Depois de uma certa idade, cidadãos de bem como eu ficam
sujeitos à brincadeiras, no mínimo, de
mau gosto. Diria mais, indo ao encontro destes tempos de atitudes politicamente
corretas: somos alvo de verdadeiros casos de bullyng. Bullyng na terceira
idade.
Fui vitima dessa insidiosa manifestação ao participar
da abertura da exposição Do Fotograma ao Cinema que marca uma nova etapa do
Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa, agora sob a garra, a energia e a liderança de Beth
Corbetta. Pois, foi só adentrar ao
recinto onde ocorreria a cerimônia e encontro o Márcio Pinheiro, jornalista com
grande inserção na área da Cultura. Nos
saudamos efusivamente como dois companheiros de antigas jornadas, mas, ato seguinte,
o safado do Márcio, fez uma advertência:
- Não deixa eles te etiquetarem.
- Como assim, Márcio?
- É que estamos num museu, num museu de Comunicação e,
de repente, o pessoal da casa pode achar
que já tens idade para fazer parte do acervo. Aí te colocam uma etiqueta
explicativa...
Sorte do Márcio é que eu estava de sangue doce, tanto
assim que repassei a brincadeira adiante, identificando, entre os presentes,
outras potenciais figuras para o acervo.
- Poiss jeu ssou no
maxxximo peçça da área kidsss dessse
achceervo, - se incluiu o Márcio,
com sua inconfundível língua presa, que faz
a alegria do nosso comum amigo Jorge
André Brites em memoráveis imitações e, para mim, funciona agora como
retaliação à maldade cometida.
Maldades e brincadeiras à parte, é importante registrar
o trabalho da Beth e da equipe que conseguiu reunir e mobilizar no Hipólito da Costa, situado ali na rua da Praia com Caldas Junior e que
homenageia o patrono da imprensa brasileira.
Com parcerias e apoios públicos e privados o pessoal conseguiu recuperar
o histórico prédio e reabrir a instituição para os visitantes e especialmente para
os pesquisadores.
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