quarta-feira, 17 de abril de 2013

Amanhecer violento, o filme

O cinemão americano às vezes consegue se superar  no seu ardor patriótico.  Não bastassem as produções de guerra  oscarizadas do últimos anos agora tem surgido filminhos classe B de exaltação ao heroísmo do cidadão americano comum. Exemplo é  Amanhecer Violento a que assisti no domingo na falta de outra opção. Até parece voltamos ao tempo da guerra fria em que os inimigos externos são ameaça permanente à paz interna da grande nação do norte.

O argumento beira o ridículo: numa manhã tranquila um grupo de para-quedistas aterrissa numa pacata cidade dos EUA.  Era o início de uma invasão da Coreia do Norte ao território americano, o que gera pânico nos habitantes da cidade. Decididos a defender o local, oito jovens se escondem nas montanhas e, adotando o nome de sua equipe de futebol, The Wolverine, planejam como revidar à invasão das forças militares inimigas. Simples assim. Claro que os Wolverines vencem usando táticas de guerrilha, que os americanos tem enfrentado em suas intervenções em outros países, olha a ironia. No meio das cenas ação, muitos diálogos exaltando os marines americanos que, ao fim e ao cabo, ajudam a resgatar a América para os americanos.
O interessante é que o filme é um remake, com o mesmo nome, produzido em 1984, no auge da guerra fria. No filme original eram as forças da União Soviética e de Cuba que invadiam os Estados Unidos. A refilmagem pelo menos tem um mérito: a atualidade, vide a crise provocada pelo movimentação militar da Coréia do Norte. 

Em 1987, com o mesmo mote inverossímil do primeiro filme, foi rodada a minissérie  Amerika  que conta a história dos EUA dominado pela União Soviética e é um dos raros casos de séries de qualidade e que mostra a história com outra versão como em A Nação do Medo. O elenco era até estrelado: Kris Kristofferson, Mariel Hemingway, Sam Neill, Cindy Pickett e Robert Ulrich, entre outros.  Desse jeito, teremos um filme sobre invasão estrangeira a cada conflito em que os americanos se envolveram:  vem aí as produções com os afegões,  os iraquianos...

Em Amanhecer Violento os russos estão presentes só como consultores dos coreanos do norte, o que revela que os americanos ainda não mantém suas desconfianças em relação ao  pessoal do leste europeu.  Outra manifestação contra inimigos dos americanos, no caso generalizando,  aparece quando os Wolverines  invadem uma loja da rede Subway e um deles começa a arrecadar lanches com todos os tipos de pão...”menos pão árabe”, faz questão de dizer.

Sutilezas assim fazem de Amanhecer Violento uma peça rara em sua ruindade. Nem a Glória Perez conseguiria  igualar.

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