segunda-feira, 27 de março de 2023

O papel relevante da Xuxa sessentona

 

Publicado nesta data em coletiva.net

Quem diria, a Xuxa está comemorando 60 anos! A propósito das homenagens que vem recebendo, assisti a uma entrevista dela em que falou de tudo, menos de um episódio até hoje, no mínimo, controverso. Trata-se do filme Amor Estranho Amor, quando a ex-rainha dos baixinhos, interpretando a prostituta Tamara, aparece na plenitude dos seus 18 aninhos em cena de sexo com um garoto que teria 12 anos.

O filme é de 1982 e fico imaginando o Marcelo Ribeiro –  o nome do então menino é esse - agora com 56 anos, garganteando para os parças  que “transou” com a Xuxa, equiparando-se a Pelé, Ayrton Senna e Luciano Szafir, e sonho de muitos grandinhos desde que a moça apresentava seu programa na Rede Manchete com um figurino análogo aos das rainhas de bateria. Acho que o Marcelo deve ter faturado mais prestígio e provocado muita inveja entre os amigos e amigas quando era adolescente e sua atuação no filme foi publicizada. Depois de anos de proibição, Amor Estranho Amor dirigido por Walter Hugo Khouri foi liberado para exibição e apresentado no Canal Brasil em 2021.

Pela mesma época em que o filme foi exibido nos cinemas deparei com Xuxa fantasiada de libélula desnuda no baile Vermelho e Branco, evento pré-carnavalesco do Internacional, realizado num efervescente Gigantinho .  A promoção era dos saudosos Jorge Salim e do Fernando Vieira,  este velho amigo dos tempos de peladas, no caso de futebol, nos campos do Ararigbóia e da Tamandaré, no bairro Petrópolis. Pois estava eu a bebericar uma cerveja nas arquibancadas do ginásio, enquanto o povaréu saracoteava na pista, e eis que a uns cinco metros de distância vi aquele corpão branquelo adentrando no bailareco e  embasbacando os circunstantes, entre os quais este que vos fala.   Que tempos aqueles, os de antigamente e os dos pré-carnavalescos.  

Sei lá se não foi a visão xuxiana, por me desconcentrar ao volante, a  responsável pela capotagem do Fusca  que dirigia a caminho de casa, depois do fuzuê carnavalesco. Menos mal que só vitimou o carro e as mamonas sobre as quais caiu, numa curva da Estrada da Serraria. Mas essa é outra história

Hoje a  sessentona Xuxa  talvez não fosse convidada nem para o baile do Retiro dos Artistas e certamente seria cancelada se repetisse a cena do filme com um menor.  Sobre a atuação dela haveria grandes polêmicas nas redes sociais. Os contra ou vice versa seriam taxados de fascistas. Os oportunistas de sempre cobrariam providências do MP, invocariam o ECA,  haveria manifestos da OAB, ABI, CNBB e de outras siglas ativistas. A Globo faria uma defesa discreta da sua ex-estrela e a Record, em nome de deus, condenaria com força a atuação da loira pela imoralidade. Os defensores justificariam que Amor Estranho Amor não era um pornô, mas um filme de arte, assinado por um dos mais conceituados diretores brasileiros. É o que a agora sexagenária tem afirmado, dizendo-se arrependida de ter pedido a censura do filme, que lhe valeu, inclusive, uma premiação como atriz revelação. Então, chega de balela e eufemismos, porque a designação correta para sexo com menores é pedofilia, no cinema ou na vida real.

Xuxa, nós sabemos o que você fez no passado, assim como devemos reconhecer o relevante papel que desempenhou na iniciação sexual da garotada, anos atrás, e não é o caso do pré-adolescente do filme, mas do modo artesanal, via revista Playboy, se estou me fazendo entender. Em tempo: Xuxa ainda dá um caldo, mas que fique com a turma dela.

 

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