*Publicado em Coletiva.net em 25/08/2025
Constatação de quem já esteve no pedaço: a Globo
transformou alguns de seus programas esportivos em autênticos besteiróis, com
muita “criatividade” e pouco conteúdo do que interessa. Acredito que tudo
começou com as ancoragens “engraçadinhas” do Thiago Leifer, que acabou fazendo
escola e contaminando todo o restante. A propósito, tempos atrás acompanhei a
narração, muito sóbria e didática, do Leifer naquele jogão entre Barcelona x
Inter de Milão, o que me leva a conclusão de que ele deve estar arrependido do
processo que deflagou na sua ex-emissora.
Nos outros canais o que se observa é uma profusão de
programas lotados de opiniáticos ex-jogadores, entre os quais o raivoso Neto,
que deve ter quem goste. Até parece que a turma do Esporte atua em faixa
própria, com independência, e pode tratar do que bem entender, como bem
entender. Acho mesmo que as direções de
programação das emissoras partem do princípio de que a cobertura esportiva é algo menor no hard
news. Parece não haver muita preocupação com a qualificação nos conteúdos
porque, no entendimento dos caciques televisivos, estes seriam direcionados
para uma massa pouco exigente, mais preocupada em que sejam atendidas suas
emoções de torcedor, anunciadas pelos Cavalinhos do Fantástico, que agora até
ganharam outros espaços na programação.
A moda aqui nos chamados programas alternativos são
profissionais revelando suas preferências clubística, espaço ocupado há mais
tempo e com eficácia para o que se propõem, pelo Baldasso, o Farid e o Alex
Bagé e, antes, pelos precursores Sant’Anna e Kenny Braga. Não vou tomar partido na briga que aparece às
vezes, velada ou não, entre os profissionais das mídias tradicionais e os
influencers esportivos. Acredito que está se consolidando uma nova forma de se
comunicar com os aficionados do futebol, carregada de paixões sem limites e de
identidade clubística às claras. Vai se sobressair e se manter quem tratar bem
seu produto, independente do ativismo.
Em nível nacional, confesso que me divirto muito com as
participações, via internet, do Vampeta e suas histórias de bastidores por onde
passou. É isso: quem tiver boas histórias
pra contar vai ganhar público e levar vantagem sobre quem só apresentar mais do
mesmo.
Gostaria também de dar meu pitaco sobre outro “fenômeno”
que observo entre alguns âncoras da Rede Globo e que chamarei de
cesartralização do noticiário. Mas fica para outra oportunidade.
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