Sou um consumidor tipicamente comum:
pesquiso preços, gosto de ofertas e não tolero filas. Assim, me sinto autorizado
a dar alguns recados a partir das situações vividas nas chamadas relações de
consumo.
Dia desses entrei na filial Panvel do
edifício Santa Cruz na rua da Praia e, além de precisar tirar ficha e esperar
ser chamado, apenas uma pessoa fazia o atendimento atrás dos balcões, enquanto outras quatro tratavam
de arrumar as prateleiras, com especial atenção à ala dos cosméticos. Claro que preferi comprar meu ´produto na São
João no outro lado da rua, que não tem fichas e conta com gente suficiente para
atender de imediato todos os que entram no estabelecimento. A propósito,
naquela quadra (entre a General Câmara e a Uruguai) existem pelo
menos seis farmácias, algumas da mesma
bandeira. Por isso, aí vai minha
primeira recomendação aos empresários do ramo: a oferta de farmácias é tanta que fichas para atendimento
e desatenção com os clientes é o caminho
mais curto para afugentá-los.
Outra situação que me incomoda é o hábito
de empurrar remédios a mais do que o
solicitado. Na São João ocorre com frequência, assim como aqueles descontões
para levar mais de uma caixa do mesmo produto. Esses procedimentos ligam o meu
desconfiometro sobre a integridade do estabelecimento.
Outra situação comum que incomoda este veterano
consumidor : o oferecimento dos cartões de lojas com anuncio de descontos na
primeira conta. Quando pergunto para o que serve mesmo os cartões, além do
desconto inicial, o pessoal das caixas me olha estupefato como se estivesse
cometendo um crime de lesa-comércio e me falam de prazos alongadíssimos para
pagar as prestações, mesmo que eu insista que preferencialmente pago à
vista. Aliás, as longas filas nos caixas
das lojas é também uma boa maneira de irritar e perder clientes. Não dá
pra entender que até na hora de receber a grana impere a burocracia.
Em se tratando de filas, nada supera o BIG,
com direito a resenhas dos caixas e
empacotadores – nos poucos terminais com empacotadores – sobre desavenças internas, escalas de trabalho ou acontecimentos familiares. Já
ouvi histórias que dariam pelo menos um
curta metragem. Menos mal que a maioria é bem atenciosa, especialmente
o pessoal beirando a terceira idade que,
em boa hora, está recebendo oportunidades
nessas funções.
Já que
o assunto são as relações de
consumo, selecionei dois casos exemplares e que não deixam de ser engraçados,
com toques de dramaticidade, relatados
por dois amigos. O primeiro é da lavra
do Giuliano Thadeu:
"Após comprar um fone de última geração pela
Internet, vou à loja fazer a retirada presencial.
- Bom dia, vim buscar um fone que comprei - começo com
toda a educação.
- Seu documento, por favor - responde uma moça sem muitos
sorrisos
Ela vai no computador. Digita, digita e
balança negativamente a cabeça. Grita para o rapazinho do depósito. Entra e sai
de uma porta.
- Senhor, infelizmente seu pedido não está
aqui.
- COMO NÃO?! Eu recebi uma mensagem, aqui ó! -
mostro o celular indignado.
- Não há o que a gente possa fazer senhor,
lamento.
Já vermelho e possuído de toda a fúria da
justiça do consumidor, exclamo:
- Pois saiba a senhorita que vou garantir QUE
NINGUÉM NUNCA MAIS COMPRE NO PONTO FRIO. NUNCA MAIS.
- Senhor! Aqui é a Magazine Luiza. O Ponto
Frio fica aqui ao lado.
- Pois que sirva de lição! - encerro sem
perder a pose.
Moral: não adianta o fone ser de última geração
se a gente não é."
O outro relato é do Pedro Macedo, intitulado DÁ
PRA ACREDITAR???, assim, em caixa alta:
"paguei hoje (17/07) minha conta do celular da
vivo na lotérica do shopping barra sul...na loja recebi o boleto impreso,
gentilmente fornecido boleto, sem o qual eu me nego a pagar...daí o
atraso...obtive o boleto (e a promessa de queme será remetido por email
mensalmente), fui à lotérica, paguei em dinheiro...na vivo, uma moça simpática
e atenciosa me garantiu que o desbloqueio seria feito em vinte minutos após o
pagamento...agora, já são mais de 4 (QUATRO) horas
que paguei e meu telefone continua bloqueado,,,aceitei na boa, afinal atrasei e
nao mereço tanta consideração assim...então, liguei para a telefonista do
shopping barra sul e tive esta fantástica informação: A LOJA VIVO DO BARRA NÃO
TEM TELEFONE FIXO, NEM RAMAL...portanto, terei que voltar lá pra eles
desbloquearem o celular...perdi a vontade de ficar irritado...agora, to rindo
pra cacete porque UMA EMPRESA OPERADORA DE TELEFONE NÃO TEM TELEFONE PRA
ATENDER OS CLIENTES!!!!!!! O Brasil, de fato,, é uma piada... se alguém tiver
alguma sugestão (não vale suicídio nem portabilidade porque nisso já pensei),
to aceitando..."
Diria
que são dois casos antológicos e só resta concluir com o apêndice da frase do amigo colunista: em matéria de relações de consumo, não há o que não
haja.
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