segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

A crônica esportiva tem futuro

*Publicado nesta data em Coletiva.net

No sábado, 29, vivenciei na sede da Associação Riograndense de Imprensa duas situações muito gratificantes: a entrega das premiações aos vencedores do Prêmio Nacional de Reportagem Esportiva/ Aceg 80 anos e o lançamento do livro ACEG 80 anos – 1945-2025. Os eventos fizeram parte das celebrações pelas oito décadas de atuação da Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos, nascida como Associação dos Cronistas Esportivos de Porto Alegre/ Acepa.

No concurso de reportagens, com 94 inscritos, ficou evidenciada a qualidade dos trabalhos apresentados, de média para superior, tanto nas categorias profissionais como universitárias. Essa constatação contraria as críticas que tenho ouvido e lido com frequência sobre a atuação da crônica esportiva gaúcha, que viveria um momento de baixa, enfrentando uma crise de identidade e credibilidade, pois estaria dissociada dos interesses do público.  Pela amostra das matérias que concorreram no Prêmio, de uma garotada promissora e vocacionada,  nas redações e na academia,  me arrisco afirmar que há futuro, sim, na crônica esportiva, especialmente no setor da reportagem. Chama a atenção a presença cada vez maior e sempre qualificada, das mulheres no jornalismo esportivo, igualmente entre as profissionais e as estudantes.

Quem sabe daqui a alguns anos, essa gurizada possa estar presente com seus depoimentos num livro que comemore 100 anos da Aceg, complemento da obra que resgata a história de 80 anos da entidade, lançada também no último sábado.

Com 180 páginas e fartamente ilustrado, o livro teve uma edição primorosa do jornalista e editor Fernando di Primio. Dividida basicamente em três pilares, a obra resgata a história dos esportes no Rio Grande do Sul nessas oito décadas; rememora – além da própria trajetória da ACEG – a evolução, os grandes feitos e as grandes coberturas de nossa crônica esportiva no mesmo período e apresenta deliciosas crônicas – histórias vividas – de 32 cronistas esportivos especialmente convidados e que constituem a parte essencial dessa história. Apresenta, ainda, uma pequena biografia dos 24 presidentes da entidade, desde Cid Pinheiro Cabral, o primeiro, a Rogério Amaral, o atual.

De minha parte, escalado para o time dos cronistas convidados, resgatei parte de um texto, intitulado O Profissional da Adrenalina, que publiquei num 8 de dezembro, data em que se comemora o Dia do Cronista Esportivo:

“A data, comemorada no mundo inteiro, segundo registros nada confiáveis, é creditada   a Aulus Lépidis, que seria o primeiro cronista esportivo ao descrever, num  8 de dezembro,  um duelo entre escravos e leões, no jornal Acta Diurna, de Roma. Aulus  acabou ele mesmo devorado por animais famintos, jogado às feras por Marcelus Brunos, o domador dos leões, cuja esposa teria um caso amoroso com o primeiro mártir do jornalismo esportivo. Que história, hein!

Fico pensando em como esse episódio seria contado pela imprensa esportiva da época e tenho certeza de seria uma cobertura ágil, detalhada, emocional e opiniática, com muita adrenalina, portanto,  porque esses atributos – positivos ou negativos – fazem a essência da atividade. A verdade é que a crônica esportiva já nasceu sob o signo da controvérsia e isso é inevitável em se tratando de uma editoria que envolve competições e rivalidades – vide o nosso Grenal.

Não conheço cronista esportivo que não seja apaixonado por seu trabalho e aos que ficaram e aos que virão meu reconhecimento e um abraço parceiro. Boa adrenalina  pra vocês! E vida longa a nossa ACEG”.

 

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

O Desculpante

* Publicado nesta data em Coletiva.net.

Sempre que me envolvo em eventos tenho lidado com um tipo peculiar: o Desculpante. É aquela pessoa que arranja toda a sorte de desculpas para não comparecer ao evento para a qual foi convidada e cuja presença, é importante frisar, seria voluntária. São viagens inesperadas, consultas médicas de urgência, compromissos familiares impostergáveis, reuniões de trabalho em horários tardios. Aparece de tudo, até o sincero “esqueci”.  Tem ainda uma subcategoria que já avisa que fará “o possível para comparecer” e isso, na verdade, é a senha para a ausência certa e para acionar o modo desculpa.

Como já estou acostumado com esses procedimentos e não sou de guardar ressentimentos com  os faltosos – afinal, repito, os convites não implicam obrigatoriedade – acho até divertida a situação. Gostaria apenas que o pessoal fosse mais criativo e ampliasse o leque de justificativas.

De minha parte, que não tenho muita paciência e disponibilidade para tantos eventos que se oferecem, especialmente em finais de ano, sou seletivo nas presenças. Quando compareço,  dou meu prefixo no local e depois de ser bem notado e cumprimentado saio à francesa.

Sessão de autógrafo são um martírio para mim, eu que deveria ser condescendente porque pelo menos duas vezes por ano estou colocando meus garranchos em livros que produzo. Só que desenvolvi uma técnica que dá celeridade ao processo: é autógrafo, foto e um rápido diálogo. Se for uma caldável, ainda tem direito a um gracejo respeitoso. 

Para os lançamentos dos amigos, procuro sempre ser o primeiro a chegar e receber o autógrafo. Se a fila é inevitável começo a dar recados  para os da frente, a fim de  que evitem as resenhas com o autor. Nem sempre funciona e acho que tenho colecionado alguns desafetos com essa atitude incivilizada, reconheço. É que a minha intolerância à filas é mais forte do que  minhas amabilidades, diferente da maioria dos meus iguais veteranos, que adoram uma aglomeração para colocar as conversas em dia, criticar os governos, falar das artes dos netos, dos achaques da idade e das novidades em  receitas de remédios. Nesses casos, nem preciso de desculpa para passar longe dessa chacrinha.

 

REFLEXÕES PROVOCATICAS, MAS NEM TANTO PORQUE O XANDÃO ESTÁ ATENTO

1.      Bolsonaro preso após convocação do filho Flávio para mobilização de apoio ao pai.

1.1.Com filhos como estes Bolsonaro nem precisa de adversários.

1.2.Tudo indica que a prisão de hoje é aquecimento para a Papuda.

2. Na COP, a expressão Mapa do Caminho é a  maior e talvez única  novidade do mega encontro.

3. O fogo na COP pode ser interpretado como um aviso de uma manifestação da natureza contra os bla-bla-bla e a não preservação dos outros elementos.

4. COP meio cheio ou COP meio vazio, eis a questão!

5. Indicação do Lula para substituir Barroso: o STF está precisando mesmo de um Messias?

5.1. O Messias vai ter que fazer milagres para ser aprovado no Senado, que preferia Rodrigo Pacheco para a vaga.

6. Quer dizer então que o Vorcaro, do Banco Master, tem muitos amigos graúdos nos três poderes da República?

6.1. Quanto vale uma delação premiada desse sujeito?

6.2. Ou, seja, quem tem, tem medo.

6.3. Ou, ainda, quem não deve, não teme, nem treme.

7. Ouvido na mesa ao lado: "Quem não deve é porque não tem crédito..."

8. Ouvido na mesa ao lado, repleta de certas lideranças políticas: “Quando ouço uma sirene não sei se corro ou me escondo...”

9. Ouvido na mesa ao lado 3: "Este cara da mesa ao lado está ouvindo toda a nossa conversa..."

10. Mega da Virada é fichinha perto da roubalheira do INSS.

11. Constatação: o que tem de narrador ruim, na mesma proporção da quantidade de jogos exibidos na TV.

12. Tenho observado nas redes sociais uma qualidade a mais na primeira-dama da República: é uma exímia dançarina.

13. Nunca despreze o óbvio. Ele pode conter a verdade.

14. Impressionante como as “especialistas” se produzem pra dar entrevistas na Globo..

14.1. 1Já os “especialistas” aparecem de qualquer jeito.

15. Certas atrizes deveriam processar a Globo e tentar proibir reprise de novelas antigas onde atuaram...quando eram magras, esbeltas, sem pés de galinha e interpretavam, no máximo, personagens de jovens mães e não de avós como agora,

16. Pra encerrar vai uma da Categoria Que Bobagem: O trenó com as renas é o auto de Natal do Papai Noel.

17. Por um fim de semana sem sofrimentos esportivos, roguemos com fervor.

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Acadêmicos sem pauta

*Publicado nesta data em Coletiva.net

A palavra do ano em 2025 é um número: 67, ou six-seven em inglês.   A escolha é do dicionário on line dictionary.com, que analisou com sua equipe de lexicografia buscas no Google, tendências em redes sociais e frequência em notícias. O significado do termo exige esforço e boa vontade: “67” virou um símbolo de humor, atitude e energia nas trends – o que está em alta - mas sem significado literal. O encanto e relevância da expressão estariam justamente nisso:  ela não quer dizer nada, mas diz muita coisa pela forma como é pronunciado,  vê se pode!

O mais inusitado no processo são as justificativas para a decisão final. Três fatores teriam impulsionado a ascensão vertiginosa de “67” para o lugar mais alto no podium de A Palavra do Ano: a música “Doot Doot (6 7)”, do rapper Skrilla, vídeos virais de basquete no TikTok que popularizaram o termo e o "The 67 Kid", um garoto que repetiu a expressão exaustivamente em um jogo, transformando-a em meme. Ou seja, uma escolha baseada em uma realidade autenticamente norte-americana, que virou febre a partir da Geração Alfa, dos nascidos após 2010.

Só pra lembrar, em 2024 a palavra do ano foi  “brain rot" ("cérebro apodrecido" ou "atrofia cerebral"), e em 2023 foi o “rizz”, termo geralmente citado em postagens relacionadas ao charme para atrair parceiros em potencial. Ambas as escolhas foram da conceituada universidade britânica  de Oxford. Hoje,  quem lembra dessas palavras?

Isso posto, me dou o direito de pensar que os doutos acadêmicos de Oxford e de outras instituições igualmente prestigiadas devem estar sem pauta relevante para essa imersão sazonal em busca da tal palavra do ano. Gostaria de participar como mero espectador da reunião dos lexicologistas  em que a palavra é escolhida entre tantas que ficaram em evidência durante o ano.  Será que os debates são acalorados? Grupos internos torceriam por essa ou aquela palavra? Haveria lobistas externos pressionando para emplacar seu termo favorito, buscando algum tipo de vantagem? Existiriam interesses escusos por trás da escolha?   E, afinal, qual a utilidade de reverenciar a Palavra do Ano? Eis um detalhe que não consigo alcançar.

Como estou adiante do meu tempo, embora seja das gerações baby boomers dos nascidos entre 1945 e 64, já cheguei ao  69, que está acima do agora celebrado 67. Reservo-me o direito ao silêncio obsequioso para não prestar mais esclarecimentos sobre minha preferência pelo 69, que está expressa no livro Quando Eu Fiz 69, lançado em setembro de 2019 e esgotado no mercado.

Não vai faltar quem diga:  “Quanta bobagem!”.  É verdade, mas quem começou foram os acadêmicos sem pauta de Oxford.

REFLEXÕES PROVOCATIVAS PARA COMEÇAR A SEMANA

1. Emoções é que não faltam no Brasileirão:  na parte de cima da tabela, entre os que namoram o rebaixamento e nos que querem escapar da degola. Haja coração!

2. Pior do que estar na segunda página da classificação é fazer conta para escapar do rebaixamento,

3. Enquanto isso, não custa lembrar: amanhã tem jogo da Seleção. Mas é amistoso.

4. A única verdade perene do futebol é o resultado.

4.1. Todo o resto só serve para pauta de programas de debates e discussões em boteco.

5. Constatação esportiva: a tal SAF não livra clube do descenso nem é garantia de título.

6. No Novembro Azul e em dia de eleição o dedo fica muito importante.

7. Bobagem revisitada: Estudo recente mostra que 99% dos mendigos que pedem "um dinheiro pra comer" não comem o dinheiro... (by Rafael Dutra).

8. Confusão em fábrica de tecidos sempre dá pano para mangas.

9. É Black Friday ou Fake Friday?

10. Ouvido na mesa ao lado: “O que não é a meu favor é golpismo!”

11. Golpe pra valer foi o que aplicaram nos aposentados do INSS.

12.  Toda a segunda-feira devia ser feriado.

13. Divagação de início de semana: o atual período passará a história como a Era Opiniática!

14. Bobagens revisitadas:

14.1. Pra ficar politicamente correto vou passar a me assinar Flavie.

14.2.  E vou passar a adotar margem de erro de 3% na contagem da idade: isso significa que posso estar com uns 72 anos...

15. Já estou com saudades da Feira do Livro.

16. Merchan da casa : às 10 da matina tem HISTÓRIAS & ESTÓRIAS DO MUNDO DA BOLA no canal 525, TV Minuano, hoje com a presença da secretária da Copa de Porto Alegre, DÉBORA GARCIA e a jornalista e editora CLAUDIA COUTINHO. Reapresentação às 10 da noite.

17. Merchan da casa 2: hoje é dia de coluna semanal em Coletiva.net. O tema é instigante: “Acadêmicos sem pauta”. Não perda.

sábado, 15 de novembro de 2025

REFLEXÕES EM DIA DE FERIADO REPUBLICANO

1. História recontada: Proclamação da República agora tratada como golpe contra o Império.

1.1. Ah, se o Xandão estivesse lá em 1889!  

2. Com manifestações todos os dias, a sigla COP vai ganhar um novo significado: Como Organizar Protestos!

3. Acabaram os Congressos, Seminários e afins. Agora só existem Summits!

4. Nova Mãe de Todas as Batalhas Esportivas: Pior gestão é de Alberto Guerra x Pior gestão é de Alessandro Barcellos.

4.1. Até empate é mau resultado neste caso.

5. Ditado da hora: Mais previsível que defesa da dupla Grenal levar gol.

6. Ditado da hora 2: Mais estacionado do que o Inter na tabela.

7. Pior do que os maus resultados são as explicações nas entrevistas.

7.1. Outra: pior do que errar é ouvir “eu avisei”;

8. Única vantagem da tal Data Fifa é que a gente está livre por uma semana dos vexames e sofrimentos da dupla no Brasileiro.

9. Da postagem alheia revisitada: “Tamanho não é documento e dinheiro não traz felicidade. (autor desconhecido, pobre e de pinto pequeno)”

10. Da série Sou do Tempo...em que as rádios transmitiam as listas dos aprovados no vestibular.

10.1. Ainda existe o vestibular? Ou enem vestibular existe mais?

11. Esse negócio do Facebook recordar postagens passadas me deixa vexado. Quantas bobagens já cometi, quantas besteiras já escrevi...
12. Em certas brigas dos chamados cachorros grandes no Brasil, a gente deve pedir desculpas aos cachorros pela comparação.

13. A crise tá ficando séria: acabo de ver o anúncio de Aluga-se no prédio de uma imobiliária...

14. Dúvida pertinente: Curadoria tem a ver com medicina ou nada a ver?

15. Outra bobagem: "Reconhecimento de firma" é para a iniciativa privada. Para o serviço público a denominação correta é "reconhecimento de repartição"....

16. Juro que ouvi na mesa ao lado: “Que belo latifúndio glúteo tem aquela ali!”

17. Contagem regressiva: faltam 40 dias para o Natal.

18. Mercham da casa: hoje às 5 da tarde, na Feira do Livro, Cláudia Coutinho e este que vos fala seremos entrevistados pelo polivalente José Alberto Andrade no Show de Bola da Rádio Gaúcha sobre a Corrida dos Jornalistas e outras questões mais.

 

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

REFLEXÕES LIGEIRAS E PROVOCATIVAS PARA COMEÇAR A SEMANA

1 A  Dupla Grenal em ritmo de Enem: nem Brasileiro, nem Copa do Brasil, nem Libertadores, nem Sul-americana

2.“Inter virou SAF: sofrimento, angústia, fracasso”. (da postagem alheia)

Inter tem dupla de treinadores. Consequência:  equívocos em dobro.

3. Ouvido na mesa ao lado: ¨Pior do que a ameaça do rebaixamento é a angústia da espera...

4. O torcedor colorado é antes de tudo um forte.

5. No Grêmio, goleada só no resultado das eleição para presidente.

6.O que foi feito das peladonas portoalegrenses, de grande visibilidade há uns 10 anos?

6.1. Já sei, já sei: “Não dá sugestão!”

7. Ouvido na mesa machista ao lado: " Tu és mulher pra mais talheres; deixa essa exclusividade de lado..."

7.1. Mais machista só o técnico Ramon Diaz.

8. O Alexandre de Moraes abomina o apelido de Xandão, mas não se importa de ser chamado de Alexandre, o Grande!
9. Ouvido na mesa ao lado2: “O que tem de marmanjo ansioso para que o Novembro Azul chegasse logo!”

10. Ouvido na mesa ao lado 3: "Não, não vou a Feira do Livro. Tem muita brochura lá..."

11. Ditado da Hora: “Mais discurseira do que reunião pré-COP 30”.

12. Por uma semana primaveril e a volta do horário de Verão, roguemos com fervor.

13. Merchan da casa: hoje é dia de Histórias&Estórias do Mundo da Bola, com  a presença de Renato Marsiglia e Luiz Antonio Corazza. Ao vivo, às 10 da matina e reapresentação às 10 da noite, no Canal 525, TV Minuano.

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

REFLEXÕES LIGEIRAS PARA PENETRAR NO NOVEMBRO AZUL

1. No exame de próstata recomenda-se sempre uma segunda opinião.

1.1.O que abunda não prejudica.

2. Noite de Rivotril para os gaúchos no Campeonato Brasileiro.

2.1. Assino pelos empates agora.

3. Gremistas e colorados preocupados: vem aí uma Data Fifa. Depois dela, os dois times têm jogado menos ainda...

4. No Brasil, tudo termina em CPI. Ou em nada.

5. Sessão repeteco:

5.1.  Ouvido na mesa ao lado: ” Me diz-me quem é teu ex e te direi quem és...”

5.2. Da Postagem Alheia: O mais nobre dos cachorros é o cachorro-quente, que alimenta a mão que o morde! (by Paulo Motta)

5.3. .Da postagem Alheia 2: Ideia para um canal pornô: Metflix (by Marcio Pinheiro)

5.4. .Outra ideia: Netfucks.

6. Alexandre de Moraes age como se presidente do STF fosse.

6.1. Deve dar uma ciumeira!

6.2. Não dever ser fachin para o presidente da Corte conviver com isso (argh)

7. Constatação: as dietas dão uma fome!

7.2. Constatação 2: vida saudável cansa!

8. Depois do Criança Esperança, da mega operação no Rio, vamos ter os fartões do Exame do Enem e da COP 30.

9. Horário de Verão, já!

 

domingo, 2 de novembro de 2025

REFLEXÕES DOMINICAIS PÓS-HALLOWEEN

1.Doçuras ou travessuras? Sou mais as travessuras...

1.1. Mas não é a mesma coisa?

2. Ouvido ontem na mesa ao lado

- Hoje vou colocar minha roupa de bruxa?

- E precisa?

3.  Reconhecimento: Caldáveis fantasiadas de bruxas transformam as bruxas em fadas!

4. Neste domingo, mais um feriado sem graça. Em compensação, o que vai ter de feriadão no ano que vem.

5. Da série Sou do Tempo em qjue...no Finados as rádios só tocavam música clássica, de preferência réquiens !

6. Hoje, reportagem sobre Finados sem matéria no túmulo do Teixeirinha não tem valor..

7. Minha grande aspiração é ser entrevistado e anunciado como "este especialista" pelas redes de TV. Só não sei qual a especialidade.

8. Não estaria faltando na grade das programadoras de TV um canal  assumidamente LGTB ? A audiência potencial é crescente.

9. O nome fantasia pode ser Arco Iris TV ou TV Diversidade.

10. A palavra da  noda para o pessoal do futebol é anímica (o).

11. Dá gosto conferir como os repórteres falam animicamente sobre o anímico,

12. Constatação: o que o VAR está apitando no campeonato brasileiro!

12.1 Só falta receber o troféu de Craque do Jogo.,

13. A mais grave das fake news é alegar que uma verdade é fake News.

14. 1Por mim, podem contraditar à vontade. Pior é a indiferença!

15. Pergunta que não quer calar: O que é feito do Faustão?

16. Já o Galvão Bueno nunca apareceu tanto como agora...em comerciais na TV

17,Refletir cansa! Acho que vou me recolher ao silêncio obsequioso por um tempo

18. Gostaria de saber o nome desse tal de Operador Nacional do Sistema Elétrico. O cara parece ser poderoso...

18.1 Falar nisso, volta Horário de Verão.

19.Por um domingo sem vexames para o futebol gaúcho, roguemos com fervor.



segunda-feira, 27 de outubro de 2025

A plateia dos impertinentes

 Publicado originalmente em  6/11/2023

Venho sendo torturado em eventos por discursos longos,  palestrantes chatos e plateias impertinentes. Dos discursos longos, livrai-me ; dos palestrantes, mesmo os chatos , tenho confessada inveja por não estar no lugar deles, desfilando minha sapiência  em defesa de uma tese qualquer; dos participantes impertinentes, prefiro distância porque não tenho mais paciência para certos procedimentos. Sou um autêntico idiota da objetividade, como diria Nelson Rodrigues, por isso minha tolerância à enrolação é baixíssima. Por enquanto, vou me deter sobre os tipos que pululam nas plateias das conferências e palestras  e me fazem revirar inquieto no assento e maldizer a presença ali.

Começo pelo Autobiográfico, aquele que, antes de fazer a pergunta, conta uma história sem nenhuma importância em que ele é protagonista e tem atuação decisiva. A história deveria fazer conexão com a pergunta, normalmente uma obviedade qualquer. Sua palavra preferida é “Eu”.

O Autobiográfico é muito parecido com o Exibido, que levanta uma tese, que só ele acha relevante, para sustentar uma pergunta tão rasa que pode ser respondida com Sim ou Não. Sua expressão preferida é “na minha opinião”. Com frequência, ele nem faz questionamentos, apenas se pavoneia para terminar com um “era isso, obrigado”, esperando aplausos, que são escassos ou não vem.

Dias atrás, participando de importante evento, tive minha atenção desviada do conteúdo da palestra por um tipo estreante, pelo menos para mim: o Repetidor. A cada frase do palestrante, ele ecoava a parte final. Não satisfeito, pontuava todas as assertivas com um comentário, de aprovação ou contrariedade, como se estivesse a dialogar com o conferencista. Fiquei tão atucanado com o Repetidor que aí mesmo é que não prestei atenção nas recomendações da palestra sobre um tema da hora, que me interessava muito.

Esse tipo fagueiro se confunde, às vezes, com o Contestador que, munido de dados e argumentos que destoam da essência da exposição, faz uma pergunta que vai permitir a apresentação do seu showzinho de conhecimentos, com réplicas e tréplicas, constrangendo o palestrante. Fico com  vergonha alheia do sujeito, que tem explicação para o seu procedimento:  “Sou pelo contraditório”, no caso dele, sem limites.

O Breve #sqn  é aquele que promete “ser sintético” e emenda, no que seria a pergunta, um palavrório  de não menos de cinco minutos, que será sempre maior, muito maior, que a resposta. Lembro que em um congresso em que participava, o palestrante, um conceituado acadêmico, encerrou o assunto, respondendo “Você tem toda a razão”.  Detalhe é que o Breve #sqn se considerou elogiado e ficou todo faceiro por ter “toda a razão”.

Tem ainda o Cerimonioso que se dirige ao “ilustre palestrante, de notório saber”; o Intelectual, também conhecido como Opiniático, prenhe de teses e citações antes de fazer pergunta; o Burraldo, que não entendeu nada da exposição, mas, mesmo assim, arrisca uma participação que provoca olhares penalizados do resto da plateia;  e o Engraçadinho, que tenta arrancar risos da assistência com uma história jocosa, nem sempre consegue, mas não perde a pose.

A fauna dos inquisidores impertinentes é bem maior que os exemplares aqui citados, todos em busca de notoriedade, por curta que seja, indo ao encontro do grupo humano que mais cresce entre nós: os Sem Noção.

 

domingo, 26 de outubro de 2025

REFLEXÕES LIGEIRAS E MALEDICENTES DOMINICAIS

1. Preparem-se: vamos tomar um fartão de Criança Esperança nos próximos dias.

1.1. Consta que em breve será lançado o Inter Esperança!

2. Cada vez que me deparo com uma foto de formatura da Comunicação, lembro aquela música do Lupicínio: "Esses moços, pobres moços/ Ah, se soubessem o que eu sei"...

3. Modernidade: agora tudo é consequência da IA.

3.1. É a virose do momento.

4. Pra quem gosta de eleição, a disputa pela presidência do Grêmio vai ser um prato cheio.

4.1. Já os colorados vão ter que aguentar a atual direção por pelo menos mais um ano.

4.2. Haja coração!

5. Ouvido na mesa ao lado: "As academias e o silicone trouxeram grandes benefícios para os calipígios femininos"

6. Ouvido na mesa ao lado, com testemunhas: "`Pra que investir em camisolas se ultimamente tenho dormido sozinha?!"

7. Ouvido na Mesa ao Lado, cheia de mulheres: "Não come esse doce porque se não tuas roupas vão encolher".

8. Certas atrizes devem odiar essas reprises das novelas: elas eram tão mais caldáveis. antes!

9. Ditado reciclado: Tudo vale a pena quando a grana não é pequena.

10. Se o Var fosse um time em que posição estaria na tabela?

11. Campeonato a parte: parece que a disputa dos clubes no Campeonato Brasileiro não é pelos pontos, mas pra ver quem usa as camisetas mais exóticas.

12. Desempenho da dupla grenal  é um eletrocardiograma. Resultado: torcedor bipolar!

13. Está chegando a hora em que a matemática entra em campo no Campeonato Brasileiro.

14. MercadoPago, Bradesco, Livelo, não adianta mandarem avisos porque não tenho não tenho milhas a recuperar nem fiz compras ultimamente.

14.1. Tentem outro golpe.

15. Da postagem alheia: “Me chama de sexta-feira e diz que ficou a semana inteira esperando por mim!”

15.1. Uau!

16. 1Saudade do horário de verão!

17. Agora estou só pela Feira do Livro.

 

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Eu matei Odete Roitman

*Publicado nesta data em Coletiva.net

Já gostei mais de novelas, mas agora prefiro as séries e os filmes dos streamings no horário  dos dramalhões. Tem séries  para todos os gostos e como  paciência não é o meu forte para acompanhar as de duas ou mais temporadas, prefiro as minisséries, aquelas de maratonar numa tarde. Dos filmes, assisto até aos indianos e filipinos para me livrar da novela.  Vale também o mesmo critério da impaciência para duração da trama televisiva,  além dos argumentos repetitivos, os núcleos que precisam contemplar, em nome da inclusão, todas os segmentos identitários e os elencos renovados, sem empatia com o público.

Entretanto, sou obrigado a reconhecer que a Globo acertou em cheio com o remake de Vale Tudo, tanto assim que se repetiu o fenômeno de  todo o Brasil querer saber quem assassinou a vilã Odete Roitman (Débora Bloch). As mais prementes questões nacionais  e internacionais foram relegadas ao segundo plano diante do mistério criado pelo roteiro.

É bem verdade que a Globo colocou todo o peso da sua liderança e expertise  sobre as tramas da novela, criando expectativas e direcionando situações em variados programas,  de forma a manter sempre em alta o interesse em Vale Tudo. Até os programas esportivos entraram no ritmo do Vale Tudo, com algumas brincadeiras que não chegam a surpreender porque, cada vez mais,  a cobertura esportiva virou entretenimento. O resultado é que os índices de audiência, que é o que interessa porque vão impactar na comercialização dos espaços,  responderam bem aos esforços da Globo. Se não foram índices maravilhosos, pelo menos a novela conseguiu deter a queda de audiência do horário,  o que, aliás, tem  afetado a programação das tvs como um todo em todos os horários. A  audiência no principal mercado, a grande São Paulo, acumulava a média de 23,3 % até  13 de outubro, mas o capítulo de “morte” de Odete Roitman atingiu 31%, o maior índice no horário desde 2023. O interessante é que dados preliminares indicam que a audiência média no capítulo final baixou para 29,17 em São Paulo, contra 39 pontos no Rio.

De minha parte, retomo as premissas do  primeiro ´parágrafo, para confessar que eu matei Odete Roitman.  Foi de forma figurada, é claro,  porque não havia me dignado a assistir a um capítulo sequer da novela,  nem mesmo  o da morte, que virou atentado, da malvada personagem. Só que acabei assistindo ao capítulo final porque fiquei sem acesso ao Netflix. Acho que foi retaliação da Globo pelo meu desinteresse.  De qualquer forma, acompanhei todo o desenvolvimento da trama, bastando para isso ficar atento à profusão de chamadas diárias ao longo da programação.

 Houve um tempo que essas antecipações nas situações eram pecado mortal para quem produzia e para quem era telespectador cativo dos teledramas, que se sentiam enganados por acabarem com as surpresa da trama.  Agora, os distintos telespectadores foram  domados, podem conferir o que que vai acontecer nas chamadas e nas colunas especializadas e nada reclamam porque o que interessa é participar do show, mesmo que passivamente. Essa estratégia não vale, porém, para acabar com o necessário suspense quanto ao desfecho do enredo, como em Vale Tudo, que, avalio eu, virou um anticlímax com a ressurreição de Odete Roitman. A propósito, que capítulo final bem chocho!    Mas é assim que mais um campeão de audiência acontece, mesmo com minha assumida indiferença, diante da total indiferença da Globo com a minha indiferença

Em mais uma tentativa de reverter o cenário morno da audiência, o trunfo da nova novela das 9 é a volta de Aguinaldo Silva, autor do primeiro sucesso de Vale Tudo. Entretanto, prevejo que   a próxima atração vai precisar mais do que três graças para repetir o interesse gerado pela sua antecessora. De minha parte, vou dar uma espiada de vez em quando só para ver a Sofie Charlote.

domingo, 19 de outubro de 2025

Politicamente (In)Correto

*Publicado em Colertiva.net em 13/10/2025

Essa compulsão pelo politicamente correto me deixa desconcertado, para dizer o mínimo. A coisa chegou a tal ponto que o politicamente correto atingiu o mundo animal, via pets. Por exemplo, os cães que conhecíamos como vira-latas, os caramelos errantes, os bandos de sarnosos agora são chamados de “cães comunitários”.

Fico imaginando se os cães, promovidos à nova condição, não estão latindo de forma diferente, com menos estridência e mais sociabilidade. Os carteiros, entregadores de pizzas e do gás, certamente agradeceriam. Mais ainda, se pudessem se expressar, os mais exibidos exigiram ser chamados de Pet Comunitário ou até mesmo Dog Community e se fossem adotados não aceitaram ter donos, mas tutores, que é a designação modernosa para o provedor. Parece que a Disney até está pensando em trocar o título daquele desenho clássico para A Dama e o Cão Comunitário.

Brincadeiras e exageros à parte, nem tenho certeza de que chamar de cão comunitário caracteriza como politicamente correto. Vale esclarecer, porém, que o politicamente correto não nasceu ontem, só que agora está mais presente nas relações cotidianas. E tem quem ache que apenas mudando o nome das coisas, está feito o enquadramento e as relações se enobrecem. Afrodescendente e povos originários me parecem exemplos notórios e tenho até medo de fazer referência aos termos usados até então para não ser taxado de politicamente incorreto, rotulado de fascista e alvo de cancelamentos.

Nessa linha, o politicamente incorreto aparece com outras designações, outras formas de agir, como bullying e preconceito, atitudes reprováveis, com ou sem rótulos.  Que os transgressores sejam responsabilizados e recebam os rigores da legislação, mas me poupem dos excessos na intepretação do que é do que não é, da chatice dos que policiam o comportamento alheio e fora com as hipocrisias de quem nos grupos de Whats faz todo o tipo de piadas inconvenientes e nas redes públicas posa de soberano do politicamente correto.

E deixem os vira-latas, sem outras titulações. zanzarem livremente pelas comunidades;

 

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

REFLEXÕES PRÉ-FERIADO DOMINICAL

1. Vem aí o Dia da Criança e olhando essas lindas fotinhos de pessoas quando pequenas fico me perguntando como algumas se transformaram em autênticas tribufus...

1.1. O tempo é cruel com certas pessoas.

1.2. Já eu evito colocar minhas fotos de criança porque na maioria apareço peladinho.

2. Ouvido no bastidor político: “Sou contra as pesquisas eleitorais, exceto as que me favorecem”

3. Ouvido no bastidor politico 2: As pesquisas detectam as tendências, mas não detectam a velocidade das mudanças”.

4. E o Trump, hein! Candidato ao Nobel da Paz?

4.1. Acho que para ele deveria ser criada uma categoria especial: Nobel da Paz com Ameaças!

5. Pérolas de Max Nunes:

- "O difícil de confundir alhos com bugalhos é que ninguém sabe o que são bugalhos."

- "Há certas coisas na vida que a gente não pode deixar passar. Principalmente se for goleiro."

- “Com quantas mentiras se faz um desmentido?"

6. Os mimos que eu esperava no Dia do Idoso acho que virão no Dia da Criança.

7. Ah, a Primavera: alergia é a alegria dos ácaros...

8. Que chatice essa tal Data Fifa. A gente fica sem poder cornetear nossos times e flautear os adversários.

9. E vem aí o Grenal Literário. Reina grande expectativa.

10. Que IOF, Tarifaço, Trump & Lula, que nada. O Brasil quer mesmo saber quem matou Odete Roitmann.

11. No final das contas, a culpa é da autora da novela.

12. Segue nossa infatigável campanha: Volta Horário de Verão!

domingo, 5 de outubro de 2025

REFLEXÕES LIGEIRAS DOMINICAIS

1.Nada de novo até agora para os gaúchos na rodada do Brasileiro: é perde e ganha e choro contra as arbitragens.

1.1.O problema agora é a Data Fifa, que tem o poder de piorar o que já é ruim.

2. O cúmulo de torcida é vibrar com gol anulado pelo VAR

2.1. Tem decisões das arbitragens de futebol que lembram as pesquisas eleitorais...sempre tem margem de erro.

3. Ditado da hora: Mais incerto que encontro do Trump com Lula.

4.. Falem mal do Trump, mas o Hamas leva a sério dos recados dele. Falta o Netanyahu,

o Putin, o Maduro, o Lula...

5. Das bobagens alheias: “Se você cair, eu estarei lá!” (O Chão)

6. Da série Sou do Tempo...em que barber shop era conhecido por barbeiro ou barbearia.

7. Passou mais um Dia do Idoso e nada de mimos.

8. .Passou também o Dia dos Santos Anjos da Guarda. O meu já foi mais exigido.

9. Pelas amostras de agora, tudo indica que a campanha eleitoral do ano que vem será uma carnificina.

10. Da postagem alheia: “Meu sonho é ver os políticos brigarem pelo povo com a mesma força que o povo briga nas redes sociais”.

10.1. Outra: “É preciso amar as pessoas como se não houvesse eleição”.

11. Sempre que alguém fala “colunista” eu ouço “comunista”. Será paranoia?

12. A propósito, sou só colunista.

13. Saco, vem aí mais um feriado em domingo!

14. Ouvido na Mesa ao Lado: "Só gosta de segunda-feira quem tem amante no trabalho". (By Z. F.)

15. É metanol ou meta em nós, seus falsificadores de m...

16. Alô, Lula: a volta do Horário BRASILEIRO de Verão é também uma questão de soberania.

 

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

O que faz a ociosidade!

* Publicado nesta data em Coletiva.net

De vez em quando é conveniente tratar de temas menos áridos. Por isso, me permito  divagar hoje sobre paralelepípedos. Sim, paralelepípedos. A primeira lembrança que tenho desse objeto é do animado carnaval da  rua Carazinho, no bairro Petrópolis. A Carazinho começa na Protásio Alves e hoje se vai até a Nilópolis.  Mas aqueles anos 1960 o Carnaval ocorria  apenas na primeira quadra e era promovido pelo casal que tinha um posto dos Correios, em frente ao qual, no outro lado da rua, ficava o coreto de madeira, modestamente ornamentado, de onde saia a animação, microfone em punho, do homem do casal.

- Agora está chegando a tribula (...) descendo a avenida, maltratando os paralelepípedos.

Eu tinha 9 ou 10 anos e ficava encantado com  aquela movimentação, sem entender., porém, como o animador não conseguia pronunciar tribo – as tribos tinham presença forte no carnaval de então - mas paralelepípedo saia sem erro, sílaba a sílaba, mesmo que maltratado pelos passistas fantasiados de povos originários. “Descendo a avenida” até se justificava porque aquele trecho da Carazinho, a partir das Protásio Alves, tem um declive bem acentuado. Entretanto, até hoje não entendo por que acusava as “tribulas” de maltratarem os paralelepípedos. Talvez quisesse dar conta da animação dos carnavalescos, cheios de penas e cocares.

Poucos anos mais tarde, nas aulas de geometria, me reencontrei com os paralelepípedos, agora como um prisma, com seis faces, sendo que duas são idênticas e paralelas entre si, conforme a descrição dos livros. Só então é que me dei conta de porque as pedras de calçamento são conhecidas, dado a seu formato, de paralelepípedos. Hoje, nas principais ruas e avenidas nem podem mais ser maltratados por passistas animados, eis que a maioria está coberta por asfalto.

Aí vem o questionamento: a troco de quê o responsável por este valorizado espaço resolve escrever sobre os prosaicos paralelepípedos? Ocorre que tempos atrás me desafiei a imitar Chico Buarque, na antológica Vai Passar, e dar relevância ao paralelepípedo:

Vai passar
Nessa avenida um samba
popular
Cada paralelepípedo
Da velha cidade
Essa noite vai
Se arrepiar
Ao lembrar
Que aqui passaram
sambas imortais.

Claro que nem de longe tenho um mínimo do talento do genial compositor, mas superei o desafio, mesmo maltratando o vernáculo, como as “tribulas” maltrataram os paralelepípedos no Carnaval da rua Carazinho. Vale reprisar  que o mote para esta crônica não tem qualquer importância e surpreendo-me ao constatar que o assunto rendeu pelo menos cinco parágrafos.  O que faz a ociosidade!