*Publicado em 07/11/2021
Tínhamos mais
em comum, o Porcello e eu, do que o nome Flávio Antônio, a vocação
jornalística, a torcida pelo Grêmio e a preferência pela cerveja bem gelada.
Nossas afinidades datam dos anos 70 do século passado, quando fomos
contemporâneos na Fabico, eu um ou dois anos mais adiantado, mas nos formamos
juntos em 1977; frequentamos os setores
da dupla Grenal, ele pela Folha da Manhã eu pela Folha da Tarde, participamos
das diretorias renovadoras da Associação dos Cronistas Esportivos, depois nos
reencontramos na TVE em duas
oportunidades e passamos a conviver na Confraria 1523 e lá se vão mais de 20
anos de confraternizações e mais de 45 de relação com o querido amigo que
perdemos para essa maldita Covid,
contra a qual lutou bravamente.
O Flávio Antônio
Porcello era múltiplo como profissional, um baita repórter, bom de texto e de
improviso; um âncora seguro, o diretor de tv criativo, pesquisador e professor
reconhecido por seus iguais e festejado por
seus pupilos, e sempre em busca de novos horizontes na academia, mas
para nós, seus confrades de pelo menos uma vez por mês no Bar do Beto, o
que vai ficar é o parceiro animado e
participativo nos bons momentos e o amigo solidário a quem precisava de apoio.
Era o nosso Polenta, o pai amoroso da Paulinha, que herdou a vocação
jornalística dele. “Quando nos
encontramos, os problemas ficam do lado de fora”, escreveu ele no livro sobre a
nossa Confraria, cujo complemento do título foi de autoria dele – “uma história
de parceria e bom humor”, que é uma boa síntese do que o Flávio Antônio
Porcello representava. Vai ser difícil reunir novamente a 1523, talvez isso não
ocorra tão cedo e quando ocorrer naquela mesa estará faltando ele, com o
perdão, festivo Polenta, se fui dramático e meloso demais. Prometo em nome dos
outros confrades e confreiras fazermos uma bela celebração e lá pelas tantas
erguer um brinde à vida e a quem soube desfrutá-la plenamente como o nosso Flávio Antonio Porcello. Um
abraço fraterno à Paulinha, à mãe dona Maria, à irmã Susana, tão guerreiras
nesta agonia, e a todos os familiares e
inúmeros amigos do Porcello, entre os quais me incluo, orgulhoso e já saudoso
nestes tristes dias. Perdemos um dos bons. Quando a gente perde um parceiro
desse quilate uma parte de nós também se vai.
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