* Publicado nesta data na coletiva.net
Afinal, parece que a
esquerda brasileira começou a se reinventar. Depois de ser derrotada nas urnas; depois de
perder suas principais bandeiras de luta; depois do estrago provocado pela Lava
Jato nas suas fileiras; depois das
divisões no seu campo político, surge agora uma iniciativa, pelo menos
inovadora, que vai mexer com parte da militância: foi criado o PTinder, junção
da sigla do partido com o aplicativo para encontros românticos Tinder.
A informação saiu na
coluna da Mônica Bergamo na Folha de São Paulo. A ideia, segundo a nota da
colunista, é da advogada Maria Goretti Nagime
e da filósofa Elika Takimoto, com o objetivo de promover o relacionamento entre
pessoas de esquerda. A ajuda a um amigo que ficou na fossa depois de um pé na
bunda da parceira foi o que motivou o PTinder. Ao ser apresentado como “bom de
papo” e “de esquerda” o tal amigo atraiu muitas mulheres para seu perfil, surpreendendo
a ele e a advogada criadora do aplicativo.
Fico imaginando se bom de papo e de esquerda não é uma
redundância, mas, enfim, talvez seja implicância minha. Igualmente pode ser mera implicância os diálogos que imagino para a paquera entre a
moça de esquerda e um pretendente, digamos, neo esquerdista:
- Companheiro, primeiramente
Lula Livre e fora o Coiso.
Em seguida, tudo on line,
o sujeito será submetido a um questionário para comprovação de adesão
ideológica à esquerda.
- Foi golpe?
- Bozonaro mito ou idiota
na ONU?
- Intercept ou Lava Jato?
- Janot ou Gilmar Mendes?
- Escolas cívico-militares ou Paulo Freire?
- Globo ou Record?
- Trump ou Maduro?
- Ciro é parceiro ou
traíra?
- Nazismo é de direita ou
de esquerda?
Dependo das respostas o
pretendente pode se habilitar a um encontro presencial, desde que aprovado pelo
comitê central. Depois precisa se submeter a uma última prova de fidelidade à
causa.
- Companheiro, peço que uses cueca vermelha no nosso encontro.
Cá entre nós e sem
qualquer viés ideológico: não há libido
que funcione nem paquera que prospere com um roteiro desses.