*Publicado na coletiva.net em 09/05/2022
Peço vênia para tratar
de dois destaques de excelência relacionados a Porto Alegre e que me deixaram
entusiasmado nos últimos dias. O primeiro vai para uma instituição que, de
certa forma, representa o melhor da nossa Cultura: a Orquestra Sinfônica de
Porto Alegre/Ospa.
“Eu venho de uma cidade
que tem uma orquestra sinfônica”, difundia Érico Veríssimo nas suas andanças
pelo exterior. Já eu, por aqui mesmo, passei a me relacionar com a Ospa quando
fui diretor da FM Cultura e depois da TVE, que transmitiam os concertos da
sinfônica. É dessa época um episódio que só agora revelo, ainda com uma ponta
de embaraço. Na abertura de um dos concertos, foi programado o tema do filme Os brutos Também Amam (Shane), do compositor
Victor Young, uma peça em que o naipe de metais predomina. O resultado, para
ser generoso, ficou muito aquém do esperado, tanto assim que antes de a
gravação ir ao ar na FM, recebi o pedido para que essa parte fosse suprimida.
Os metais desafinaram constrangedoramente.
Corta para os dias
atuais e me vejo maravilhado com a atuação da orquestra no concerto Música de
Cinema, apresentado no dia 30 de abril. Já tinha assistido na TVE à primeira
edição dessa produção, mas a atual, que conferi no Youtube, recebeu um roteiro
mais ampliado e uma produção caprichada na iluminação, no visual projetado no
telão, perfeitamente sincronizado com a música, nos textos e na ancoragem da apresentação de cada
atração. E que atrações! A Ospa incursionou pelas trilhas de clássicos como O
Poderoso Chefão, O Tempo e o Vento, O
Carteiro e o Poeta, Guerra nas Estrelas,
007 – Sem Tempo Para Morrer, Bastardos
Inglórios, West Side Story e muito mais, celebrando, entre outros, Nino Rota,
Alexandre Guerra, John Willians, Enio Morricone, Elton John e Leonard
Berstein. Vale registrar a participação
do Coro Sinfônico da Ospa, assim como do Ballet Vera Bublitz, que valorizaram
ainda mais a produção.
Os metais respondem
soberbamente quando exigidos, inclusive na apresentação atual do arranjo da
rejeitada Shane de anos atrás. Opinião baseada no meu gosto de espectador
entusiasmado e não de especialista. Quem
quiser dividir essas emoções, o Concerto Música de Cinema está disponível no www. youtube.com/watch?y=3opSCUTzVjw
.
O que mudou Ospa, além
de ganhar sua nova e definitiva casa no Centro Administrativo, é que um
concurso público agregou à orquestra novos instrumentistas, revigorando o grupo
com talento e energia. Planejamento, comprometimento e muito ensaio fizeram o
resto.
Planejamento,
comprometimento e a soma dos esforços do poder público e da iniciativa privada
trouxeram à Porto Alegre o evento que movimentou o velho Cais Mauá durante três
dias na semana passada, reuniu cerca de 500 investidores, 8,5 mil
representantes de empresas, 3,3 mil startups e atraiu mais de 20 mil visitantes
de 50 países. Números que atestam o acerto de bancar a feira. O South Summit veio
de Madri para ficar, confirmando a vocação da Capital e do Estado para a
inovação e o empreendedorismo.
Observem que evito
fulanizar responsáveis pela ótima fase da Ospa e pelo o sucesso do South Summit
e poderia fazê-lo, uma vez que conheço bem o trabalho de todos. Prefiro valorizar o empenho do conjunto,
resultado das entregas de cada um dos envolvidos, como se requer de uma
orquestra afinada ou para por em pé um evento de magnitude internacional.
Agora, até poderemos
acrescentar nas andanças lá fora, com justificado orgulho: sou da cidade da
Ospa e do South Summit. Mesmo diante dos narizes torcidos, que sempre surgem
para qualquer iniciativa bem sucedida que coloque Porto Alegre num outro
patamar de desenvolvimento. Não passarão. Porto Alegre é maior do que os
caranguejos de sempre.
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