* Quase baseado na vida real.
Quando acordou já era dia claro, Adalbertinho
estava completamente despido na cama e não havia ninguém a seu lado, embora a o
travesseiros e os lençóis aparentassem ter sido usados por ali. No
banheiro, os respingos no chão do box indicavam que a ducha fora acionada. No corredor, só as roupas dele permaneciam
espalhadas pelo chão.
Angustiado e atônito, disparou até a porta da
frente, mas ela estava trancada por dentro. Vestiu-se rapidamente e correu para
o supermercado, mas a moça não estava lá e não adiantou perguntar para as
outras funcionárias porque nenhuma delas conhecia Alexia.
- Pergunta ali pro Naldo, o nosso supervisor,- sugeriu uma delas. “Sempre tem
gente nova por aqui”.
(“Então se existe um Naldo, Alexia deve existir
também”), animou-se pela primeira vez.
- Não sei de nenhuma Alexia que tenha trabalhado
aqui. Agora se me der licença, preciso fazer meu serviço,- justificou rispidamente o supervisor.
Cada vez mais pasmado, rumou a toda a velocidade
para a casa dela e, coração na boca, bateu a porta uma, duas, três vezes, até
aparecer um moreno alto, bombado e com cara de poucos amigos.
- Carlão!
Onde está Alexia? Tu não machucou ela, né?
- Do que está falando? Donde a gente se conhece? E
quem é Alexia?
- Alexia, a garota que mora aqui com a mãe, dona
Suellen.
- Cidadão, eu moro aqui toda a vida com minha
família e não sei quem é essa gente. Agora, retire-se antes que eu me irrite
com sua importunação.
Agora, o depressão tomara conta do professor. Sua
musa sumira ou sequer existira. Foi inevitável lembrar dos filmes que exibiam situações semelhantes,
em que protagonistas simplesmente
desapareciam, ou porque estavam envolvidos numa grande conspiração (“Alexia
numa conspiração? Não,não,não!”) ou porque partiam para outra dimensão (“Não, isso não existe!”) ou
porque tudo não passara de um sonho, de uma alucinação (“Não é possível, era
tudo tão real!”).
O que teria acontecido com Alexia?
(continua)