* Publicado nesta data em coletiva.net
Na última coluna do ano, permito-me falar do terceiro turno
do Campeonato Brasileiro. É o Turno do Se, uma abstração, mas que serve de
consolo para quem tinha grandes expectativas,
frustradas pelos resultados de campo, que é o que fica no futebol. Não
faltam exemplos.
Os gremistas, lamentando o título perdido para o Palmeira no
photochart, proclamam:
- Ah, se não fosse aquele Grenal.
- E se não fosse aquele pênalti contra o Corinthians.
- E se não fosse a derrota em casa para o Corinthians.
- Se não tivesse perdido para aquelas nabas do Santos e do
Vasco
- Se a gente tivesse só uma vitória mais.
- Se a gente não tomasse tantos gols.
- Se o Caique tivesse sido escalado antes.
- E se o Nathan Fernandes
tivesse sido escalado antes.
No Inter, o lamento é por ter alcançado, no máximo, a
classificação para a Série B da Conmebol
- Ah, se não fosse a derrota no Grenal do primeiro turno.
- Se o Coudet tivesse chegado antes
- Se o Rochet tivesse também chegado antes.
- Se também o Enner tivesse chegado antes.
- Se o Enner não perdesse tantos gols.
- Se não fossem as eliminações na Libertadores e na Copa do
Brasil
- Se não tivesse perdido para aquelas nabas do Cuiabá, Bahia
e Coritiba
- Se a gente tivesse um lateral melhor do que aquele...
Agora imaginem quantos SEs os botafoguenses poderiam alegar,
depois que o sonho de serem campeões brasileiros virou pesadelo.
Se nada der certo, estarei de volta no ano que vem. Se tudo
der certo, não volto mais: é porque ganhei na Mega-Sena da Virada. Aproveito
para desejar a todos boas entradas e as melhores saídas em 2024.
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