Enquanto a maioria dos
candidatos a cargos majoritários promete diminuir o número de secretarias e
ministérios, eu empreenderia uma campanha na contramão desse encolhimento
demagógico e oportunista. E criaria um conjunto de novas estruturas estatais,
pois identifico importantes áreas desassistidas ou sem controle pelo poder
público. Assumiria, porém, o compromisso de buscar para comandá-las os quadros
mais capacitados, profissionais de reconhecido saber, um time de notáveis, como
o Grêmio.
Daria prioridade ao
Ministério da Gastronomia, da Enologia e do Lúpulo, para qualificar ainda mais
a boa mesa tupiniquim, com a garantia de que as iguarias seriam
corretamente harmonizadas com a carta de vinhos. Haveria um departamento
exclusivo para cervejas, sendo terminantemente proibidas licenças de fabricação
para as de trigo, de banana, de chocolate e, especialmente, a de erva-mate.
Convidaria para assumir esse ministério o Rodrigo Hilbert, que me parece ter um
perfil adequado ao cargo, além do que a primeira dama da pasta poderia ser a
mestra de cerimônia dos eventos ministeriais. Um luxo. Para o departamento de
Veganos cogitaria a irmã da Preta Gil, a Bela Gil e suas receitas saudáveis.
Já o Ministério do
VAR seria criado para dar uma resposta à questão transcendental da arbitragem
esportiva, que tanto aflige os brasileiros e tantas polêmicas provoca, com alto
potencial de geração de conflitos e desordens. Portanto, trata-se de assunto
sério, de coesão social e segurança nacional, que não pode ficar sob a
responsabilidade daqueles incompetentes da CBF. A ação desse ministério
começaria com o futebol e seria estendida a outros esportes e jogos, inclusive
bocha, bolão, truco e cancha reta. Para dirigir a pasta será convidado Arnaldo
Cesar Coelho, que já anunciou o desejo de se aposentar da Globo. Galvão Bueno
nem para a posse será convidado.
O Ministério das
Redes Sociais virá para regular a zorra em que se transformaram essas
manifestações, mas pode ser substituído por uma empresa pública, a Brasredes,
que vai atuar com severidade para coibir abusos, desaforos, assédios, fake
news, pedidos de correntes, fotos de pets e de comilanças. Serão vedadas
expressões como 'bora lá', 'aí é que me refiro', os KKKKs, Hahahas, e
falsidades tipo 'linda!', 'amo muito!' e recados que ninguém entende. Flautas
esportivas serão permitidas e até incentivadas, afinal, é preciso dar alegria
ao povo. Em princípio, pensei para liderar esse importante ministério uma
parente que entende tudo de redes sociais e se move por rígidos padrões éticos,
mas não faltaria quem me acusasse de nepotismo, por isso, a vaga ainda está em
aberto.
O Ministério da
Imprevidência vai assumir todos os problemas que emperram o Ministério da
Previdência, inclusive o pagamento de pensões indevidas e aposentadorias acima
do teto, e, assim, permitir que este cumpra seu papel de garantir uma
aposentadoria digna aos brasileiros. Difícil vai ser encontrar um imprevidente
para assumir o novo ministério.
Por fim, será
criado o Ministério das Utopias, entregue a um dos atuais candidatos, que
prometem o paraíso na terra sem explicar como chegar lá. O ministro terá toda a
liberdade para fantasiar projetos e projetar fantasias, nada que se viabilize,
mas mantendo-se entretido, sem atrapalhar as outras ações governamentais.
Reconheço que o Lula já tentou algo semelhante com o filósofo Mangabeira Unger
- que se apresentava também como teórico social - e a então Secretaria de
Assuntos Estratégicos. Era erudição demais para o ex-presidente e a tal
secretaria foi extinta.
O projeto todo de ampliação
do gabinete ministerial é ambicioso, só falta um partido corajoso abraçá-lo, de
preferência, um radical de centro que banque uma candidatura inovadora.
Em tempo, antes que
me interpretem mal: é brincadeira, gente, se bem que perto de algumas propostas
que ouvi na atual campanha, as besteiras aqui sugeridas nem são tão risíveis
assim.
Pensem nisso quando
forem votar no próximo domingo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário