* Publicado na ZH de 10/08/2018 - páginas 42,43
A torcida gremista e parte da mídia esportiva
precisam encarar uma cruel realidade: o Grêmio não
é um supertime. Ao contrário, tem inúmeras fragilidades. A ficha caiu no jogo contra o
Flamengo pela Copa do Brasil, quando o time de Renato foi
envolvido no segundo tempo, sem conseguir a reação que dele se esperava.
A constatação de que o Grêmio sofria demasiadamente
para superar adversários retrancados soma-se agora à incapacidade de se impor
frente a times mais qualificados, como foi o caso do Flamengo e, anteriormente,
do São Paulo, quando precisou se superar para virar o jogo. Pela Libertadores, derrota de 2 a 1
para o Estudiantes, voltou a mostrar suas fragilidades.
Do jeito que está, o Grêmio passou a ser Everton
dependente ou Maicon dependente, e a conclusão a que chego é que só atingiu a
posição em que se encontra, disputando três competições simultâneas, porque a
maioria dos clubes brasileiros se nivela por baixo. A exceção fica com o
Flamengo, que perdeu para o
Cruzeiro pela Libertadores na última quarta-feira, mas conta com
jogadores de alto nível técnico e tem um grupo cheio de alternativas
qualificadas.
Enquanto isso, o Grêmio pena nas reposições e com
as peças fundamentais que estão deixando a desejar. André ainda não decolou, é
irregular. E depender de Jael é difícil. Luan flutua pelo campo e oscila em
atuações irregulares. Cícero é cumpridor, mas dá uma saudade danada de Arthur.
Os laterais são medianos e seus reservas comprometem, isso para citar algumas
fragilidades da equipe e do grupo. Restam o polivalente Ramiro, uma zaga
excepcional e um goleiro que é ótimo. A troca de passes do time de Renato,
aliás, já está manjada pelos adversários. É preciso criatividade neste
momento.
Apesar de tudo, o Grêmio não está proibido de
ganhar as competições de mata-mata, da qual é especialista. Já o Brasileiro é
bem mais difícil.
O Grêmio poderá chegar mais longe nesta temporada
se souber reconhecer suas fraquezas e buscar formas de solucioná-las.
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