O competente repórter Matheus Schuch, atualmente exilado em Brasília, postou outro dia uma análise sobre a obsessão das mulheres na sua relação com os potinhos, aqueles recipientes de plástico que servem para acondicionar desde sobras de comida a quitutes que alguém preparou com carinho para nos agradar. Os tais potinhos envolvem rituais de extremo rigor , sendo o mais importante o ato de devolvê-lo à proprietária. “Vocês podem esquecer de devolver qualquer coisa, mas a displicência com um potinho vai trazer consequência graves”, adverte o Matheus. Pelo jeito, o jovem repórter deve ter enfrentado algumas broncas por causa de potinhos esquecidos ou extraviados.
Choveram comentários na postagem do repórter, a maioria de moças e senhoras, que confirmaram a constatação dele e reforçaram a importância crucial da devolução, acrescentando que é de bom tom não devolver a embalagem vazia, retribuindo com alguma guloseima. Ah, essas interesseiras, sempre exigindo reciprocidade.
Sei bem da utilidade dos potinhos nas lides domésticas, aqui em casa não é diferente. Mas o que me encanta mesmo é - e atentamente observou o Matheus no caso dos potinhos - a dedicação do naipe feminino à determinados processos ou a certas formas de agir que podem levar a nós, os ansiosos masculinos, à loucura. O melhor exemplo é o manuseio da bolsa, aquele frenético ato em busca do molho de chaves, da carteira e, na pior das hipóteses, do celular que fica berrando para ser atendido. O mexe, remexe parece durar uma eternidade até o encontro do que procuram. A situação adquire contornos de dramaticidade quando a busca da carteira ocorre junto ao terminal eletrônico dos bancos, enquanto a fila de marmanjos resmungões vai crescendo atrás. E nada de surgir o cartão de crédito.
Porém, não quero passar a ideia de execração às mulheres pela devoção aos potinhos ou pelas atrapalhações com as bolsas. Não mesmo, ainda mais agora que se aproxima o Dia Internacional da Mulher. Na real, até mesmo as duas situações tem lá seu charme e é na simplicidade dessas ações cotidianas que se sobressai o valor feminino. Ou, como já escrevi num momento de arroubo, reafirmo que hoje e sempre gostaria que fosse realçado o lado divino, a porção celestial das mulheres, aquilo que elas tem de sublime e que nos leva a amá-las com toda a nossa energia e cometer loucuras de apaixonado em nome desse sentimento que, com certeza, merece as bênçãos da divindade. Mesmo que as vezes sejamos atazanados por causa de um potinho e de qualquer coisa perdida numa bolsa.
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