Um instigante exercício a ser feito é descrever como
os analistas relatariam as causas da derrota de Marchezan, se este fosse o caso. Certamente falariam das suas intermináveis caminhadas pela cidade nos programas de TV, dando a
entender que caminhava demais para compensar seu pouco conhecimento da cidade. A
equipe de Comunicação seria responsabilizada pelo equívoco.
Alegariam ainda que
seu pavio curto se manifestava nos debates em respostas ríspidas e agressivas
às investidas do adversário. Desconstituiriam suas propostas, especialmente as
dos pardais denunciadores de carros roubados e a do atendimento médico por
telefone. Parece que estou lendo: ¨O eleitorado não se deixou enganar por tais propostas¨.
Mais ainda: apontariam que o fato de não assumir que fora governo no
município e no Estado seria decisivo para a rejeição do eleitorado, que havia
flagrado a deslealdade.
Falariam da falta de apoio explícito das lideranças
nacionais do partido e do aporte financeiro dos mais ricos. Até o porte físico em comparação com o
adversário seria cotejado: ¨Ele era sempre sorridente mesmo diante de temas
complexos, enquanto o oponente se revelava sisudo, preocupado com os problemas em debate¨, alguém por certo escreveria.
Não faltariam outros exemplos, mas a verdade
verdadeira é que a história é escrita pelos vencedores.
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