Publicado nesta data em Coletiva,net
Com frequência, meus
perfis nas redes sociais são infestados
por pesquisas ditas científicas. Nesta era de fakenews desconfio de tudo, sobretudo das pesquisas eleitorais e
mais ainda daquelas que tratam de temas comportamentais. Exemplo recente é a
que chegou à conclusão de que as mulheres mais jovens preferem os homens mais
velhos, repetida à exaustão no twitter. Os veteranos mais assanhados
aproveitaram para se vangloriar de façanhas inexistentes com moçoilas ou torcer
para que isso se confirme no futuro, o que vai ocorrer com a mesma probabilidade
de que eu ganhe a megasena da virada – nenhuma!
Aos
desavisados, informo que, na verdade, nem se trata de pesquisa, mas de uma
plataforma que conecta mulheres jovens com homens maduros. Uma espécie de Tinder da terceira idade. Não é
estudo acadêmico, é negócio e parece promissor. Desde já antecipo: eu fora.
A
criadora da plataforma - sim, é
mulher - explica a atração das jovens
pelos homens mais velhos: elas procuram
segurança. Sem me posicionar para não ser alvo de patrulhamento indevido,
reproduzo literalmente a explicação: “ Os homens mais velhos têm uma aura de experiência,
sabem o que querem e têm a quantidade certa de domínio que as mulheres mais
jovens estão procurando – especialmente quando se trata de sexo. As mulheres
jovens podem realmente explorar sua feminilidade pela primeira vez com homens
mais velhos (...). Por outro lado, os homens maduros podem recuperar um pouco
de sua juventude e se sentir como o protetor. “ Repito, eu fora.
Mais explicações ainda
necessitaria a pesquisa que aponta uma série de nomes de homens ruins de cama.
Também estou fora dessa, pois meu nome
não consta da lista, o que condiz com a realidade. Manifesto minha
solidariedade aos 20 nomes listados, alguns de amigos e de parentes próximos, que não reproduzirei para evitar constrangimentos.
Mesmo “beneficiado” pela omissão do nome Flávio, (se o nome aparecesse aí mesmo
é que a pesquisa não teria credibilidade) dou pouco ou nenhum crédito à
inusitada pesquisa, que teria sido realizada
pela Universidade de Campinas, Unicamp. Consta que os pesquisadores da
Unicamp foram às ruas e perguntaram as mulheres qual o nome do sujeito com a
qual tiveram a pior experiencia sexual e
alguns nomes se repetiram mais do que os outros. Daí surgiu a fatídica
lista de 20 nomes.
A ser verdade que a Unicamp usou recursos públicos para essa
pesquisa vou dar razão ao Bolsonaro quando anuncia cortes nas pesquisas
acadêmicas.
Pois é, fui cornetear a
Unicamp e já me questionava se a coluna
não estava muito erotizada quando me deparei com a matéria da revista digital Donna,
com o sugestivo título “Por que os adultos estão transando cada vez menos”,
baseada em pesquisa do acatado Jornal
Britânico de Medicina. Uma das causas constatadas seria a atenção demasiada que temos dado às redes sociais em
detrimento dos jogos da cama. Ou seja,
muita rede e pouco enrosco. O restante confiram lá na matéria, que é mais uma a
revelar a verdadeira obsessão atual pela
temática do sexo, inclusive no meio acadêmico. Reveladora ainda da preferência
pelo sexo oral, mais falado do que praticado. (Desculpem, não resisti ao jogo
de palavras.)
A propósito de pesquisas,
começam a surgir as que mostram o potencial de candidaturas à Prefeitura de Porto Alegre. Os resultados
publicados, inflando os percentuais de nomes altamente rejeitados, me levam uma
afirmativa categórica: isso, sim, é
obscenidade!
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