* Publicado nesta data em Coletiva.net
Domingos atrás, no Manhattan
Connection,o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso foi absolutamente
didático ao explicar o que o governo
Bolsonaro deveria fazer para conseguir a
aprovação das reformas, especialmente a da Previdência: Comunicação!
Comunicação para ganhar o apoio da sociedade antes dos votos do legislativo, ensinou. E, num raro momento
de humildade em se tratando de FHC, revelou que, como pouco entendia de Economia, seu principal papel como
ministro da Fazenda, quando da implantação do Plano Real, foi fazer a
comunicação das mudanças. Bingo!
Jair Bolsonaro
precisaria se inspirar na lição de FHC se quiser levar adiante seu projeto de
reformas e os avanços prometidos. Entretanto, o que diferenciou o candidato
Bolsonaro dos outros concorrentes na eleição – uma comunicação pontual, curta e
direta, que se mostrou extremamente eficaz-
parece faltar ao presidente Bolsonaro. E o que se observa agora é um bate-cabeça preocupante, denúncias
pipocando aqui e ali, idas e vindas, a Damares, o Queiroz, o Bebianno,a intromissão dos filhos, um excesso
de porta-vozes além do general (mais um!) Otávio do Rêgo Barros e nenhuma politica de Comunicação, a não
ser que acabar com a Bonificação
por Volume, o BV da Publicidade, e fustigar a Rede Globo
sejam os focos dessa a política.
Diferente da campanha eleitoral, não dá para fazer
comunicação governamental só na base das redes sociais, como um Trump
tupiniquim. Isso até pode funcionar como aviso de pauta e ter
reverberação, mas o processo vai precisar da mídia tradicional, dialogar com seus
profissionais, para chegar à sociedade
como um todo e assim buscar cotas de boa vontade e adesões.
Além disso, o próprio
presidente deve evitar a repetição de um
erro básico quando energiza uma
fragilizada oposição, respondendo pessoalmente, ou por seus seguidores
próximos, às provocações petistas.É tudo que a Gleise e sua turma querem para
fomentar um terceiro turno. Sem contar que a
cada dia amplia o leque de adversários, disparando contra
pesos pesados como a CNBB e o presidente da OAB. Mais desgastes, menos apoios
de segmentos importantes.
Governar é cumprir uma maratona e Bolsonaro ainda nem
correu os 100 metros rasos. Ou seja, dá
para recuperar o tempo perdido,
mas esse processo deve começar logo, antes
que o capital de confiança e esperança
conquistado nas urnas, com mais de 57 milhões de votos, se dilua a cada episódio
polêmico.
Parafraseando um mote
da campanha de Bill Clinton em 1992
contra Bush pai (“É a economia, seu
idiota!”) e nada a ver com recente e
desastrada manifestação do Faustão (“o idiota que está lá”), vale transformar
em mantra bolsonariano o recado: “É a Comunicação, seu idiota!”.
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