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domingo, 20 de junho de 2010

As lições de Invictus


Em boa hora chega às locadora o DVD de Invictus. A Copa na África do Sul coloca em evidência a história narrada com a competência e o talento de Clint Eastwood. Uma rápida sinopse do filme: eleito presidente, Nelson Mandela (Morgan Freeman) tinha consciência que a África do Sul continuava sendo um país racista e economicamente dividido, em decorrência do apartheid. A proximidade da Copa do Mundo de Rúgbi, pela primeira vez realizada no país, fez com que Mandela resolvesse usar o esporte para unir a população. Para tanto chama para uma reunião Francois Pienaar (Matt Damon), capitão da equipe sul-africana, e o incentiva para que a desacreditada seleção nacional seja campeã, o que de fato ocorre.

Invictus é uma ode ao perdão e à reconciliação, mas, sobretudo, à grandeza. A grandeza que se expressa na direção de Eastwood que produziu mais um épico, embora Invictus não seja o seu melhor filme. Grandeza também na interpretação de Morgan Freeman. Só ele poderia interpretar, em todas as suas dimensões, o gigante Mandela. Um Mandela, marcado por 27 anos de cárcere, mas que não hesitou em enfrentar as resistências dos mais próximos para atingir um grande objetivo: unir seu povo por meio do esporte.

Não é a primeira vez que a força do esporte é utilizada como instrumento de coesão social. Mas, diferente da nossa experiência com o "Brasil Prá Frente", ou "Ninguém segura este país", da era Médici, que visava validar uma ditadura, Mandela assumiu claramente o rúgbi como um meio para chegar ao objetivo maior de reconstituir uma nação. A grandeza de uma nação está diretamente vinculada à grandeza de intenções e dos sonhos de seus líderes e essa é a principal lição que fica de Invictus.

Extra filme, algumas constatações. O rúgbi, mistura de futebol e futebol americano, é um jogo muito estranho. É um tal de agarra, agarra chatissimo, sem contar que a bola oval, jogada com as mãos, só pode ser passada para trás. Menos mal que na época retratada pelo filme as detestáveis vuvuzelas ainda não haviam invadido os estádios sul-africanos. Por fim, a reflexão que não quer calar: já pensaram se o Mandela dependesse da seleção do Parreira para unir o povo? Coitada da África do Sul.