As duas moças passam alegres, abanando
com máscaras de Papai Noel e saudando todas as tribos que transitam no calçadão
de Ipanema nos primeiros horários da manhã: “Feliz Natal, Feliz Natal”.
Mais adiante, o jovem corredor corre distribuindo “boa dia” a todos os
passantes. E difícil não se contagiar pela espontaneidade das manifestações e
eu, sempre tão recatado, fico com vontade de também sair cumprimentando e
abraçando a todos e a todas, com prioridade para o gênero feminino.
No primeiro momento achei que os gestos eram resultado da proximidade do Natal, que tende a amolecer corações e nos tornar mais afetivos, mesmo que um tanto melancólicos. Mas já tinha observado as duas moças compartilhando alegria em outras oportunidades e recebo cumprimentos de um número cada vez maior de caminhantes nas minhas deambulações matinais. Estaria ocorrendo uma nova onda para espargir gentilezas e convocações à alegria?
No primeiro momento achei que os gestos eram resultado da proximidade do Natal, que tende a amolecer corações e nos tornar mais afetivos, mesmo que um tanto melancólicos. Mas já tinha observado as duas moças compartilhando alegria em outras oportunidades e recebo cumprimentos de um número cada vez maior de caminhantes nas minhas deambulações matinais. Estaria ocorrendo uma nova onda para espargir gentilezas e convocações à alegria?
Gostaria de pensar que , de fato, os melhores valores humanos estão se sobressaindo neste início de terceiro milênio, mas logo vêm a dúvida diante de uma atitude que está grassando nos EUA| e já chegou aqui. Funciona assim: um grupo de jovens escala um deles para a missão de agredir alguém, normalmente um cidadão desavisado, o cara vai lá, dá um cacete na vítima e volta para receber os aplausos da turma, que segue para outro “desafio” do gênero.
Outro dia, em frente ao Shopping Praia
de Belas, um pacato ciclista foi agredido ao amanhecer com um taco de beisebol
por um jovem saído de um carrão importado, que depois arrancou cantando pneu.
Por sorte e por estar de capacete, o agredido escapou sem maiores consequências.
Nos EUA as forças policiais simplesmente não sabem como lidar com essa onda
malévola e aqui o temor é que essa agressividade se propague sem controle.
Não sei quanto a vocês, mas esse contraponto
desqualificado ao espírito de Natal me
traz de volta a melancolia, uma quase depressão, quando deveria estar
celebrando o renascimento da alegria, da gentileza e da solidariedade.
Apesar de tudo, desejo a todos um Natal
em que a sensibilidade se afirme e se sobressaia.
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