sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Histórias Curtas do ViaDutra: O Acariciador


Essa quem me contou foi o Neni, que circula bem nos ambientes políticos, esportivos e  da comunicação. Por  isso, e pela senioridade, tem muitas histórias  para contar. O fato em  questão  ocorreu numa churrascada,   num tempo não muito distante, mas que, diferente de hoje, nem todas as formas de amor eram bem aceitas.

Sucede que, sentados  ao final da  comilança,  liderança politica ascendente passou a cutucar com o pé, por  baixo da mesa, um rapagão recém chegado da Europa, apresentado como um ”querido amigo lá   da nossa cidade”.  Provavelmente, o gesto carinhoso era uma manifestação de saudade, só que atingiu o alvo errado,  acariciando a perna de conhecido comunicador. Conhecido e inconveniente, tanto assim que denunciou a investida, em alto e  bom som para todos os circunstantes:

- Tchê, tu estás cutucando a perna errado. Teu amiguinho está mais para o lado.

Neni  teve certa dificuldade para descrever o que aconteceu depois do constrangedor flagra. “O pessoal ficou  em dúvida  se ria muito ou pouco e a dupla amorosa não sabia onde se enfiar”.

Mais tarde, ao proporcionar carona a outro conviva, Neni ouviu talvez a melhor definição para o ocorrido:

-  Que momento patético acabamos de presenciar!

Por prudência, Neni não revelou os nomes dos envolvidos porque sabe que também sou  dado a inconveniências.


terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Histórias Curtas do ViaDutra: Produto exportação


Na mesa ao lado, Maurício confessa que não frequenta motéis e o motivo é um só:  ele sempre imagina que está sendo espionado e, pior, que sua atividade com a parceira será gravada e distribuída em forma de DVD para venda nos camelôs. 

- Será que não tem uma câmera escondida atrás daqueles espelhos?,  angustia-se o Maurício.

E acrescenta:

- E se meu desempenho deixar a desejar? Não estou preparado para passar essa vergonha...

Foi aí que decidi participar da conversa, pois entendi que a última intervenção dele revelava a verdadeira razão da resistência aos motéis, decorrente mais de potenciais evidencias de fiasco do que da invasão de privacidade. Tentei uma manobra diversionista.

- Maurício, eu, se frequentasse esses estabelecimentos, não me preocuparia. Não tenho perfil para artista pornô...

Ao falar perfil dei a entender que meu instrumental não correspondia ao ideal, em termos de calibre, dos personagens da indústria dos chamados filmes para adultos.

- Vexame mesmo seria a comparação, completei.

Ao que Maurício, saiu-se com esta:

- É, mas no Japão certamente seria um sucesso!

Puxa,  jamais  imaginei que poderia ser produto  de exportação, ainda mais para um mercado exigente como o nipônico.

sábado, 23 de dezembro de 2017

Histórias Curtas do ViaDutra: A professora e o bonitão


A professora chegou ao bailareco lá no  Interior, acompanhada de uma amiga, avaliou  o ambiente e logo achou o que procurava:

- Olha lá aquele bonitão-tudo-de-bom, amiga. Será  que eu tenho chance  com ele?

Foi empatia à primeira vista. Parece que ele ouviu  a pergunta, em seguida encostou na dupla e convidou a professora  para  dançar. Rodopia daqui, rodopia dali, a professora  ficou cada vez mais  encantada. Além de tudo, o bonitão-tudo-de-bom dançava bem e não escolhia ritmo.

No intervalo das dancinhas, afinal, ele buscou estabelecer o diálogo com a parceira:

- Tivemo sorte, né, peguemo só musica das  boa.

-  Peguemo e já  larguemo,- atalhou a moça, deixando o bonitão-tudo-de-bom apalermado no meio do salão.

À amiga explicou que, como professora, não podia compactuar com aquela afronta à língua pátria, mesmo vindo de um bonitão-tudo-de-bom.
*Gratos, Dilan.

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Ouvido na mesa ao lado, pós jogo

- Não chutaram uma bola ao gol em 90minutos!
- Enfrentamos uma verdadeira seleção mundial.
- Até  o Gabiru levantou taça, mas o Grêmio não
- Mas não perdemos na semifinal. Lembra o Mazembe.
- Querem conhecer a Taça do Mundial da Fifa vão ao Beira-Rio
- Não ganharam nem o  título da série B.
- Imitar o Kidiaba é  fácil, quero ver imitar o Fernandão.
- Uma coisa é ser  vice mundial, outra é  ser  vice da série B
- O Zidane coçou o saco três vezes:  teve mais posse de bola que o Grêmio.
- Uma coisa é conquistar a América, outra é  ser vice do América MG.
- O Cristiano Ronaldo  salvou o planeta...
- O Grêmio não salvou o planeta, mas criou um apocalipse de Zumbis: o que está aparecendo de ressuscitado...
- Quer saber como ganhar dos espanhóis? A gente ensina.
- Advinha qual o único time gaúcho que pode voltar a disputar o mundial em 2018?
- A EPTC vai intensificar as barreiras, mas é só dizer que é  gremista que a barreira abre.
- Se fosse fácil era Grenal.
- A flauta é sadia, mas o campeão do mundo é Perdigão.
- E como é aquela história que time grande não cai?
- Não tem nem estádio e quer ser campeão do mundo!
- Qual a chave de vocês na Copa Libertadores?
- Sai Pijamista!
- Cai fora Moranguinho!
- Sasha é cuzão!
- Luan é vacilão!


Quando começou a baixaria  tirei o time de campo e recolhi-me ao silêncio obsequioso.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

De Waltão a Geromel

* Editado a partir do original publicado em ZH desta data, página 50
- Mire, pibe, yo soy Di Stéfano, do Real Madrid.
- E daí? Sou o Waltão, de Canoas.
Esse improvável diálogo teria acontecido após duas ou três entradas mais duras do zagueiro do Cruzeiro de Porto Alegre no grande Di Stéfano, o CR7 do Real Madri na época do jogo de estreia de uma longa e pioneira excursão de um  time gaúcho por  países da Europa e Ásia.  Foram 15 jogos por seis países, uma experiência tanto,  e um retrospecto positivo: sete vitórias, cinco empates e apenas três derrotas. A data da épica estreia: 8 de novembro de 1953.
 Mais do que o folclore que cerca o embate entre o zagueirão gaúcho, na época com apenas 20 anos e recém-vindo da categoria de base do Grêmio, e o atacante  argentino que chegou a ser comparado a Pelé, ficou o bom resultado do time dirigido por Oswaldo Rolla, o Foguinho: 0 x 0 contra o poderoso Real Madrid.
A lembrança daquele jogo, há 64 anos, é mais do que oportuna quando novamente um time de província se prepara para desafiar o Real Madrid, que certamente é ainda mais poderoso que o time de 1953. Só que agora vale um título mundial e diferente dos jogos de antanho, de difícil comunicação, todos os olhares do mundo estarão voltados para a grande decisão. Em campo, sucessores dos estrelados Lapaz, goleiro, Laerte III (pai do Príncipe Jajá) centromédio, dos atacantes  Tesourinha II, Rudimar e Rubens Hoffmeister (mais tarde presidente da Federação Gaúcha de Futebol), sem esquecer do Waltão de Canoas e do ousado presidente Antônio Pinheiro Machado Neto, comunista de carteirinha (pai do Anonymus Gourmet), vai estar uma geração de imortais tricolores, a geração de  Grohe, Geromel, Kannemann, Cortez,  Ramiro, Luan e, va lá, Jael, Fernandinho, Everton – cada um merecedor de um qualificativo bem ao gosto dos narradores esportivos. E Renato é tão vitorioso e carismático como era o Foguinho na época. Na presidência dos clubes aparece agora também um nome com vinculação politica, Romildo Bolzan Junior, se é que isso tem algum significado nesse contexto.
Agora imaginem o que pode acontecer neste sábado em Abu Dhabi, depois de Geromel se antecipar e desarmar todas as investidas de Cristiano Ronaldo. O português melhor do mundo vai dar duas ou três espiadinhas no telão do estádio e se exaltar com o marcador:
- Olha, gajo, eu sou o CR7 do Real Madrid.
Ao que Geromel responderá:
- E daí? E u sou o Pedro Geromel, do Humaitá!
Será muita soberba de gremista ou antevisão de uma realidade? A verdade é que o Grêmio não está proibido de ganhar do Real Madrid. Haja coração!





sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Dia do Profissional da Adrenalina

* Publicado originalmente em 08/12/2013

Militei (gosto do termo) mais de 25 anos na chamada crônica esportiva. Comecei na Zero Hora, passei pela Folha da Tarde, trabalhei na Rádio e  TV Difusora (hoje Band), nas rádios Guaíba e Gaúcha, duas vezes em cada veículo, e encerrei esse ciclo na RBS TV/TVCom. Fui repórter e editor de jornal, editor e coordenador de rádio e TV, mas nunca me aventurei no microfone nem no vídeo. Achava que não tinha perfil pra isso, o que foi uma bobagem porque até a desenvoltura diante do público a gente aprende. Mas preferi me especializar nas ações da retaguarda da operação que envolve a cobertura esportiva, no dia a dia e nos grandes eventos.  Muito me orgulho também de ter atuado, por um bom período, na Associação Gaúcha de Cronistas Esportivos (Aceg), da qual só não fui presidente.

Aprendi muito neste período, até porque tive mestres inspiradores. Gente como o Armindo Ranzolin, um gigante ao qual presto meu reconhecimento e que, por feliz coincidência, faz aniversário nesta data; ao Ari dos Santos, que parecia ter a fórmula das polêmicas nos programas de debates; e,  nos jornais, meu guru Nilson Souza e um grande editor, ao qual devo minha reciclagem para o impresso, o Emanuel Mattos. Claro que aprendi muito com outros companheiros e pra mim o aprendizado é permanente, mas faço questão de destacar os quatro profissionais porque realmente representaram muito na minha carreira. E em nome deles saúdo todos os que fazem da cobertura do esporte sua vocação e missão no jornalismo neste 8 de dezembro em que se celebra o Dia do Cronista Esportivo.

Comemorado no mundo inteiro, registros nada confiáveis creditam a data a Aulus Lépidis, que seria o primeiro cronista esportivo ao descrever num  8 de dezembro  um duelo entre escravos e leões, no jornal Acta Diurna, de Roma. Aulus  acabou ele mesmo devorado por animais famintos, jogado às feras por Marcelus Brunos, o domador dos leões, cuja esposa teria um caso amoroso com o primeiro mártir do jornalismo esportivo., que coisa, hein!

Fico pensando em como essa história seria contada pela imprensa esportiva da época e tenho certeza de seria uma cobertura ágil, detalhada, emocional e opiniática, com muita adrenalina, portanto,  porque esses atributos – positivos ou negativos – fazem a essência da atividade. A verdade é que a crônica esportiva já nasceu sob o signo da controvérsia e isso é inevitável em se tratando de uma editoria que envolve competições e rivalidades – vide o nosso Grenal.

Não conheço cronista esportivo que não seja apaixonado por seu trabalho e aos que ficaram e aos que virão meu reconhecimento e um abraço parceiro. Boa adrenalina  pra vocês!



segunda-feira, 27 de novembro de 2017

O homem mais importante de Petrópolis


 
Minha avó paterna, dona Tarsila, também conhecida na família como Boneca, era  fâ de Érico Veríssimo, vizinho dos Dutra na parte alta da rua Felipe de Oliveira, no bairro  Petrópolis.  Ela já tinha lido todos os livros do escritor até  então publicados, na década de 40 do século passado, e alardeava para a  filharada e a  vizinhança:

- O Érico é o homem mais importante de  Petrópolis.

O  que ela não contava era com a forte oposição da filha mais  nova, minha tia  Vanda, que tinha oito ou nove anos e contestava a afirmativa materna:

- O homem mais importante do bairro  é o papai, -  dizia  a  guria, hoje uma lucida senhora octogenária, a  recordar a história  num encontro do clã.

- Mas por que tu achas que teu pai é mais  importante que o  Érico. – insistiu vó Tarsila.

- Porque papai tem curso superior o seu Érico não, nossa casa é maior que a dele, o papai tem carro oficial  na garagem e é amigo do presidente Getúlio Vargas, - argumentou tia Vanda.

Vicente Dutra, o pai da Vanda e meu avô, era formado em Medicina, mas já não exercia a profissão; fora prefeito de Iraí, construíra o balneário de termas que acabou virando cidade e ganhou seu nome no Norte do estado;  o carro preto na garagem era a mordomia  a que tinha direito  como diretor regional da Caixa Econômica Federal, nomeação direta  de seu amigo Getúlio Vargas.  E Érico Veríssimo, como se sabe, era filho de um boticário e ele mesmo um dono de  farmácia falido em Cruz Alta, que só conseguiu a estabilidade financeira  como diretor da Revista do Globo quando se transferiu para Porto  Alegre.  Ou seja, na visão da pequena vizinha, não fazia frente ao status e a situação financeira do seu amado pai.

Eis que a polêmica na morada dos Dutra chegou aos  ouvidos  de Érico por meio de uma amiga comum. Coube ao próprio escritor dirimir a dúvida no dia em  que bateu à  porta dos vizinhos e foi atendido por uma surpresa  Vanda:

- Minha criança, tens toda  a razão:  teu paí é o homem mais importante de Petrópolis, -  reconheceu o  generoso  Érico.

Em seguida presenteou dona Tarsila com um livro autografado, provavelmente "Olhai os Lírios  do Campo", obra que jamais foi localizada na morada da  Felipe de Oliveira -  uma construção à antiga,  que ainda hoje existe em frente à  caixa d´água da pracinha na esquina com a rua Borges do Canto.( Detalhe: a pracinha recebeu o nome de Mafalda Veríssimo, companheira de Érico por toda  a  vida).


O gesto de Érico, mais do que generosidade com uma criança, pode estar relacionado  com as diferenças  entre o seu  comportamento reservado, mais as dificuldades financeiras que a família  enfrentou,  e as atitudes de  seu pai  Sebastião, homem gastador e  mulherengo,  conforme relata no autobiográfico "Solo de Clarineta". Como não prestigiar a menina que, diferente dele, idolatrava o pai,  considerando-o tão maior que o já consagrado escritor?

Apesar disso, alguns anos após, Érico passou a se queixar das moças Dutra, que não o cumprimentavam mais. “Essas Dutras estão muito exibidas”, teria dito o escritor e o reclamo foi levado à dona Tarsila, que questionou as filhas:

-  Nós estudávamos  no Colégio Sevigne e as freiras  nos disseram para ficar longe do Érico, que teria escrito livros obscenos,- explica hoje, entre risos, a tia Vanda.

- Aí a mamãe disse que não era para dar atenção às freiras e que devíamos  cumprimentar, sim, o vizinho nas caminhadas dele pelo bairro, junto com dona Mafalda .-  acrescentou.

E assim a cordialidade e a civilidade voltaram a reinar na Felipe de Oliveira.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Black Friday à Flávio Dutra

Sou daqueles que não resistem a uma oferta.. Imaginem o meu frisson com as promoções tipo Black Friday.  Nem a barulheira dos comerciais da TV anunciando todo o tipo de ofertas consegue aplacar minha voracidade consumista. Nos jornais, confiro os anúncios e os encartes e vou selecionando mentalmente o que tem potencial para ser adquirido. Não interessa a utilidade e a necessidade, porque oferta é oferta e assim se move o sistema . Adiro à onda por impulso, como convém ao comércio.

Por exemplo, fiquei de olho numa betoneira  de 130 litros, com  protetor de cremalheira, a R$ 949,00 à vista, um desconto de R$ 130,00. Também me agradou a serra circular, com rodinhas para transporte, equipamento profissional, a  R$ 799,00 à vista, ou em 12 x de R$ 75,00.  Achei  irresistível a oferta de vaso sanitário, com caixa acoplada, mas sem assento, a R$ 189,00, assim como a inversora de solda, tipo turbo, a R$ 539,00. Pena que é 220 volts. Mais os porcelanatos, acetinados e retificados, a R$ 29,90 o m2, se bem que vou precisar de massa corrida niveladora, encontrável a R$ 45,90 o balde de 26 kg, que pode ser reaproveitado.  Ofertas e mais ofertas.

Não, não estou fazendo reformas em casa, nem pensando em investir na construção civil, mas, como expliquei, não resisto a uma promoção. Por isso, sou tentado, ainda, a comprar aquelas cuecas boxer, diversas cores, a R$ 6,90, uma caixa térmica 20 litros a R$ 39,90, bonecas Barbie Fashion para as netas a R$ 14,90, cadeira tubular alta a 28,90 para desfrutar junto da piscina inflável de 1.000 litros – afinal, o verão está aí -  a incríveis R$ 99,90.


Desse jeito, lá se vai meu 13º salário, mas não consigo deixar de participar do evento promocional, quando mais não seja para dar minha contribuição ao incremento da economia do país.  A rigor, dos itens selecionados, só terei utilidade imediata para a caixa térmica, eis que minha verdadeira inserção no Black Friday será comprar um ou dois fardinhos daquela maravilhosa cerveja Pilsen, em lata de 350 ml, que está anunciada a R$ 2,88. É que não resisto a uma oferta, ainda mais de cervejas de qualidade.

sábado, 11 de novembro de 2017

Miniconto

Era tão politicamente correto que nas abordagens ao sexo oposto, perguntava:  "Permite um assédio?"

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Minha lista na Feira: omissões imperdoáveis


A Feira do Livro de Porto Alegre deste ano tem tantos eventos e lançamentos interessantes, especialmente de parceiros próximos, que cometi  imperdoáveis omissões quando citei, em texto anterior, as obras que vão compor minha sacola de aquisições e as presenças nas sessões de autógrafos.

Ladies first, começo com a queridona Marta Dueñas, poetisa de talento, mas que nesta quinta-feira, 2/11 estará envolvida com a obra “Empreendedorismo Feminino,  protagonistas de mossas vidas”, com autógrafos às 17h30. As organizadoras são Letícia Hoppe e Ionara Rech.  A Martinha é uma das protagonistas, corajosa empreendedora que é na Nano Biz Tools, além de qualificar esteticamente com sua presença qualquer evento. Perguntei a ela se representantes masculinos podem comparecer à sessão e como a resposta foi afirmativa, lá estarei.

Caco Belmonte, Paulo Motta,  Lucas Barroso e Isaac Menda que me perdoem, mas não vou lhes dedicar o mesmo espaço e elogios dirigidos à Martinha. O Exu Literário Caco Belmonte, que andava sumido das letras, reaparece com o título  “Lambuja”. As informações prévias sobre a obra – “um livro que tem história aparente e história subterrânea” – só aumentaram meu interesse para a sessão de autógrafos, dia 12, às 19h30. Vou querer saber, pra começar, como a lambuja entra na narrativa, que se promete densa.

Do Paulo  Motta e seu “As Crônicas da Pílula Lilás” as expectativas corresponderam porque já conheço a obra. O Motta, presidento  - ou será rei? – da república fictícia – ou será reino? – de Bulhufas é dono de um texto único e delicioso. Não canso de dizer que eu tenho inveja branca, preta e cinza do estilo dele, que teve no “Pandegas & Galhofas”, que me fazia rir sozinho, a primeira incursão literária. “Crônicas”, da Farol3 Editora, tem sessão de autógrafos no mesmo dia 12, só que às 17h30.

No dia 14, às 19h30, vou aos autógrafos de “Um silêncio Avassalador “, do Lucas Barroso, ex-colega na Prefeitura de Porto Alegre e o cara que me empurrou para tornar realidade a produção do “Crônicas da Mesa ao Lado”. É um baita parceiro e um baita escritor. Autor do romance “Virose”, a nova obra do Lucas é um livro de contos, dos quais tenho lido elogios ao conto “Quando fui puta”, que seria o ponto chave de tudo. Volto a dizer: reina grande expectativa.

No mesmo dia e horário do Lucas Barroso, o Isaac Menda autografa seu “Caminhos de Leite e Mel”, que já comecei a ler e recomendo. Advogado e cronista, Menda relata a trajetória de uma família, o clã Castile – a inspiração é sua própria família – desde a Inquisição espanhola até a chegada dos descendentes em novos países. A pesquisa bibliográfica valoriza o resgate feito pelo Menda.

São tantas os destaques na Feira – e espero não ter omitido nada mais – que não posso esquecer da sessão de autógrafos do  Dueto, parceria com minha querida Indaiá Dillenburg. Será no dia 16, das 18h30 às 19h30.