sábado, 21 de julho de 2018

Nós, os consumidores


Sou um consumidor tipicamente comum: pesquiso preços, gosto de ofertas e não tolero filas. Assim, me sinto autorizado a dar alguns recados a partir das situações vividas nas chamadas relações de consumo.

Dia desses entrei na filial Panvel do edifício Santa Cruz na rua da Praia e, além de precisar tirar ficha e esperar ser chamado, apenas uma pessoa fazia o atendimento atrás  dos balcões, enquanto outras quatro tratavam de arrumar as prateleiras, com especial atenção à ala  dos cosméticos.  Claro que preferi comprar meu ´produto na São João no outro lado da rua, que não tem fichas e conta com gente suficiente para atender de imediato todos os que entram no estabelecimento.  A propósito,  naquela quadra (entre a General Câmara e a Uruguai) existem pelo menos  seis farmácias, algumas da mesma bandeira.  Por isso, aí vai minha primeira recomendação aos empresários do ramo: a oferta de  farmácias é tanta que fichas para atendimento e desatenção com os clientes  é o caminho mais curto para afugentá-los.

Outra situação que me incomoda é o hábito de empurrar  remédios a mais do que o solicitado. Na São João ocorre com frequência, assim como aqueles descontões para levar mais de uma caixa do mesmo produto. Esses procedimentos ligam o meu desconfiometro sobre a integridade do estabelecimento.

Outra situação comum que incomoda este veterano consumidor : o oferecimento dos cartões de lojas com anuncio de descontos na primeira conta. Quando pergunto para o que serve mesmo os cartões, além do desconto inicial, o pessoal das caixas me olha estupefato como se estivesse cometendo um crime de lesa-comércio e me falam de prazos alongadíssimos para pagar as prestações, mesmo que eu insista que preferencialmente pago à vista.  Aliás, as longas filas nos caixas das lojas é também uma boa maneira de irritar e perder clientes.  Não dá  pra entender que até na hora de receber a grana impere a burocracia.

Em se  tratando de filas, nada supera o BIG, com direito a  resenhas dos caixas e empacotadores – nos poucos terminais com empacotadores – sobre desavenças  internas, escalas  de trabalho ou acontecimentos familiares. Já ouvi histórias que dariam pelo menos  um curta metragem.  Menos mal  que a maioria é bem atenciosa, especialmente o pessoal beirando a  terceira idade que, em boa hora, está recebendo oportunidades  nessas funções.

Já que  o assunto são as  relações de consumo, selecionei dois casos exemplares e que não deixam de ser engraçados, com toques  de dramaticidade, relatados por dois  amigos. O primeiro é da lavra do Giuliano Thadeu:

"Após comprar um fone de última geração pela Internet, vou à loja fazer a retirada presencial.

- Bom dia, vim buscar um fone que comprei - começo com toda a educação.

- Seu documento, por favor - responde uma moça sem muitos sorrisos

Ela vai no computador. Digita, digita e balança negativamente a cabeça. Grita para o rapazinho do depósito. Entra e sai de uma porta.

- Senhor, infelizmente seu pedido não está aqui.

- COMO NÃO?! Eu recebi uma mensagem, aqui ó! - mostro o celular indignado.

- Não há o que a gente possa fazer senhor, lamento.

Já vermelho e possuído de toda a fúria da justiça do consumidor, exclamo:

- Pois saiba a senhorita que vou garantir QUE NINGUÉM NUNCA MAIS COMPRE NO PONTO FRIO. NUNCA MAIS.

- Senhor! Aqui é a Magazine Luiza. O Ponto Frio fica aqui ao lado.

- Pois que sirva de lição! - encerro sem perder a pose.

Moral: não adianta o fone ser de última geração se a gente não é."


O outro relato é do Pedro Macedo, intitulado DÁ PRA ACREDITAR???, assim, em caixa alta:

 "paguei hoje (17/07) minha conta do celular da vivo na lotérica do shopping barra sul...na loja recebi o boleto impreso, gentilmente fornecido boleto, sem o qual eu me nego a pagar...daí o atraso...obtive o boleto (e a promessa de queme será remetido por email mensalmente), fui à lotérica, paguei em dinheiro...na vivo, uma moça simpática e atenciosa me garantiu que o desbloqueio seria feito em vinte minutos após o pagamento...agora, já são mais de 4 (QUATRO) horas que paguei e meu telefone continua bloqueado,,,aceitei na boa, afinal atrasei e nao mereço tanta consideração assim...então, liguei para a telefonista do shopping barra sul e tive esta fantástica informação: A LOJA VIVO DO BARRA NÃO TEM TELEFONE FIXO, NEM RAMAL...portanto, terei que voltar lá pra eles desbloquearem o celular...perdi a vontade de ficar irritado...agora, to rindo pra cacete porque UMA EMPRESA OPERADORA DE TELEFONE NÃO TEM TELEFONE PRA ATENDER OS CLIENTES!!!!!!! O Brasil, de fato,, é uma piada... se alguém tiver alguma sugestão (não vale suicídio nem portabilidade porque nisso já pensei), to aceitando..."



Diria  que são dois casos antológicos e só resta concluir com o apêndice  da frase do amigo colunista: em matéria  de relações de consumo, não há o que não haja.




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