segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Goiabice

* Publicado nesta data em coletiva.net

Amigo e parceiro de outras jornadas manda mensagem perguntando: “Goiabaste?”. A pergunta tem a ver com o texto Assinatura Fugidia, publicado  aqui em coletiva.net.  Nele, confesso  que, às vezes, sofro bloqueios para repetir minha assinatura original e os problemas que isso ocasiona. O questionamento que faço é:  por que a saborosa goiaba é associada à distração, esquecimentos, bobagens,  ou à manifestações de burrice explicita?

Admito que me enquadro em todos as acepções de goiabice. A fama de minhas desventuras operacionais e comportamentais corre a família, tanto assim que minha neta Livia, atrevida nos seus 5 aninhos, não hesita em afirmar: “O vô é ameixa!”.  Talvez porque não aprecie a goiaba, a guria optou por outra fruta mais a seu gosto, o que me leva ao limite de virar um pomar, ou uma salada de frutas. Que abacaxi.

Na verdade, é preciso que se reabilite a goiaba, tão vilipendiada em significados fora da fruticultura. Trata-se de uma fruta rica em fibras, antioxidantes e outros nutrientes, como as vitaminas A, B e C. Ajuda a melhorar a saúde gastrointestinal, aumentar as defesas do organismo, favorecer a perda de peso e promover a saúde da pele.

Todos os benefícios da goiaba são devido às suas propriedades antioxidantes, antidiabéticas, anti-hipertensivas, anti-inflamatórias, analgésicas, hipocolesterolêmicas, antiespasmódicas, antimicrobianas e adstringentes. São tantos benefícios que fico a pensar se a goiaba não seria o verdadeiro fruto proibido do Éden, ao invés de maçã. Faz sentido porque a psidium guajava, nome cientifico da fruta,  possui um significado simbólico em diversas culturas ao redor do mundo. É associada, por exemplo, à fertilidade, abundância e prosperidade.  Além disso, a goiaba também é considerada um símbolo de amor e romance, sendo frequentemente utilizada em rituais de casamento e celebrações de união.

Depois dessa criteriosa pesquisa, já não me sinto insultado ao ser chamado de Goiaba, sem contar que a menção a ela remete aos melhores momentos da minha infância e juventude, quando escalava a goiabeira no pátio da morada dos Dutras e comia o fruto já maduro, recém, colhido. Até proponho, como desculpa e reparação pelas aleivosias feitas até agora, que juntos brademos:  “Somos todos Goiaba!”. Ou “Ameixa”, para contentar minha neta.

Só que continuo sem saber porque a goiaba é associada a caduquices em geral.

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