Publicado em coletiva.net em 13/05/2024
Tantos assuntos para tratar e nada que anime em meio à
tragédia que flagela o Rio Grande. Entretanto, exaltar é preciso a
solidariedade de quem doa e de quem se
doa, como nesse texto, de extrema sensibilidade, do escritor Luiz Coronel, que
me permito compartilhar:
“Vamos pensar na milagrosa solidariedade
que nasceu da catástrofe. As pessoas descobrindo sua soterrada, silenciosa
bondade. Vários estados pensando em nós,
sentindo que existe uma nação, mesmo que o poder se revele, tantas vezes
ornamental, discursivo, precário. Se existe vitorioso nessa catástrofe, é o
triunfo do desprendimento, essa vontade doce de ser útil. Prestativo, sair da
bolha de conforto, ser irmão do que perdeu a casa, Ir como pássaro para buscar
velhos, crianças nos telhados. É a extensão do zelo atendendo-se, até mesmo nos
animais atingidos pelos aguaceiros. Ser navegador
pelas rotas inundadas, resgatando vidas em risco. Até os bandidos exigem
trégua. Os egoístas descobrem, milagrosamente, um resíduo de bondade. E mãos,
braços, gestos, atitudes revelam que a generosidade humana não foi levada pelas
enxurradas”.
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