As atuações e o
comportamento de Neymar estão dividindo mais os
brasileiros do que coxinhas e petralhas. Por isso mesmo não tenho dúvida
em escalá-lo, ao lado de Cristiano Ronaldo e Messi, nas figurinhas douradas do
meu álbum da Copa até aqui. O CR7
dispensa justificativas e Messi figura neste pódio porque sua trajetória em copas tem a
dramaticidade de um tango, com o perdão do clichê. E aí a comparação com seu
predecessor Maradona é inevitável. Carreira por carreira, sem maledicência, a
de Maradona na seleção argentina dá de dez na de Messi.
Mas falemos de Neymar, o
menino Ney como passou a ser chamado, não sei se carinhosamente ou de forma
debochada. É assim a vida de Neymar no momento: motivo de acaloradas opiniões
contra a e favor. O pênalti desmarcado contra a Costa Rica existiu ou foi mais teatro?
O choro após o jogo foi sincero ou mais uma encenação? São apenas dois exemplos
das polêmicas que as atitudes de Neymar provocam.
Fui buscar nas redes
sociais, ainda sob a adrenalina do sufoco que foi o jogo contra a Costa Rica,
uma seleção de frases sobre o desempenho do menino Ney, frases espirituosas
algumas, cruéis outras, de gente que não
quer saber se ele ainda está fora de
ritmo ou se ressentindo das pancadas dos adversários.
A maioria das postagens faz referência
ao cai-cai do craque, como esta, cujo autor desconheço: “A sorte de Neymar é
que ele joga ao lado de Jesus. Cada vez que ele cai, Jesus fala: ‘Levanta-te e
anda’. Mais esta: “Esse meu Brasil é um cai, cai, quando o Ney não cai, o Tite
cai”. (Euzebio Francisco). ” O Neymar em pé faz um gooooool!!!!”(Luiz
Gustavo Bordin). Mais uma nessa linha, dura não apenas com o jogador: “Neymar cai. Tite cai. Temer que é
bom, nada.” (Niria Steckel).
Aproveito o gancho da postagem da Niria para lembrar
a postagem que cometi: “Desse jeito o Neymar vai bater o Temer em rejeição.” Meu
amigo Claudio Mércio pegou mais pesado ainda: “Eu
não tenho vergonha de ser brasileiro. Eu tenho vergonha é do Neymar “. Nada, porém,
superou a imprensa britânica que classificou o comportamento do atacante com
quatro adjetivos depreciativos: “Mimado,
resmungão, dramático e trapaceiro”
De minha parte ainda tentei ser condescendente,
comentando numa postagem do Juremir Machado, que “o problema do Neymar é que não
tem consciência da grandeza dele”. Para comprovar que o assunto divide opiniões, fui contraditado
em seguida num comentário de Silvana Superti: "O problema do Neymar é que ele não tem consciência da pequenez dele. Infantil, arrogante e desonesto". Na linha dos britânicos...
O caso recebeu inclusive versões ideológicas nas redes. Tem gente garantindo que Neymar age como um direitista fanfarrão e, para outros, por ser muito reclamão só pode ser esquerdista.
A verdade é que o menino Ney tem boas chances de se recuperar diante
de seus mais ferozes críticos. Basta se manter mais tempo em pé, marcar mais
alguns gols e contribuir decisivamente para o hexa. Já o Temer, citado e comparado aqui,
nem a seleção campeã salva.
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