segunda-feira, 20 de maio de 2019

Ah, essas pesquisas!


Publicado nesta data em Coletiva,net

Com frequência, meus perfis  nas redes sociais são infestados por pesquisas ditas científicas. Nesta era de fakenews desconfio de  tudo, sobretudo das pesquisas eleitorais e mais ainda daquelas que tratam de temas comportamentais. Exemplo recente é a que chegou à conclusão de que as mulheres mais jovens preferem os homens mais velhos, repetida à exaustão no twitter. Os veteranos mais assanhados aproveitaram para se vangloriar de façanhas inexistentes com moçoilas ou torcer para que isso se confirme no futuro, o que vai ocorrer com a mesma probabilidade de que eu ganhe a megasena da virada – nenhuma!

Aos desavisados, informo que, na verdade,  nem se trata de pesquisa, mas de uma plataforma que conecta mulheres jovens com homens maduros.  Uma espécie de Tinder da terceira idade. Não é estudo acadêmico, é negócio e parece promissor. Desde já antecipo: eu fora.
A criadora  da plataforma - sim, é mulher  - explica a atração das jovens pelos homens mais  velhos: elas procuram segurança. Sem me posicionar para não ser alvo de patrulhamento indevido, reproduzo literalmente a explicação: “ Os homens mais velhos têm uma aura de experiência, sabem o que querem e têm a quantidade certa de domínio que as mulheres mais jovens estão procurando – especialmente quando se trata de sexo. As mulheres jovens podem realmente explorar sua feminilidade pela primeira vez com homens mais velhos (...). Por outro lado, os homens maduros podem recuperar um pouco de sua juventude e se sentir como o protetor. “  Repito, eu fora.
Mais explicações ainda necessitaria a pesquisa que aponta uma série de nomes de homens ruins de cama. Também estou fora dessa, pois  meu nome não consta da lista, o que condiz com a realidade. Manifesto minha solidariedade aos 20 nomes listados, alguns de amigos  e de parentes próximos, que não  reproduzirei para evitar constrangimentos. Mesmo “beneficiado” pela omissão do nome Flávio, (se o nome aparecesse aí mesmo é que a pesquisa não teria credibilidade) dou pouco ou nenhum crédito à inusitada pesquisa, que teria sido realizada  pela Universidade de Campinas, Unicamp. Consta que os pesquisadores da Unicamp foram às ruas e perguntaram as mulheres qual o nome do sujeito com a qual tiveram a pior experiencia sexual e  alguns nomes se repetiram mais do que os outros. Daí surgiu a fatídica lista de 20  nomes.

A ser verdade que a  Unicamp usou recursos públicos para essa pesquisa vou dar razão ao Bolsonaro quando anuncia cortes nas pesquisas acadêmicas.

Pois é, fui cornetear a Unicamp e já  me questionava se a coluna não estava muito erotizada quando me deparei com a matéria da revista digital Donna, com o sugestivo título “Por que os adultos estão transando cada vez menos”, baseada em  pesquisa do acatado Jornal Britânico de Medicina. Uma das causas constatadas seria a atenção  demasiada que temos dado às redes sociais em detrimento dos jogos da cama.  Ou seja, muita rede e pouco enrosco. O restante confiram lá na matéria, que é mais uma a revelar a  verdadeira obsessão atual pela temática do sexo, inclusive no meio acadêmico. Reveladora ainda da preferência pelo sexo oral, mais falado do que praticado. (Desculpem, não resisti ao jogo de palavras.)

A propósito de pesquisas, começam a surgir as que mostram o potencial de candidaturas à  Prefeitura de Porto Alegre. Os resultados publicados, inflando os percentuais de nomes altamente rejeitados, me levam uma afirmativa categórica:  isso, sim, é obscenidade!

Nenhum comentário:

Postar um comentário