Encontro minha querida amiga Ema em um evento festivo. Encontrá-la
nessas circunstâncias é sempre uma festa dentro da festa, porque a conversa rola
fácil e divertida, e os causos, dos quais careço para alimentar o ViaDutra, vão
surgindo um atrás do outro.
Pra começar ela conta o ocorrido com um candidato a vereador lá da
Fronteira, homem íntegro e despachado que, porém, decidiu substituir as pilchas
do dia a dia por uma vistosa fatiota e com ela enfrentou um comício num bairro
da periferia. O resultado foi desastroso.
- Vocês me conhecem e não devem se impressionar com a minha roupa. Sou candidato
agora mas não esqueço minhas origens: já fui um chinelão como vocês!
Os chinelões não perdoaram e, então, uma promissora carreira
política se foi pro beleléu.
Na mesma cidade, rico fazendeiro largou a esposa e - surpresa
geral - se emparceirou com a dona do principal prostíbulo da chamada
“zona”. O escândalo provocado na conservadora cidade não demoveu o
cidadão do relacionamento. A explicação certamente estava na justificativa da
nova parceira, quando confrontada, perfil à perfil, com a ex-titular, mulher
rica, linda, bem educada, recatada e do lar.
- É, mas nas hora do remele xoxo sô mais a véia aqui!
E, assim, consta que foram felizes para sempre.
Por fim, dona Ema relata que foi assediada, numa breve fase de
solteirice, por dirigente de uma tribo carnavalesca.
Dona Ema é do bem, mas detesta gente sem noção, especialmente do
naipe masculino.
- Lá sou eu mulher de me encantar com cinco contos!
E completou:
- E nem vem com mesadinhas de três mil e quinhentos porque também não
tem conversa.
A referência aos depósitos mensais feitos por um ex-deputado à uma
rainha de escola de samba foi logo e bem entendido por quem participava da roda
de causos.
Dona Ema tem cada uma...
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