segunda-feira, 29 de julho de 2024

A palavra do ano

*Publicado em coletiva.net em 22/07/2024 

Se tivéssemos no Brasil o hábito de escolher a palavra do  ano, por certo  haveria uma disputa forte em 2024 entre resiliência e narrativa? Resiliência leva uma pequena vantagem, especialmente aqui no Estado, por conta da tragédia climática, que banalizou o termo em entrevistas, reportagens e segue firme sendo citada nos comerciais em todas as mídias. 

O mais  interessante é que a palavra passou a ser sinônimo de resistência, embora, mesmo parecidas, signifiquem situações um tanto diferentes. Para dar contexto e exemplificar, uma pessoa resistente enfrenta bem as situações adversas, aguenta os desafios e a pressão. Já a pessoa resiliente também supera os problemas, mas sempre aprende algo a mais com as dificuldades enfrentadas e passa por elas com leveza e sabedoria. A resiliência, portanto, é uma resistência turbinada ou, ainda, a resistência em modo de boa.

Estudiosos da matéria identificam três tipos principais de resiliências: a emocional, que tem a ver com a saúde mental;  a acadêmica, que diz respeito às questões do aprendizado e a social, sobre a capacidade de manter relacionamentos positivos. Entretanto, outro dia ouvi um importante ministro da República garantir que as pilastras de uma nova ponte a ser construída no interior do RS seriam "muito mais resilientes". Desse modo tranquilizou os usuários da travessia e acabou criando a "resiliência estrutural". Por essa e por outras é que resiliência segue na frente para a seleção da palavra do ano. 

Narrativa, porém,  deve recuperar terreno logo que as campanhas eleitorais esquentarem. O termo vai aparecer com frequência nos debates em rádio e TV. Será mais citado que "estado democrático de direito" e "fascista".  Diferente da confusão que se faz com resiliência e resistência, narrativa veio a substituir um quase sinônimo, a versão. Além disso, narrativa ganhou uma certa conotação pejorativa.  Rimou e é verdade, pois é usada para desqualificar alguma denúncia ou versão que depõe contra alguém. A defesa do denunciado vai alegar que  a narrativa do denunciante não corresponde à verdade. É só narrativa, portanto, ou um roteiro marcado por interesses questionáveis.

Outro vocábulo que despontou bem, mas perdeu força com a volta à normalidade foi o gratidão, acompanhado na sua versão gráfica por aquele emoji das mãozinhas juntas.  

E assim narrativa e resiliência  seguem firmes na disputa, embora precisem  tomar cuidado com  outra palavra, de apenas três letras, que está conquistando todos os espaços esportivos e aparece com insistência nas mídias externas:  KTO! 

 

Sou um filafóbico

 * Publicado nesta data em coletiva.net

Parece implicância comigo. É só entrar numa fila e ela para de andar ou passa a se mover mais lentamente. Se trocar para a do lado vai acontecer a mesma coisa e aí a fila que abandonei ganha agilidade de corrida de 100 metros rasos.  No supermercado a demora é porque a mocinha da caixa  se atrapalha com o troco e chama o supervisor ou o preço do produto na gôndola não corresponde ao do sistema e aí o supervisor tem que intervir de novo ou, ainda, a senhorinha não consegue encontrar a carteira e o cartão na bolsa, enquanto troca amabilidades com os circunstantes. E a fila para.

 E isso acontece sempre quando está chegando a minha vez. Que sina, logo comigo que tenho sido tão gentil, deixando passar à frente quem tem poucas mercadorias, especialmente se forem moças de fino trato ou veteranos como eu.

No pedágio é a mesma coisa. De longe verifico qual a menor fila, mas é só adentrar nela que o andamento fica devagar, quase parando, enquanto ao lado as fileiras de carros parecem corridas de Fórmula 1.

O mais inacreditável são as filas que se formam para o pagamento de compras nas melhores casas do ramo. Deve haver algum propósito que não alcanço para as dificuldades impostas aos consumidores na hora de transferir dinheiro para o caixa do estabelecimento comercial.

Já dá pra notar que tenho ojeriza às filas, diferente de muitos cidadãos da mesma faixa etária que acordam cedo para desfrutarem de  mais tempo da companhia de seus iguais nas fileiras  e lá, num ritual que se repete diariamente,  socializarem suas vidas e seus problemas de saúde. Se forem senhoras de mais idade no recinto a conversa vai girar também sobre os netos – “umas gracinhas” – e maledicências sobre os genros ou noras que “não fazem as coisas como no nosso tempo”.  Por isso, o pessoal da chamada terceira idade odeia feriado porque não tem filas disponíveis.

Nas filas das sessões de autógrafos – e tenho frequentado muitas ultimamente – procuro chegar cedo para ser um dos primeiros a confraternizar, tirar retrato com o autor e já libero a posição para quem vem em  seguida. Se na minha frente a conversa entre autor e futuro leitor começa a se espichar. não hesito em recomendar “menos conversa e mais autógrafos”. Pode parecer grosseria da minha parte e me defendo afirmando que é uma forma de respeitar quem está na espera

Um avanço na minha terapia anti filas foi a criação do pix associado aos aplicativos bancários. Assim me livrei das esperas para ser atendido nos bancos, que agradecem a minha ausência e, se possível,  a  de todos os outros correntistas que ainda comparecem às  agências onerando as operações destes templos financeiros.

De fato, sou um impaciente e ansioso raiz, Até pesquisei para saber se havia alguma fobia já identificada nesse caso, mas o máximo que encontrei foi a filofobia, medo de se apaixonar. A palavra vem do grego “filos”, que significa amar ou ser amado, nada a ver com filas. A propósito, um dos sinônimos de fila é  “bicha”, que prefiro não usar para não ser acusado de homofobia. E já que não existe ou não foi definida essa fobia, tomo a liberdade de inventar a filafobia.  Não quero créditos pela invenção, apenas distância das fileiras humanas e motorizadas que se formam por qualquer motivo.

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Modernidades e perguntas que não querem calar

*Publicado nesta data em coletiva.net

Da série perguntas que não querem calar: o que é feito do Second Live, jogo criado em 2003 que chegou a bater 1 milhão de visitas por mês? Definida na época como uma “revolução online”, mas com problemas de monetização e segurança para os usuários, entre outros, praticamente sumiu. Pergunta que não quer calar 2: o Metaverso, uma espécie de sucedâneo do Second Life, estaria condenado a repetir esse fracasso? A expectativa é que a plataforma seja uma versão bem melhor, afinal a tecnologia avançou, só que já não se ouve mais falar sobre o Metaverso como a solução capitalista capaz de gerar emprego, renda e novos mercados.

Não sou um especialista em inovação tecnológica, porém, um observador atento do que se publica na mídia e se posta nas redes sociais sobre o assunto.  Agora, por exemplo, observo uma insistente campanha de descrédito sobre o futuro do carro elétrico, sobretudo em nosso país com sua carente infraestrutura.  Os problemas apontados vão do tempo necessário para a recarga do veículo e a consequente autonomia, passando pelo uso da bateria de lítio que dependeria de fontes poluentes para ser recarregada, mais o custo elevado de aquisição e manutenção. Ou seja, atualmente, o carro elétrico é despesa e não investimento.

Fico pensando, entretanto, se as críticas contundentes ao carro elétrico, uma realidade cada vez mais presente na Europa, não escondem interesses outros, como o das petroleiras ameaçadas de perder mercado. Mas é só uma suspeita.  Fica a pergunta que não quer calar 3: o carro elétrico vai pegar e  ser uma solução de mobilidade? 

São apenas três exemplos de modernidades que não deram certo ou são contestadas. Olha que nem enveredei para o maravilhoso mundo novo prometido pela Inteligência Artificial, a desafiar os futurólogos e preocupar os pobres mortais, que fazem também a pergunta que não quer calar: como tudo isso vai impactar nas suas vidas?

segunda-feira, 8 de julho de 2024

Quando eu era milionário

  * Publicado nesta data em coletiva.net

Na semana passada comemorou-se 30 anos da implantação do Plano Real. Comemorou-se é um termo justo pelo que representou para todos os brasileiros os efeitos do Plano, sendo o principal deles a contenção da disparada da inflação.  Só quem viveu o período de desvalorização, dia a dia,  da moeda e dos nossos ganhos para avaliar os benefícios do advento do Real. Tratei da questão num texto de 2009, que, por oportuno, continua valendo e reproduzo a seguir.

Jornalista tem mania de guardar papéis, recortes de jornal, contas pagas, documentos e similares, na esperança de que um dia vai organizar tudo e que aquele manancial terá alguma utilidade. Ledo engano. A papelada acumulada serve apenas para atrair poeira, mofo e traças.

A importância que determinado documento tinha há 15 ou 20 anos se diluiu no tempo e o artigo de jornal que causou tanta polêmica perdeu seu valor. Com os recursos digitais nem faz mais sentido manter um arquivo físico nos moldes antigos.

Pois, semana passada decidi enfrentar o desafio de vasculhar meus guardados para uma sessão de descarte e encontrei verdadeiras preciosidades. Descobri, por exemplo, que já fui milionário. A descoberta se deu quando encontrei a declaração de renda de 1985, atestando que eu recebi naquele ano a fortuna de 60 milhões, 286 mil cruzeiros, o que representava, em média, um salário de mais de 4 milhões e 600 mil por mês. Uma Mega Sena acumulada! Só o Imposto de Renda me mordeu em mais de 6 milhões e 700 mil retidos na fonte e ajudei a diminuir o déficit da Previdência contribuindo com 5 milhões e 400 mil.

E havia ainda a confusão com a troca de moedas. Em 1988, por exemplo, pagava 15 mil cruzados de mensalidade na creche de um dos filhos e, no ano seguinte, 29 mil cruzados novos para outro, numa escola particular. Uma verdadeira fortuna.

Devo ter empobrecido com o passar dos anos, pois em 1991 recebi míseros 5 milhões, 279 mil cruzeiros. No ano seguinte fui obrigado, inclusive, a vender um Passat, ano 78, por 2 milhões e 700 mil cruzeiros. Era dura a vida de milionário naqueles tempos de inflação galopante.

O poder aquisitivo ficava corroído da noite para o dia. A moeda ganhava novo nome a cada plano econômico, mas a desejada estabilidade durava pouco tempo ou era mantida artificialmente. Os preços eram remarcados todos os dias e o valor de hoje já não vigorava no dia seguinte. O overnight, uma aplicação bancária corrente na época, dava alguma proteção aos nossos ganhos e fez a fortuna de muitos espertalhões. Para se ter uma ideia de como funcionavam as contas públicas, o governo Collares (1990-94) se financiou graças à inflação alta: era só atrasar, sem correção monetária, o pagamento aos fornecedores por um mês ou pedalar o aumento do funcionalismo e o caixa estava garantido.

A empresa onde trabalhava na época decidiu, para preservar minimamente o poder aquisitivo dos funcionários, pagar os salários a cada 15 dias e depois semanalmente. Um expediente comum era o cheque pré-datado que permitia algum fôlego às finanças pessoais. Era comum também o pedido de antecipação de parte do 13º salário, porque o montante no final do ano, com a correção monetária, ficava recomposto e ainda garantia-se um plus nos ganhos.

E assim sobrevivíamos quase numa boa, acostumados à espiral inflacionária, consumindo um pouco aqui um pouco ali, administrando as contas, fazendo ginástica com os salários e até planos para o futuros, na certeza de que mais dia menos dia nossa moeda deixaria de nos envergonhar.

Então, em 1994 veio o Plano Real. E eu que estava cobrindo a Copa do Mundo nos Estados Unidos acabei não sofrendo o primeiro impacto do novo plano. As informações vindas do Brasil davam conta que, depois de sucessivos planos econômicos malsucedidos, havia uma justificada desconfiança da população.

De volta á terrinha, a primeira coisa que fiz ao chegar no Galeão foi trocar dólares por reais e aí tomei contato com aquelas notas feias, diferentes uma das outras, eu que estava quase americanizado depois de 55 dias nos EUA, pagando e recebendo em verdinhas. Economizei uma boa grana em dólares naquela viagem, mas mesmo assim não levei vantagem porque no início do Plano Real o dólar valia tanto quanto a nova moeda brasileira. Era 1 por 1.

E lá se foi mais uma chance de reiniciar a vida de milionário. Fiquei curtindo essa frustração até que descobri no site da Fundação de Economia e Estatística (www.fee.tche.br) um programa que converte os valores monetários, atualizando-os no tempo. E constatei que a minha condição de milionário no passado era pura ilusão, fruto da mágica operada nas trocas de moedas, que perdiam zeros para passar a impressão de que o nosso dinheiro se fortificava.

Os mais de 60 milhões que recebi em 1985, na verdade, equivaleriam hoje a pouco mais de 57 mil reais, ou 4,3 mil reais/mês, um salário nada desprezível. Os 5,2 milhões de 1991 seriam, em valores atuais, cerca de 30 mil reais. O Passat que vendi por 2,7 milhões em 1992 valeria hoje, só para efeito de exercício financeiro, uns 6,7 mil reais. A mensalidade da creche que custava 15 mil cruzados ficaria por 194 reais e a escola que cobrava 29 mil cruzados novos receberia hoje, se os proprietários não fossem gananciosos, exatos 208 reais.

Como se observa, nem precisa ser versado em macroeconomia para constatar a equivalência nos valores entre um período e outro, o que me leva a outra constatação: havia muito de efeito psicológico na tal de inflação. Mesmo assim, não sinto saudades daquele tempo. Prefiro a estabilidade de agora que me assegura um amanhã sem sobressaltos.

Para se ter uma ideia do que já enfrentamos em termos de mudanças de padrão monetário,  de 1967 a 94 foram sete planos, ou quase uma mudança a cada quatro anos. Do Cruzeiro de 1942, passamos ao Cruzeiro Novo (1967), Cruzeiro novamente (1970), Cruzado (1986), Cruzado Novo (1989), Cruzeiro de volta (1990), Cruzeiro Real (1993) e Real (1994) e, ainda,  a moeda de transição URV adotada no início do Plano.

domingo, 7 de julho de 2024

REFLEXÕES EM EDIÇÃO DOMINICAL

1.Essa notícia é quente: vem aí mais uma frente fria.

2.Quem gosta de inverno é campanha do agasalho.

2.1.E o pessoal de Gramado/Canela.

3.Repito: podem ficar com a minha parte.

4.Sinto saudades até do outono.

5.Que tempos vivemos: até as informações do clima estão cada vez mais negativas...

5.Justiça seja feita ao Renato: perde e empata com suas convicções.

5.1.Coerência, teimosia ou burrice?

6.Seleção brasileira já não consegue passar nem para as quartas-de-final.

7.A seleção uruguaia tem mais jogador que atua no Brasil do que a seleção brasileira. (Inspirada em M.P.)

8. O Galvão quer se aposentar e a Globo insiste em escalar ele.               

8.1.Deixa o homem descansar...

8.2.. E os telespectadores também...

9. Globo em modo economia: agora o Globo CVC repórter é só com “paisagens de tirar o fôlego” brasileiras.

10.Constatação 1: o que tem de “especialista de ocasião” deitando falação na mídia.

11.Constatação 2: quanto mais o Lula fala, mais sensível fica o mercado.

11.1. Cotação do dólar é diretamente proporcional às falas de lula na alta e ao silêncio na baixa.

12. Depois da queima de campos de futebol na Amazônia, agora os telejornais estão dizimando campos no Pantanal.

13.Da série perguntar não ofende: quem regula as agências reguladoras?

14.Suprema corte americana assume sua porção à brasileira e começa a ganhar protagonismo por decisões polêmicas.

15.Vou parar de usar o termo caldável. Daqui a pouco vão me denunciar como assediador.

15. A não ser que as caldáveis insistam para que continue...

16.A patrulha do politicamente correto está tão atenta que evito até fazer brinde com vinho branco.

17.Aliás, o que me diferencia da Costa Rica é que eu tenho ela larga...

18. Revendas anunciam carros seminovos. Por que não semiusados?

19. Ser intelectual cansa. Quero voltar a ser uma pessoa comum e humilde como sempre...

 

segunda-feira, 1 de julho de 2024

Reinvenção do rádio? Há controvérsias

*Publicado nesta data em coletiva.net

Colunista com espaço regular fica entusiasmado quando os leitores interagem diante de um texto de autoria dele. Não é só vaidade. Na maioria dos casos é porque os comentários, prós e contras, vão dar subsídios para uma nova coluna. Puro pragmatismo.

Paulo Sant’Anna que assinava a coluna diária da última página de Zero Hora não escondia sua satisfação quando o conteúdo de uma crônica era contestado.  Polêmico como ele só, isso acontecia com muita frequência. E a coluna do dia seguinte estava garantida, com a publicação integral do contraditório. Para quem tem espaços diários na mídia, isso é uma benção, mas mesmo para este que vos fala, com uma solitária coluna semanal  aqui em coletiva.net, opiniões contrárias são bem-vindas pela mesma razão.

O nariz-de-cera* acima se justifica para dizer que a coluna da semana passada “A reinvenção do rádio” preencheu os requisitos necessários para ganhar continuidade. Houve comentários a favor e contra à defesa que fiz sobre as mudanças pelas quais passa o rádio, que considero a mídia com mais capacidade de se reinventar,  seja pela migração para o digital,  seja por agregar imagens ao áudio. Eis aí um forte ponto de discórdia, expresso pelo publicitário Sérgio Cunha, que conheci como diretor comercial da então RBS Rádios. Hoje atuando em São Paulo, Cunha entende que valorizar as transmissões radiofônicas com imagem “depositando o tráfego da audiência no computador é de uma miopia estrondosa, ou tu achas que todo o mundo fica na telinha acompanhando o que o rádio faz. Ele agrega, mas o áudio ainda é soberano”.  E completa sua indignação:

- É que os comunicadores gostam do novo modelo e “ofendem” a audiência ao não saber administrar o valor do meio, dizendo “agora a imagem mostra que...”. E quem está só no rádio, lambe os dedos?

Como o que interessa é o contraditório para a retomada do tema reinvenção do rádio, segue mais uma posição nessa linha. No caso, de outro indignado, o que para mim que tenho convivido com ele mais frequentemente não chega a ser novidade. Trata-se do meu parceiro literário, facebuquiano e vizinho de coluna, o publicitário e escritor Marino Boeira.  Qual um Dom Quixote redivivo, o bom Marino investe, quase enfurecido, contra o rádio via web. “Quer dizer que não dá mais para torcer pelo Inter e secar o Grêmio, na Guaíba e Gaúcha, ouvindo o Ranzolin, o Pedro Pereira  ou o Mendes Ribeiro? E estes tais podcasts, precisava ter nome inglês?”  Assumindo de vez sua porção vintage, ele relembra tempos sombrios.

- Aquele radinho de pilha, em que o presidente secava o Inter e torcia pelo Grêmio, morreu com a ditadura do Medici? Li no jornal (jornal ainda tem, Flávio?) que não é permitido mais entrar com radinho nos estádios porque pode virar uma arma contra juiz ladrão.

Outro polemista das minhas relações, o renomado repórter político Gustavo Motta contesta e última afirmativa do Marino e faz uma revelação própria de um ativo torcedor de futebol:

- Que ninguém me leia, nos estádios prefiro o velho e bom radinho de pilha. É mais barato jogar no campo em sinal de protesto do que um celular.

(O arremesso do Gustavo por certo será em jogo do nosso cambaleante Grêmio.)

Pronto, misturaram futebol, preferência clubística, política e outros quetais e temos aí mais assuntos para novas polêmicas. Haja colunas.

*Nariz-de-cera, jargão jornalístico para introdução vaga, sem necessidade, de uma matéria. Famosa “encheção de linguiça”.

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REFLEXÕES PARA ABRIR O SEGUNDO SEMESTRE.

1.Primeiro semestre foi no modo sobrevivência.

2.Constatação preocupante: as iniciais dos próximos cinco meses...J.A.S.O.N. (da postagem alheia).

3.Pergunta que não quer calar: agora os policiais precisarão portar balanças para verificar as tais 40 gramas de maconha?

4.Pelo que se vê, os ministros do Supremo passam mais tempo em eventos no Exterior do que no Brasil.

4.1.A bem da verdade, sem diárias pagas pelo STF, exceto para os seguranças, acompanhantes obrigatórios porque os magistrados tem sido muito visados nas suas andanças...

4.2.Por que será que as mais altas autoridades do judiciário brasileiro tem sido tão hostilizadas?

5.Grêmio está há dois jogos sem perder: Inter há dois jogos sem ganhar.

5.1.Não é só flauta, é informação também.

6. Tempo extra em jogo ruim é tortura para o espectador.

6.1.Jogadores que encerram a carreira agora tem duas opções: virar treinador ou comentarista/garoto propaganda da Globo/Globoplay.

6.2.Mas comentarista em fim de carreira não vira jogador... (inspirada em M.P.)

7.Ontem cumpri a contento meus deveres maritais: abri um vidro de conservas!

8.Seção abobragem hortifrutigranjeira:  a única fruta que ainda tem cheiro é a goiaba.

9.Desconfio que os que falam muito em “Com Certeza” e “Na verdade”, não tem certeza nenhuma e não acreditam no que dizem.

10.Quer parecer descolado: inclua descolado, perrengue e treta no seu vocabulário.

11.Sabem o que o Facebook tem de melhor? É ótimo para felicitar aniversariantes e para os aniversariantes agradecerem.

12. Merchan da casa; na coluna de hoje em coletiva.net “Reinvenção do rádio? Há controvérsias”. Faz um comentário lá.