segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Frases, frases 2

* Publicado nesta data em Coletiva.net

Para a campanha eleitoral que já começou sugiro aos nobres candidatos que se inspirem nas lições dos grandes pensadores e dos especialistas em política e ação governamental. Aqui vão alguns exemplos, com a devida vênia da nossa maior especialista e companheira deste espaço, Elis Radman:

“O melhor programa econômico de governo é não atrapalhar aqueles que produzem, investem, poupam, empregam, trabalham e consomem”

Irineu Evangelista de Sousa, o Visconde de Mauá

“A corrupção é o cupim da República”

Ulysses Guimarães

“Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam”.

Platão

“Errar é humano. Culpar outra pessoa é política”.

Hubert H. Humphrey

“Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”.

Magalhães Pinto

“A ocasião faz o aliado”.

Antônio Carlos Magalhães

“A política é uma coisa séria demais para ser deixada nas mãos dos políticos”.

Charles de Gaulle

“Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem”.

Bertolt Brecht

“O povo é a bola de pingue-pongue entre direita e esquerda”.

Luna Di Primo

“O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta”.

Maquiavel

“Governar é fazer acreditar”.

Maquiavel

“Os homens têm menos escrúpulos em ofender quem se faz amar do que quem se faz temer, pois o amor é mantido por vínculos de gratidão que se rompem quando deixam de ser necessários, já que os homens são egoístas; mas o temor é mantido pelo medo do castigo, que nunca falha”.

Maquiavel 

“As injúrias devem ser feitas todas de uma só vez, a fim de que, saboreando-as menos, ofendam menos: e os benefícios devem ser feitos pouco a pouco, a fim de que sejam mais bem saboreados.”

Maquiavel

“Se você pensa que existe uma fórmula pronta, igual a uma receita de bolo, para conduzir uma campanha eleitoral e ganhar a eleição, é bom estar preparado; seu adversário será vitorioso. Pois vence o que melhor se adapta às mudanças do percurso”.

Sivall Simões

“Em política, o pior cego é o que só vê as obras, os fatos. Os eleitores decidem seu voto em base à imagem que têm dos candidatos, mais do que o que fizeram ou o que prometem fazer”.

Cesar Maia

“Em campanha eleitoral é zero de voluntarismo. Não dá pra errar. É checar, rechecar e chechecar”.

Marcos Martinelli

“Confie, mas cheque”.

Ronaldo Reagan

“A visão do governo sobre economia pode ser resumida em frases curtas: se a coisa se move, taxe-a; se continuar em movimento, regule-a; se ela parar de se mover, subsidie-a.”

Ronald Reagan

 

 

domingo, 25 de agosto de 2024

REFLEXÕES AGOSTINAS DOMINICAIS

1. Grêmio e Inter ainda tem objetivos pela frente: 1. Escapar do rebaixamento: 2. Ficar na frente do outro na tabela: 3. Vencer o Grenal do returno.

1.1. Só que o mais importante objetivo deve ser começar a planejar 2025.

2. Ditado reciclado: Mais incompetente que gremista decidindo por pênaltis

3.Tem mulheres que parecem tombadas pelo Patrimônio Histórico: são intocáveis!

3.1. Durante a pandemia tivemos também as entocadas...

4. Está cada vez mais difícil distinguir nas redes sociais o que é "recado" do que é posicionamento...

5.São tantas as críticas à ação do governo federal que já estou achando que o Ministério da Reconstrução foi um tiro no pé.

5.1 Está mais para Ministério da Desconstrução de um potencial candidato ao governo do estado.

6. Pra mostrar que não se intimida com as pressões, o Xandão ainda manda prender os maios desavisados.

7. Pensando bem, acho que vou deletar esta postagem. Vai que o homem...

8. Bau de Bobagens: Se existe o Procurador-Geral deve existir também o Descobridor-Geral, ou não?!

8.1.E por que não o Escondedor-Geral?

9. Reflexão bíblica: o pescador era o apóstolo Pedro, mas traíra era o Judas...

10. Quando ouço "as últimas notícias" sempre penso que o mundo vai acabar em seguida...

11. Ditado reciclado 2:  Mais melequento que pão de alho industrializado.

12. Tô torcendo para que chegue logo o tempo de trocar o vinho pela cerveja.

13. Merchan da casa: amanhã em coletiva.net., a coluna semanal deste reflexivo: Frases, Frases 2

 

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Frases, frases

*Publicado nesta data em coletiva.net

A citação de uma frase histórica ou mesmo pouco conhecida, mas de efeito, é uma bengala usual para os discurseiros e vale também para  candidatos a cargos eletivos na campanha que está começando.  Encerrar a verborragia com aquela citação de autor renomado, então, é certeza de palmas ao final e, quem sabe, de  alguns votinhos a mais. Não me incluo nesses casos, ao contrário, não sou candidato a nada e a perspectiva de ser escalado para qualquer tipo de pronunciamento, nas ocasiões em que desempenhei funções públicas, acabavam com minha estabilidade emocional. O que não significa que não tenha uma coleção de frases preferidas, que eventualmente uso ou indico. Como estas:

-  “Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”. (Nelson Rodrigues).

"O drama da Internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade", (Umberto Eco)

- “Nunca discuta com um estúpido, isso fará com que você desça ao nível dele; ele o derrotará pela experiência” (Mark Twain)

- “Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana, mas em relação ao universo ainda não tenho certeza absoluta”. (Albert Einstein)

- “O otimista é um tolo, o pessimista um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso”. (Ariano Suassuna.)

- “Quem me pede para contar toda a verdade já está me exigindo uma mentira". ( Millor Fernandes)

- “A história é escrita pelos vencedores”. (George Orwell)

- “Você não consegue fazer uma revolução com luvas de seda”. (Joseph Stalin)

- "No futuro, todas as pessoas serão famosas por pelo menos 15 minutos”. (Andy Warhol)

- “Só sei que de nada sei”. (Sócrates)

- “O que não me mata me torna mais forte”. (Nietzsche)

- “A imaginação é mais importante que o conhecimento”. (Albert Einstein)

- “Viva como se fosse morrer amanhã. Aprenda como se fosse viver para sempre”.

(Mahatma Gandhi)

- “Navegar é preciso, viver não é preciso”. (Atribuída a Fernando Pessoa, mas originalmente do general romano Pompeu).

- “Jornal é prestígio. Televisão é popularidade. Rádio é prazer. O rádio fala. Mas também ouve": (Mauro Betting)

- “Aceito críticas, mas prefiro elogios” (Flávio Dutra)

REFLEXÕES AGOSTINAS E DOMINICAIS

1.Bah, acho que sou o único brasileiro que não tem nenhuma história com o Silvio Santos.

2.Para evitar exageros, cinismos e maledicências aviso que vou deixar meu obituário pronto.

2.1.Aviso ainda que vai demorar para ser publicado. Não adianta agourar.

3. Hoje é o verdadeiro Dia do Trabalhador: 18 de agosto, Dia do Estagiário!

4. Toda a unanimidade é burra. Todos concordam com a citação. Então, a citação é burra...

5. Renato já não é mais uma unanimidade entre os gremistas. E que trate de ganhar do Fluminense.

6. Impressão minha ou é vero que um site de acompanhantes está patrocinando o Campeonato Brasileiro?

6.1.Desse jeito a competição vai virar mesmo uma p...

7.Verdade verdadeira: futebol é resultado. O resto é “se” ou tese de debate esportivo.

8. Da série Máximas Invertidas: “Cada governo tem o povo que merece!”

9. Constatação:.desliga-liga ainda é a melhor maneira de fazer funcionar um moderno equipamento eletrônico...

10. Os partidos que mais crescem nas redes sociais e no cotidiano: PSN (Partido dos Sem Noção), PRS (Partido dos Raivosos à Solta) e PAP (Partido dos Ansiosos de Plantão)...

11. Na politica, alguns partidos me lembram aquele programa "Pequenas Empresas, Grandes Negócios"...

12.Da série Bobagens do FB: A "mais alta patente" seria a do banheiro do último andar?

13. Quando assisto a  números de contorcionismo fico imaginando o que devem fazer em outras circunstâncias...

14.A Globo “vende” tão bem suas reprises nas chamadas que até parecem programas inéditos.

15..Só falta fazerem um programa só com as chamadas.

16. Quem gosta de geada é fotógrafo e cinegrafista para captar boas imagens.

17. Mercham da casa: amanhã em coletiva.net, a apreciada coluna semanal. Título: Frases, frases,

17.1. Reina grande expectativa.

 

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Ódio Olímpico e superação

*Publicação nesta data em coletiva.net

Fim do grande evento esportivo e chego à conclusão que nem tudo é  espírito olímpico nos Jogos Olímpicos. Claro que tem muito do legado do Barão de Coubertin - ” o importante é competir” - ,  vibração e amabilidades com seus iguais em alguns esportes como no skate e  entre as ginastas, mas juro que ouvi pelo menos duas vezes menção ao “ódio” por competidores brasileiros.  Nos dois casos entendi que o sentimento era resultado de frustrações em disputas anteriores, como Virna, do vôlei, que estava engasgada com a derrota para as polonesas na Liga das Nações, e como a judoca Rafaela Silva, que havia sido eliminada por uma japonesa na luta pelo bronze.

O ódio é uma poderosa energia, que rompe barreiras e impulsiona em direção ao objetivo a ser atingido, afirmam os especialistas. Tanto para o vôlei como para o judô brasileiros a odiosidade funcionou na recuperação da autoestima abalada: o odiento time de Virna venceu a Polônia por 3 x 0, enquanto a Rafaela e suas companheiras, com muita gana,  conquistaram a medalha de bronze por equipe.

Acredito mais nos sentimentos expressos por Virna e Rafaela do que nos agrados a atletas adversários. Até porque o objetivo maior de todos os atletas é subir no podium e isso é mais provável de ser atingido com o combustível que vem do ódio e não com confraternizações entre concorrentes. Além da medalha, há muitos interesses em jogo para os olímpicos, como premiações por ouro, prata e bronze,  contratos de patrocínio,  convites para comerciais, mais apoio na preparação,  ascensão social, mas acima de tudo o desafio da superação.

Ainda me emociono quando um brasileiro sobe ao pódio e exibe orgulhoso sua medalha.  São tão poucas em comparação com as grandes potências olímpicas e tão marcadas pela superação as parcas conquistas dos nossos atletas que os elegi como meus heróis, aqueles por quem vale a pena  torcer e se emocionar. Por isso, rejeito com todas as minhas forças a cobrança como fracasso, quando uma expectativa de medalha não se confirma, como no caso do Hugo Calderano no tênis de mesa ou do nadador Guilherme Costa, o Cachorrão, ou o “apenas” bronze ao invés do ouro no caso do Gabriel Medina, no surfe. Foi assim também com a nossa Daiane dos Santos, que amargou um quinto lugar em Atenas, quando o ouro era tido como certo por todos os brasileiros.

Não posso deixar de ser solidário e me comover com o jovem que chora por ter decepcionado uma nação que esperava dele,  naquele rápido século de duração  das provas, a redenção para suas frustrações cotidianas. Ingrata nação, injusta nação.  Os deuses olímpicos não estão nem aí para as nossas expectativas e preferem ajudar quem se ajuda, quem investe com seriedade em políticas públicas para fomentar o esporte e  que busca através das práticas, de alto rendimento ou apenas recreativas, uma nação mais saudável e não uma forma de propaganda para proveito político.

domingo, 11 de agosto de 2024

REFLEXÕES OLIMPICAS E ALGO MAIS

1.Foi-se o tempo em que a Olimpíada era sinônimo de jogos de amadores.

2.Temos que prestar mais atenção à Austrália: 4º lugar, 18 ouros, quase o mesmo número de medalhas totais do Brasil.

2.1.Proporcionalmente à população, ficou na frente em número de medalhas em relação aos EUA, China e Japão, os três primeiros.

3.O mais bonito da  Olimpíada são os collants das ginastas.

4.O mais sexy são os biquinis do vôlei de praia.

4.1.Mas o ouro ficou com as brasileiras ...que jogaram de calções.

5.Os calipígios mais atraentes: das moças do vôlei de quadra.

6.As mais caldáveis em  todos os esportes: as holandesas.

7.Um personagem cada vez mais presente nos Jogos Olímpicos: mãe e pai de atleta.

8. O mais agradecido: Deus.

9. Uma questão cada vez ,maias presente nos Jogos Olímpicos: o esporte de alto rendimento é toxico.

10.Um personagem que veio para ficar nas transmissões televisivas: âncora de programas metidos a engraçadinhos.

11.Já os convidados da Globo,, todos ex-atletas, deram uma  qualificada na cobertura pela seriedade e conhecimentos.

12.Agora deu. Deixam a Marta se aposentar.

13.Não vi, nem ouvi nas grandes redes qualquer referência as críticas pesadas dos atletas quanto as condições de Vila Olímpica e a alimentação oferecida.

14. E que temeridade e porcaria as provas no rio Sena!

15.Aliás, a cerimônia de despedida da Olimpíada devia ser também no Sena, mas fazendo o trajeto contrário ao da abertura.

16.Uma frustração: não ter prova de Cancha Reta no Hipismo. Seria medalha certa para atletas gaudérios.

17.Se houvesse disputa de jogo de taco eu iria para o podium.

18. Fogo olímpico sempre me lembra as ressacas da juventude...

19.Já  sei o que não vou ganhar de presente no Dia dos Pais: uma caixa de ferramentas...

20.Pelo menos já passei da fase de ganhar chinelos e pijamas.

21. Ouvido da moçoila no corredor do mercado: “Vaidoso, vaidoso”. Ouvido no corredor do mercado, com audição mais apurada: “Vai, idoso, vai, idoso!”

22. Depois de certa idade a vida perde o açúcar, o sal, o álcool, o fumo, o sabor, a graça, aquilo...

23.Da postagem alheia : A vida é feita de desafios. Um deles é sair da cama neste frio...

24. Que estreia do Braithwaite no Imortal! Três gols lá e cá não é pra qualquer um.

25. O  Banguzinho se saiu melhor do que os cascudos tricolores nos últimos confrontos: dois jogos, duas vitórias, cinco gols a favor e dois contra.

26.Já o Vasco e o Bragantino ajudaram o Inter na rodada: seguraram Fluminense e Corinthians no Z4, que os vermelhos estão rondando.

27. Mais Olimpíada amanhã na coluna semanal de coletiva.net: “Ódio olímpico e superação”. Não perda.

 

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Observações olímpicas

*Publicado nesta data em coletiva.net

- Nas Olimpíadas tem mais derrotados do que vitoriosos, mas chegar lá já é considerada uma vitória.

- Participar da elite de  10.500  atletas do mundo todo não é pouca coisa.

- As medalhas tem seu simbolismo, mas também  muito valor monetário: a de ouro vale 350 mil para o atleta brasileiro, prata 220 mil e bronze 140 mil.

- Premiamos melhor do que os EUA que oferecem 37.500 dólares, cerca de 205 mil reais por uma conquista de ouro.

-´Recorde mesmo é da Sérvia: 214.9 mil dólares, cerca de 1,175 milhões de reais pelo ouro.

- A régua de premiação de países ricos, como o Brasil e a Sérvia, é outra coisa.

- Com uma grana dessas vale a pena chorar na vitória e mais ainda na derrota.

- Mas acima de tudo cada medalha brasileira tem a marca da superação.

- Interessante: nos esportes coletivos a medalha de prata é resultado de uma derrota, enquanto a de bronze é garantida por uma vitória.

- Chega de discussão: o desfile de abertura da Olimpíada é pra telespectador ver.

- Só que o desfile lembrou aqueles enredos de escola de samba que só o carnavalesco entende.

- A realização da Olimpíada é motivo de orgulho para um país e de dissabores para os habitantes da cidade.

- Cultura Olímpica: Olimpíada ou Jogos Olímpicos é o evento; Olimpiadas é o período de quatro anos consecutivos, de 1º de janeiro  do ano dos Jogos à 31 de dezembro do ano anterior a uma nova edição.

- Uniforme não ganha medalha, mas no Brasil é motivo para cada discussão!

- Os biquinis  das moças do vôlei de praia, uau!

- Já o pessoal de Bermudas está à vontade no calor de Paris.

- De onde saem esses especialistas em esportes que poucos disputam e ninguém assiste?

- Vamos combinar: aquele jogo de peteca, o Badminton, é uma excrecência como esporte.

- Só superado pelo curling na Olimpíada de Inverno.

- Pelo visto, o Galvao Bueno foi a Paris para fazer turismo, degustar vinhos e atrapalhar as transmissões da Globo.

- O Brasil perde terreno nos esportes coletivos e já se destaca mais nos individuais.

- Descobrimos, por exemplo, que o Brasil é uma potência na marcha atlética.

- Anotem: daqui a pouco vai começar a polêmica sobre o desempenho do esporte brasileiro na era Bolsonaro e na era Lula.

- E o que é feito de Carlos Nuzman, ex-todo poderoso do COB? Está preso? Com tornozeleira eletrônica? Foi incógnito para Paris?

 

segunda-feira, 29 de julho de 2024

A palavra do ano

*Publicado em coletiva.net em 22/07/2024 

Se tivéssemos no Brasil o hábito de escolher a palavra do  ano, por certo  haveria uma disputa forte em 2024 entre resiliência e narrativa? Resiliência leva uma pequena vantagem, especialmente aqui no Estado, por conta da tragédia climática, que banalizou o termo em entrevistas, reportagens e segue firme sendo citada nos comerciais em todas as mídias. 

O mais  interessante é que a palavra passou a ser sinônimo de resistência, embora, mesmo parecidas, signifiquem situações um tanto diferentes. Para dar contexto e exemplificar, uma pessoa resistente enfrenta bem as situações adversas, aguenta os desafios e a pressão. Já a pessoa resiliente também supera os problemas, mas sempre aprende algo a mais com as dificuldades enfrentadas e passa por elas com leveza e sabedoria. A resiliência, portanto, é uma resistência turbinada ou, ainda, a resistência em modo de boa.

Estudiosos da matéria identificam três tipos principais de resiliências: a emocional, que tem a ver com a saúde mental;  a acadêmica, que diz respeito às questões do aprendizado e a social, sobre a capacidade de manter relacionamentos positivos. Entretanto, outro dia ouvi um importante ministro da República garantir que as pilastras de uma nova ponte a ser construída no interior do RS seriam "muito mais resilientes". Desse modo tranquilizou os usuários da travessia e acabou criando a "resiliência estrutural". Por essa e por outras é que resiliência segue na frente para a seleção da palavra do ano. 

Narrativa, porém,  deve recuperar terreno logo que as campanhas eleitorais esquentarem. O termo vai aparecer com frequência nos debates em rádio e TV. Será mais citado que "estado democrático de direito" e "fascista".  Diferente da confusão que se faz com resiliência e resistência, narrativa veio a substituir um quase sinônimo, a versão. Além disso, narrativa ganhou uma certa conotação pejorativa.  Rimou e é verdade, pois é usada para desqualificar alguma denúncia ou versão que depõe contra alguém. A defesa do denunciado vai alegar que  a narrativa do denunciante não corresponde à verdade. É só narrativa, portanto, ou um roteiro marcado por interesses questionáveis.

Outro vocábulo que despontou bem, mas perdeu força com a volta à normalidade foi o gratidão, acompanhado na sua versão gráfica por aquele emoji das mãozinhas juntas.  

E assim narrativa e resiliência  seguem firmes na disputa, embora precisem  tomar cuidado com  outra palavra, de apenas três letras, que está conquistando todos os espaços esportivos e aparece com insistência nas mídias externas:  KTO! 

 

Sou um filafóbico

 * Publicado nesta data em coletiva.net

Parece implicância comigo. É só entrar numa fila e ela para de andar ou passa a se mover mais lentamente. Se trocar para a do lado vai acontecer a mesma coisa e aí a fila que abandonei ganha agilidade de corrida de 100 metros rasos.  No supermercado a demora é porque a mocinha da caixa  se atrapalha com o troco e chama o supervisor ou o preço do produto na gôndola não corresponde ao do sistema e aí o supervisor tem que intervir de novo ou, ainda, a senhorinha não consegue encontrar a carteira e o cartão na bolsa, enquanto troca amabilidades com os circunstantes. E a fila para.

 E isso acontece sempre quando está chegando a minha vez. Que sina, logo comigo que tenho sido tão gentil, deixando passar à frente quem tem poucas mercadorias, especialmente se forem moças de fino trato ou veteranos como eu.

No pedágio é a mesma coisa. De longe verifico qual a menor fila, mas é só adentrar nela que o andamento fica devagar, quase parando, enquanto ao lado as fileiras de carros parecem corridas de Fórmula 1.

O mais inacreditável são as filas que se formam para o pagamento de compras nas melhores casas do ramo. Deve haver algum propósito que não alcanço para as dificuldades impostas aos consumidores na hora de transferir dinheiro para o caixa do estabelecimento comercial.

Já dá pra notar que tenho ojeriza às filas, diferente de muitos cidadãos da mesma faixa etária que acordam cedo para desfrutarem de  mais tempo da companhia de seus iguais nas fileiras  e lá, num ritual que se repete diariamente,  socializarem suas vidas e seus problemas de saúde. Se forem senhoras de mais idade no recinto a conversa vai girar também sobre os netos – “umas gracinhas” – e maledicências sobre os genros ou noras que “não fazem as coisas como no nosso tempo”.  Por isso, o pessoal da chamada terceira idade odeia feriado porque não tem filas disponíveis.

Nas filas das sessões de autógrafos – e tenho frequentado muitas ultimamente – procuro chegar cedo para ser um dos primeiros a confraternizar, tirar retrato com o autor e já libero a posição para quem vem em  seguida. Se na minha frente a conversa entre autor e futuro leitor começa a se espichar. não hesito em recomendar “menos conversa e mais autógrafos”. Pode parecer grosseria da minha parte e me defendo afirmando que é uma forma de respeitar quem está na espera

Um avanço na minha terapia anti filas foi a criação do pix associado aos aplicativos bancários. Assim me livrei das esperas para ser atendido nos bancos, que agradecem a minha ausência e, se possível,  a  de todos os outros correntistas que ainda comparecem às  agências onerando as operações destes templos financeiros.

De fato, sou um impaciente e ansioso raiz, Até pesquisei para saber se havia alguma fobia já identificada nesse caso, mas o máximo que encontrei foi a filofobia, medo de se apaixonar. A palavra vem do grego “filos”, que significa amar ou ser amado, nada a ver com filas. A propósito, um dos sinônimos de fila é  “bicha”, que prefiro não usar para não ser acusado de homofobia. E já que não existe ou não foi definida essa fobia, tomo a liberdade de inventar a filafobia.  Não quero créditos pela invenção, apenas distância das fileiras humanas e motorizadas que se formam por qualquer motivo.

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Modernidades e perguntas que não querem calar

*Publicado nesta data em coletiva.net

Da série perguntas que não querem calar: o que é feito do Second Live, jogo criado em 2003 que chegou a bater 1 milhão de visitas por mês? Definida na época como uma “revolução online”, mas com problemas de monetização e segurança para os usuários, entre outros, praticamente sumiu. Pergunta que não quer calar 2: o Metaverso, uma espécie de sucedâneo do Second Life, estaria condenado a repetir esse fracasso? A expectativa é que a plataforma seja uma versão bem melhor, afinal a tecnologia avançou, só que já não se ouve mais falar sobre o Metaverso como a solução capitalista capaz de gerar emprego, renda e novos mercados.

Não sou um especialista em inovação tecnológica, porém, um observador atento do que se publica na mídia e se posta nas redes sociais sobre o assunto.  Agora, por exemplo, observo uma insistente campanha de descrédito sobre o futuro do carro elétrico, sobretudo em nosso país com sua carente infraestrutura.  Os problemas apontados vão do tempo necessário para a recarga do veículo e a consequente autonomia, passando pelo uso da bateria de lítio que dependeria de fontes poluentes para ser recarregada, mais o custo elevado de aquisição e manutenção. Ou seja, atualmente, o carro elétrico é despesa e não investimento.

Fico pensando, entretanto, se as críticas contundentes ao carro elétrico, uma realidade cada vez mais presente na Europa, não escondem interesses outros, como o das petroleiras ameaçadas de perder mercado. Mas é só uma suspeita.  Fica a pergunta que não quer calar 3: o carro elétrico vai pegar e  ser uma solução de mobilidade? 

São apenas três exemplos de modernidades que não deram certo ou são contestadas. Olha que nem enveredei para o maravilhoso mundo novo prometido pela Inteligência Artificial, a desafiar os futurólogos e preocupar os pobres mortais, que fazem também a pergunta que não quer calar: como tudo isso vai impactar nas suas vidas?