E tem aquela história do nosso amigo, cujo nome não posso declinar,
que voltou a se apaixonar pela ex, a ponto de enviar mensagens melosas, dando
conta da sua saudade dos velhos tempos. Antes desse gesto radical ele postou
uma foto com a nova namorada, em represália à foto da ex com seu novo parceiro,
exibida também nas redes sociais.
Aqui é preciso acrescentar que a ex é no mínimo 15 anos mais jovem que o
nosso amigo, que agora se emparceirou com uma moça que regula de idade com ele,
qualquer coisa ali pelos 40 anos. O cotejo de idade entre a ex e a atual tem
sido doloroso para ele, daí os apelos endereçados ao antigo amor. A foto dela
com um rapagão sorridente, ambos esbanjando felicidade, foi como se uma ferida,
quase cicatrizada, fosse reaberta.
- Não paro de sonhar com aqueles nossos momentos -, foi a mensagem dele.
- Não paro de sonhar com aqueles nossos momentos -, foi a mensagem dele.
A resposta foi como um torpedo naquele coraçãozinho amoroso e enciumado:
- Agora que eu descobri o vigor da juventude não quero mais saber de
velharias. Vai procurar tua turma e me esquece.
A resposta, na verdade, foi menos civilizada, mas o sentido do recado
foi o mesmo da frase substituta e mais do que suficiente para provocar grande
prostração, depressão mesmo, no nosso amigo.
Pessoa querida, ele pelo menos recebeu o apoio moral e palavras de
conforto de seus parceiros mais experimentados nas armadilhas do amor.
Aureliano foi um deles:
- Os apaixonados perdem a noção da realidade, cometem bobagens, ficam
piegas, mas isso passa, meu amigo -, repreendeu e aconselhou Aureliano.
- Já passei por isso e sei como é -, acrescentou.
Mas nosso amigo não se deu por vencido e pelo jeito não levou a sério a
recomendação do conselheiro, tanto assim que pretende fazer uma investida que
considera definitiva: vai pedir a moça em casamento.
Não torço contra, mas acho que não vai dar certo. Nosso amigo tem
vocação para solteirão e, além disso ou por isso mesmo, não parece disposto a
abandonar as mordomias da casa dos pais.
De tudo o que me contaram desta
singela, mas algo dramática história, só fiquei encafifado com a resposta da
ex, apelando para a expressão ¨velharia¨, dando a entender que nós, os
representantes da tal velharia, já estaríamos na fase do ¨era bom¨. Protesto
com veemência e com ponto de exclamação! Se bem que quem tenta escapar das
relações com a sua turma até que merece esse tipo de resposta. Já aviso que não
é o meu caso.
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