*Publicado nesta data em coletiva.net
Neste tempo de Inteligência Artificial/IA, que pode manipular imagem e voz de
qualquer pessoa, é tempo também de educação midiática. Em ano eleitoral
esse processo se faz mais necessário diante das desinformações que ameaçam os
eleitores. O TSE já regulamentou o uso da IA para o processo municipal deste
ano, incluindo alguns dispositivos controversos, como o que prevê a
responsabilização das plataformas digitais e provedores de internet no caso de
conteúdos que contenham discursos de ódio ou teor antidemocrático, entre
outros.
O objetivo é combater a disseminação de fake news e até um organismo,
com o pomposo nome de Centro Integrado de Enfrentamento e Defesa da Democracia
(Ciedde), foi criado no âmbito do TSE para fiscalizar e coibir a desinformação
no período eleitoral. A iniciativa é prenhe de boas intenções, mas restam
sérias dúvidas se será eficaz na sua operação. Diante dos múltiplos agentes
atuando nas sombras do mundo digital e mais a evolução permanente das soluções
disponíveis para o bem e para o mal, conseguirá o TSE rastrear todos os malfeitos
e identificar as fontes dos mesmos?
É hora dos cidadãos se mobilizarem para fazer frente a enxurrada de fake
news que o processo eleitoral potencialmente pode produzir. As
organizações da sociedade civil devem deixar de ser uma abstração e
participarem dos sistemas de alerta, não apenas como denunciantes, mas com
ações preventivas e efetivas.
A Associação Riograndense de Imprensa (ARI) vai fazer sua parte. Lançará no dia
16 uma campanha educativa para se somar às inciativas dos órgãos públicos. A
entidade acolheu, de imediato e sem restrições uma proposta do seu conselheiro,
o experiente jornalista Armando Burd, para que interviesse no processo contra
as informações manipuladas, cumprindo sua missão de promover os valores da boa
prática jornalística.
A campanha se presta também para incentivar a educação midiática, que tem como
objetivo desenvolver a capacidade das pessoas de identificar diferentes mídias,
garantindo que saibam diferenciar quando as informações são confiáveis ou não.
Importante acrescentar que a educação midiática não se limita apenas às
postagens na internet, mas a todos os veículos de comunicação. Nesse
sentido, o chamamento da ARI é para que o cidadão exerça seu direito e seu
dever de duvidar do que vê, ouve e lê, e dê preferência e confiabilidade à
imprensa desempenhada por profissionais. Deixo mais detalhes para
o lançamento do dia 16, ainda dentro do mês em que se celebra o Dia do
Profissional Jornalista, ocorrido na data de ontem.
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