte de histórias bobas e outras histórias

"O livro do vô é um monte de histórias bobas que os amigos contaram pra ele..." foi a manifestação da neta, super sincera e que deu o que falar na postagem no Facebook. Por um lado, alguns detratores aproveitaram a deixa para fazer provocações rasteiras, disfarçadas de elogios à pequena traíra. De outro, apareceram aqueles menos cínicos e mais contundentes que, sim, acharam o livro uma boa porcaria. A estes e aos outros contraponho com pelo menos duas opiniões favoráveis na postagem, gente do calibre da eterna musa intelectual Tânia Carvalho (“Eu ADOREI o livro do "vÔ", que tal?!) e do jornalista e escritor Leo Gerchmann, autor da tríade que resgata momentos épicos do Imortal Tricolor. O livro em questão, o do vô, é o Crônicas da Mesa ao Lado.

No primeiro momento pensei em deserdar a neta, a quem dediquei quando nasceu, há exatos sete anos, um dos textos mais emotivos que já cometi ( http://viadutras.blogspot.com.br/2010/01/bem-vinda-maria-clara.html )- era a primeira da terceira geração dos Brandão Dutra. Não lhe concederia  um lote da minha apreciada coleção de canecas, mas já perdoei a pequena ingrata, até porque acredito que ela foi induzida por pessoa adulta, do círculo familiar.  Vou acabar descobrindo quem é.

Enquanto isso, fico com a posição do generoso Gerchmann que afirma que receber contribuições é ótimo. Sem elas os escritores estariam perdidos, especialmente os iniciantes como eu, mas vale  também para quem já  está na lida há  mais tempo. Que o digam meus amigos Gustavo Machado, festejado autor  de  Sob o Céu de Agosto e Marcha de Inverno, Lucas Barroso que depois do romance Virose lança agora o livro de contos  Um Silencio Avassalador ou o Auber Lopes de Almeida, poeta e cronista com três obras já publicadas – Estética  da Tristeza, Nós e Memórias de Uma Vida Hilária.

Até parece que desviei do tema central deste texto para promover a produção literária dos amigos jornalistas e  é verdade. Por  isso,  preciso destacar também a grata surpresa que foi o livro Sala  de Embarque, de um amigo da juventude, o Leo Ustarroz,  o divertido Pândegas & Galhofas  do não menos espirituoso Paulo Motta, o Afonso Licks com seu resgate histórico Octavio, O Civil dos  18 do Forte de Copacabana. Isso sem falar no que vem por aí, o DezMiolados  em suas versões masculina e feminina. 

Volto a afirmativa da neta e assalta-me  a dúvida, que é a dúvida  de  todos os  que se arriscam a cometer literatura: e se ela tiver razão e tudo não passar de um monte de bobagens? Preciso abrir uma cerveja e refletir a respeito.

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