Chego aos
6.7 meio lanhado, aqui e
ali, mas inteiro nas funções vitais. Entretanto, estou a dever para o meu dia a
dia algumas coisas que nunca aprendi a exercitar e que dificilmente vou
incorporar à gama de meus conhecimentos. Esse passivo compreende um rol de
coisas simples, prosaicas até, que fazem parte da existência de cada um de nós.
É verdade que consegui sobreviver sem elas, se bem que um tanto envergonhado
pelo despreparo.
Um exemplo clássico é fazer nó de
gravata. Já tentei mil vezes, mas o resultado final fica tão diferente dos
arranjos conhecidos que até pensei em patentear o Nó Flávio Dutra, assim mesmo,
em caixa alta, como se fosse
nome próprio. Continuo,
porém, sendo um Sem Nó, que só adquire gravata com nó pronto. Igualmente não consigo dar nó
duplo nos cadarços de sapatos e tênis e sou obrigado e cortar os cordões mais
longos. A inabilidade manual se estende até a caligrafia, que é incompreensível
às vezes até pra mim e que me deu uma trabalheira danada quando tive que
autografar o Crônicas da Mesa ao Lado, pois fui obrigado a traduzir, caso a
caso, as mensagens que escrevia.
Usar o potencial dos celulares,
suas funções e aplicativos, então, nem pensar. Morro de inveja daqueles nerds
que sabem tudo e todas as operações dos eletrônicos, enquanto eu me limito as
funções de telefone, mensagens, internet e tirar retrato. Outro dia assisti a minha mulher
pagando contas por telefone e descobri que isso é possível, além de outras
operações bancárias, mas não me arrisco com
medo de causar enormes complicações ao sistema financeiro nacional e quiçá internacional.
Gostaria também de saber cozinhar para preparar do trivial variado à pratos sofisticados, porém, não passo do ovo
frito e da torrada, embora seja um competente e elogiado churrasqueiro.
Teria outros projetos a cumprir,
alguns deles inconfessáveis, diria escabrosos em alto teor. Mas até mesmo
um vô de 6.7 tem direito a sonhar com metas, digamos, diferenciadas. E se, de
repente, eu aparecer mais sorridente do que de costume, podem crer que não foi
porque aprendi a fazer nó de gravata.
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