*Publicação nesta data em Coletiva.net
Uma das melhores atrações televisivas do momento, no deserto de boas ofertas especialmente nos canais abertos, é o programa Que história é essa, Porchat? que vai ao ar no fim de noite no canal GNT. O talk show já está na quinta temporada, uma boa medida do seu sucesso.
A fórmula é simples, mas
funciona: o Fábio Porchat, do grupo
Porta dos Fundos, entrevista três celebridades que contam histórias que
viveram, casos divertidos, às vezes dramáticos
ou no limite do verossímil. A plateia também participa e normalmente
dois convidados, gente como a gente, fazem
seus relatos, sempre com muita espontaneidade. Aparece cada situação, como a suruba dos cegos na ilha
de Paquetá, no Rio, contada por um participante em programa recente.
A condução do Porchat só
não é perfeita porque ele insiste em interromper as histórias alheias para
lincar com algum fato semelhante por ele vivido. Mas é um pecadilho menor
diante do que o programa oferece. Ninguém resiste a uma história bem contada, ainda
mais se tiver um quê de suspense ou desfecho inesperado.
No final, Porchat reúne
as três celebridades num balcão e, entre um trago e outro, faz um questionário
tipo ping-pong. Uma das perguntas recorrentes é sobre a palavra preferida do
entrevistado. Aí surge de tudo, porque o universo do vocabulário é vasto e a
exigência é que apenas uma palavra seja a eleita.
Na improvável hipótese
que virasse celebridade e fosse convidado para o programa, eu pediria licença
para ampliar o leque de palavras para pelo menos três. Começaria com “alho-poró”, que além de
garantir um sabor marcante à culinária, é dos vegetais o de melhor sonoridade,
pelo menos para o meu paladar auditivo. Pra falar a verdade, gosto mais de
alho-poró como palavra do que como ingrediente. Depois, citaria “peregrino”,
referência ao indivíduo que faz grandes viagens, vai a lugares de devoção,
portanto, um romeiro, outra bela palavra. Estou numa fase em que gosto mais da
palavra do que da ação dos peregrinos. Por último, mas não menos importante,
descobri tenho uma queda por “Calvados”, a palavra e não a bebida destilada produzida
à base de maçã, que nunca experimentei. Calvados tem sonoridade de
sofisticação, ainda mais quando aparece citada em contos e romances ambientados
na França.
Gostaria de acrescentar
também “estabanado”, a forma como, às vezes, me movimento, mas aí seria abuso da
prerrogativa de apresentar mais opções e poderia ser chamado de doidivanas, que
é sinônimo e uma palavra bem desagradável de se pronunciar e ouvir.
Sabem a importância desse
buffet de palavras para você que desperdiça seu tempo lendo este texto? Nenhuma.
Acho que ainda estou sob o efeito do Carnaval. Além disso, meu compromisso com
textos-cabeça é também nenhum.
Nenhum comentário:
Postar um comentário