*Publicado nesta data em coletiva.net
A coluna da semana
passada, com a história da troca de presentes que não houve em Xangai (https://coletiva.net/colunas/rolo-na-troca-de-mimos,426306.jhtmli),
até que rendeu comentários interessantes. A destacar o do ex-prefeito de Porto
Alegre, José Fogaça, uma das testemunhas da gafe que cometi ao não apresentar
num cerimonial com os chineses, o mimo que seria trocado com os anfitriões. O
presente seria o livro Cenas Urbanas, Paisagens Rurais, do consagrado fotógrafo
Eurico Salis, só que ao abrir o pacote que havia pedido para ser preparado pela
assessoria na prefeitura, deparei com dez exemplares de um relatório de gestão
e nada da artística obra fotográfica.
De trapalhada em
trapalhada, as autoridades da China, ao formalizariam o convite para Porto
Alegre participar da ExpoXangai 2010, ficaram sem o livro do Eurico Salis e
nenhum outro regalo, porque não seria o caso de ofertar-lhes o relatório sobre
os avanços da administração municipal da capital dos gaúchos. Importantes
avanços, mas incompreensíveis para os chineses.
Hoje, passados quase 15
anos do constrangedor episódio, ao ler a coluna em coletiva.net, Fogaça apontou
mais um equívoco a somar-se à falta do presente. Com bom humor, disse que o
problema não foi só o esquecimento dos livros do Eurico Salis, mas não termos
feito a impressão do relatório na forma de multitradução, incluindo o mandarim.
“Pelo menos nossos amigos chineses teriam uma leitura mais acessível no
banheiro”, acrescentou. Só pra lembrar, o pacote com os relatórios ficou no
banheiro do local onde ocorreu a cerimônia.
Já a responsável pelo
empacotamento errado, ao terceirizar a tarefa para um servidor que não entendeu
corretamente de quais livros se tratava, relembra receosa: “Tu queria me matar quando
soube que foi o material errado”. Verdade. O que salvou a moça foi a distância
de mais de 19 mil km em rota aérea entre
Xangai e Porto Alegre. Mas ainda hoje, quando lembro do episódio, sinto ganas
de cometer um assessoricidio.
Na posterior viagem à China,
acompanhando a comitiva de Porto Alegre para a participação na grande feira
mundial de 2010, lembro que ganhei de presente dos chineses uma gravata vistosa
e um pregador com uma pequena pérola incrustrada e agora fiquei na dúvida se mantenho
os mimos no meu acervo pessoal ou encaminho para o patrimônio da prefeitura. Vou
aguardar o desfecho do caso do Bolsonaro e as joias da Arábia Saudita para
tomar uma decisão. Pode ser, ainda, que o período para devolução já tenha
prescrito...
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