*Publicado nesta data em Coletiva.net
No sábado, 29, vivenciei
na sede da Associação Riograndense de Imprensa duas situações muito
gratificantes: a entrega das premiações aos vencedores do Prêmio Nacional de
Reportagem Esportiva/ Aceg 80 anos e o lançamento do livro ACEG 80 anos –
1945-2025. Os eventos fizeram parte das celebrações pelas oito décadas de
atuação da Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos, nascida como Associação
dos Cronistas Esportivos de Porto Alegre/ Acepa.
No concurso de
reportagens, com 94 inscritos, ficou evidenciada a qualidade dos trabalhos
apresentados, de média para superior, tanto nas categorias profissionais como
universitárias. Essa constatação contraria as críticas que tenho ouvido e lido
com frequência sobre a atuação da crônica esportiva gaúcha, que viveria um
momento de baixa, enfrentando uma crise de identidade e credibilidade, pois
estaria dissociada dos interesses do público.
Pela amostra das matérias que concorreram no Prêmio, de uma garotada
promissora e vocacionada, nas redações e
na academia, me arrisco afirmar que há
futuro, sim, na crônica esportiva, especialmente no setor da reportagem. Chama
a atenção a presença cada vez maior e sempre qualificada, das mulheres no
jornalismo esportivo, igualmente entre as profissionais e as estudantes.
Quem sabe daqui a alguns
anos, essa gurizada possa estar presente com seus depoimentos num livro que
comemore 100 anos da Aceg, complemento da obra que resgata a história de 80
anos da entidade, lançada também no último sábado.
Com 180 páginas e
fartamente ilustrado, o livro teve uma edição primorosa do jornalista e editor
Fernando di Primio. Dividida basicamente em três pilares, a obra resgata a
história dos esportes no Rio Grande do Sul nessas oito décadas; rememora – além
da própria trajetória da ACEG – a evolução, os grandes feitos e as grandes
coberturas de nossa crônica esportiva no mesmo período e apresenta deliciosas
crônicas – histórias vividas – de 32 cronistas esportivos especialmente
convidados e que constituem a parte essencial dessa história. Apresenta, ainda,
uma pequena biografia dos 24 presidentes da entidade, desde Cid Pinheiro
Cabral, o primeiro, a Rogério Amaral, o atual.
De minha parte, escalado
para o time dos cronistas convidados, resgatei parte de um texto, intitulado O
Profissional da Adrenalina, que publiquei num 8 de dezembro, data em que se
comemora o Dia do Cronista Esportivo:
“A data, comemorada no
mundo inteiro, segundo registros nada confiáveis, é creditada a Aulus Lépidis, que seria o primeiro
cronista esportivo ao descrever, num 8 de dezembro, um duelo entre
escravos e leões, no jornal Acta Diurna, de Roma. Aulus acabou ele
mesmo devorado por animais famintos, jogado às feras por Marcelus Brunos, o
domador dos leões, cuja esposa teria um caso amoroso com o primeiro mártir do
jornalismo esportivo. Que história, hein!
Fico pensando em como
esse episódio seria contado pela imprensa esportiva da época e tenho certeza de
seria uma cobertura ágil, detalhada, emocional e opiniática, com muita
adrenalina, portanto, porque esses atributos – positivos ou negativos –
fazem a essência da atividade. A verdade é que a crônica esportiva já nasceu
sob o signo da controvérsia e isso é inevitável em se tratando de uma editoria
que envolve competições e rivalidades – vide o nosso Grenal.
Não conheço cronista
esportivo que não seja apaixonado por seu trabalho e aos que ficaram e aos que
virão meu reconhecimento e um abraço parceiro. Boa adrenalina pra vocês!
E vida longa a nossa ACEG”.
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