A gratificação – e não estou falando em retorno material – por estar a serviço do que é público não chega a ser estimulante diante da abrangência e a proporção das demandas e da impotência para atender a tudo e a todos. Daí a frustração que acomete quem tem consciência do real papel do servidor público e que afeta mesmo os agentes políticos atraídos para o executivo. E é mais frustrante quando se enfrenta outros poderes como a Mídia – acima do bem e do mal e guardiã de toda a verdade - e o Ministério Público, que quer governar mais que o governo. Em nome do papel relevante e absolutamente infalível que se atribuem, esses dois poderes cometem injustiças, equívocos e sandices que só uma postura arrogante pode explicar.
Até consigo entender o comportamento da Mídia que precisa
mostrar que não é oficialista, por isso, se for necessário crucificar alguém a
ficha 001 vai para o poder público. Teria vários exemplos para confirmar a
afirmativa, mas vou me fixar no mais recente “feito” do MP, em que um dos seus
luminares representantes decidiu pedir à Justiça o fim de todas as concessões
de táxi em Porto Alegre. Sem entrar no
mérito das situações irregulares que teriam embasado o pedido, vamos combinar
que se o pedido fosse considerado pela Justiça – e não o foi, felizmente –
provocaria o caos no serviço de táxi da cidade, que já está pressionado para
que seja ampliado. O MP quis dar um choque, justificam os que defendem
a judicialização proposta. Bobagem, sandice, despreparo. Remédio que mata o
paciente não é remédio, é veneno.
Este desabafo já serve para mitigar o incômodo, dolorido às
vezes, provocado pelas ações dessas
poderosas forças externas que, aparentemente, não estão comprometidas com a
vida real. Melhor que isso, só o brilho
no olhar do jovem Guinther para renovar nossa confiança e nossa energia. Sim,
companheiros, vale a pena.
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