*Publicado nesta data em Coletiva.net
Certas postagens do Reels, que eventualmente acompanho, estão cada vez mais apocalípticas. Não satisfeitos em me confundirem, lançando dúvidas ou garantindo certezas sobre a presença de ETs entre nós, os especialistas em universo agora tratam de eventos que podem ocasionar o fim do nosso planeta como o conhecemos hoje. Assumem aquele ar grave e despejam um monte de informações e dados técnicos que reforçam o pânico diante de um evento caótico que estaria se aproximando. Já dá para antever, como nos filmes, os automóveis congestionando as estradas e as elites escapando nos últimos voos. É inevitável lembrar também do asteroide de cerca de 10 km de diâmetro que caiu há 65 milhões de anos na região onde hoje é o México e, por seus efeitos, dizimou os dinossauros e todos os organismos vivos existentes então na Terra. Só depois é que vem o complemento de que a anunciada colisão da galáxia Andromeda com a nossa Via Láctea é para daqui a bilhões de anos. Deverá ser um espetáculo e tanto para quem sobreviver até lá.
Entretanto, tem outro evento no radar dos catastrofistas, previsto para bem mais breve e com grande potencial de gerar preocupação entre os terráqueos. Trata-se do recém descoberto asteroide 2024 YR4, uma rocha com cerca de 40 metros de largura por 90 de comprimento, que se aproxima da Terra com chance de 1 em 53 de impactar algum lugar do planeta. Tem até data em que isso poderá acontecer: 22 de dezembro de 2032. Amanhã, portanto, em tempo do cosmo. As chances de cair aqui até já foram maiores, ou 3,1%. A nova previsão significa que há 98,5% de chances de que o asteroide, que é grande o suficiente para destruir uma cidade, não cause problemas à Terra. Roguemos para que a previsão dos experts funcione.
Repito que não me conformo com esses especialistas que tratam dos perigos que nos rondam como se eles fossem ocorrer na semana que vem, sem tempo para que possamos construir um bunker ou fugar para as montanhas. Ficamos em sobressalto até entender que que somos apenas um pálido pontinho azul no espaço sideral, como mostrou a câmera da nave Voyager 1 e que o universo segue seu ritmo e em expansão acelerada, ditada sei lá por quem. E tem que ter muita pontaria para acertar um planeta apenas médio do sistema solar, do sol que é uma estrela de tamanho médio e só mais uma das mais de 100 bilhões da via Láctea, que é apenas uma entre bilhões, quiçá trilhões, de galáxias do universo observável. Assim fico bem mais tranquilo com a nossa insignificância, se bem que um tanto depressivo por pertencer a, apenas, um pálido pontinho azul. Acho melhor parar de assistir a essas postagens alarmistas.
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