Já um outro companheiro de minhas lidas radiofônicas
tinha desejos e planos semelhantes, mas apelaria para a escatologia: iria
defecar na porta do gabinete do autoritário diretor da emissora, com um bilhete
assumindo a autoria. E dava risadas
quando revelava seu plano, o safado.
Esse negócio de defecar como forma de desagravo não chegava a ser
novidade na época, lá pela década de 70 do século passado, já que o talentoso ponteiro Éder ficou de fora
de um Gre-Nal por ter feito sujeira no
sapato de Telê Santana, o competente mas exigente técnico que voltou a fazer do
Grêmio um time vitorioso.
Pois eu, na minha infinita generosidade, usaria a
grana ganha pelo efeito da sorte para brindar amigos e desafetos. Uma ação que batizaria como ViaDutra da
Bondade! Os amigos receberiam mais e seria uma prova de afeto e reconhecimento. Os
outros menos e como tapa de luva diante de alguma insolência, quem sabe uma
arrogância em tempo passado. Não
gastaria meu rico dinheirinho com vinditas estéreis. Porém, como nunca fui bafejado pela sorte – e
olha que faço uma fezinha com regularidade – acredito que não é pelo ganho na
jogatina que poderei mostrar o quanto bondoso sou. Porém,
não custa sonhar.domingo, 16 de março de 2014
ViaDutra da bondade
Um irmão mais velho, quando jovem, ansiava ganhar
uma bolada na loteria – na época só existiam a Federal e a Estadual – para
poder realizar um desejo: desfeitear
todos os seus desafetos. Seriam eles a
mãe de uma moça que pretendia namorar e mandava contra a relação, o dono do
boteco que lhe negava crédito, o velho ranzinza de um sobrado na
avenida, o pai chatésimo de um amigo,
enfim, pessoas que mereceriam uns desaforos do jovem que havia enricado e se
sentia dono do mundo.
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Tá parado esse blog aqui, hein...?
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