* Publicado nesta data em coletiva.net
Escrever uma crônica
semanalmente pode ser um desafio para muitos escritores. À medida que o tempo
passa, a pressão para criar algo novo e interessante toda a semana pode se
tornar esmagadora. Além disso, muitas vezes é difícil decidir sobre um tema e
encontrar inspiração suficiente para escrever uma crônica envolvente.
Por um lado, a crônica
semanal oferece uma oportunidade de se expressar e compartilhar suas ideias e
opiniões com o mundo. Ela pode ser uma ferramenta poderosa para conectar-se com
o público e envolvê-los em um diálogo significativo. (...)
Por outro lado, escrever
uma crônica semanalmente pode ser uma tarefa que consome muito tempo e pode
resultar em estresse e ansiedade. É importante lembrar que a qualidade da
crônica é mais importante do que a frequência com que é escrita. É melhor
entregar uma crônica bem escrita e envolvente a cada duas semanas do que
entregar uma crônica fraca ou sem sentido toda a semana.
(...)
Este é parte do textinho
sobre a angústia semanal que enfrento, só que não é de minha autoria. Quem
produziu o texto, em poucos segundos, foi uma inovadora e diabólica tecnologia
de inteligência artificial criada pela OpenAI, considerada líder mundial em IA
(o bilionário Elon Musk é um dos fundadores). Inovadora porque permite realizar
diálogos inteligentes, criativos e com facilidade, através do ChatGPT. Você
propõe um tema, uma questão, e a resposta é imediata, em inglês ou português.
Diabólica porque tende a substituir os especialistas de várias áreas,
especialmente quem é das Humanas, além de todos os mecanismos de buscas na
Internet, ao oferecer um texto pronto, sem erros gramaticais.
Dessa forma, o invento viria
ao encontro do que o historiador israelense Yuval Noah Harari, autor de ‘21
Lições para o Século 21’, está prevendo: que uma nova classe deve surgir até
2050, a dos inúteis, “uma vez que já temos algoritmos não-conscientes altamente
inteligentes que podem fazer quase tudo melhor do que os humanos”. Não há muito o que fazer, a não ser garantir
alguma forma de renda e ocupações para “esses supérfluos”, explica o
historiador.
No caso do ChatGPT
trata-se de um processo irreversível, assim como o carro elétrico ou a
impressora 3D. Não dá para ignorar ou cancelar, como se faz com os desafetos
das redes sociais, mas tirar da ferramenta o que ela tem de melhor, que é o
conhecimento quase infinito, embalado de forma bem didática. As novas gerações
não imaginam como era fazer pesquisas escolares/acadêmicas em tempo nem tão
antigo, pré-Google e similares.
O ChatGPT é um gigantesco
passo adiante no ambiente digital, com impacto no nosso dia a dia. Não é
preciso chegar a situação limite do escritor Theodore, do filme ‘Ela’ (2013),
que adquire um novo sistema operacional para seu micro, chamado Samantha e
acaba se apaixonando por ele, ou melhor por ela, afinal é o que justifica o
título do produção. Claro que é uma alegoria sobre a relação contemporânea e
incomum entre um humano e a tecnologia. Nem os geeks chegariam a tanto
em termos de paixão tecnológica.
Como é um processo em
teste, o ChatGPT ainda comete equívocos.
O protótipo em uso pode fornecer respostas plausíveis, mas incorretas e sem
sentido, admite a empresa e, assim, há o temor de que possa contribuir para a
disseminação de desinformação. A propósito, perguntado sobre quem comete mais
erros, a inteligência artificial ou a humana, o GPT saiu-se com uma resposta
digna de humanos: “Ambas
as inteligências, humana e artificial, podem cometer erros”.
Entretanto, antes de
demonizar o robô respondedor, faça como eu: acesse o chat.openai.com,
cadastre-se e, com espírito lúdico, explore as potencialidades oferecidas pela
tecnologia. Aproveite para perguntar sobre a sigla GPT.
Em tempo: achei muito
simplório o texto apresentado para o pedido que fiz: Escreva sobre o dilema de
produzir uma crônica semanal.
Em tempo 2: recomendo a editoria do coletiva.net para
verificar atentamente daqui pra frente os textos deste colunista, que
eventualmente sem inspiração, pode usar o ChatGPT como laranja.
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