A semana que está terminando foi a autentica semana para não
esquecer. Num ano trepidante de
acontecimentos, especialmente na área politica, esta semana produziu uma série
de episódios que fizeram jus à sina do período e que terão desdobramentos mais
adiante. Houve até acontecimentos
positivos como o título mundial de surfe conquistado por um ex-favelado de
Guarujá, feito que transforma o Brasil definitivamente como o ex-país do
futebol, agora afirmado como o país do surfe.
Mas foram os fatos produzidos em Brasília que
movimentaram a cena politica, a começar pelo parecer do juiz Fachin, reforçando a posição do presidente da Câmara
no caso do impeachment da presidente Dilma, no mesmo dia em que o procurador Rodrigo Janot pedia o afastamento de Eduardo Cunha por usar indevidamente seu
cargo, o mesmo Cunha que teve casa e
escritórios devassados pela PF na Operação Catilinárias e viu suas posições
sobre o andamento do impeachment reformadas - por goleada - no Pleno do STF, um dia antes da saída,
tantas vezes anunciadas, do ministro Joaquim Levy, substituído por um contendor
interno, o então ministro do Planejamento,
Nelson Barbosa, e, finalizando a semana, o anuncio de que o Supremo
autorizava a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Renan Calheiros por suspeita de envolvimento no
Petrolão e outros malfeitos. Ufa, tudo isso em apenas uma semana.
Mas enganam-se aqueles que pensam que foram estes
acontecimentos, de importância e gravidade incontestáveis, que mexeram com o
brasileiro comum, no popular, a dona
Maria e o seu Zé. Foram dois outros
fatos que bombaram especialmente nesse
canhão de posicionamentos e repercussões
em que se transformaram as redes sociais.
O mais insólito, o bloqueio do serviço de WhatsApp por um juiz de São
Bernardo do Campo mereceu espaço até na mídia tradicional pelo estrago que
provocou nas nossas vidas, whatsappdependentes
que somos.
Uma questão com tal magnitude que afetou 100 milhões
de brasileiros não pode ser decidida por um magistrado sozinho, mesmo que seja
de São Bernardo do Campo – terra adotiva do ex-presidente Lula - mas exige, no minimo, uma acalorada sessão
plenária do Supremo, com aquele desfile teses que se contraditam, acompanhada
de caras, bocas e gestos altivos. Imaginem o ibope da TV Justiça!
Entretanto, o Oscar dos eventos da fatídica semana
vai para as estrepolias causadas pela traição de uma tal Fabíola, que deveria
estar fazendo as unhas na manicure,mas foi apanhada em flagrante pelo marido à entrada de um motel no carro de um concunhado. O barraco aconteceu numa cidade
mineira e foi filmado e narrado por um amigo do corneado. Seria cômica, não fosse trágica a mágoa do maridão
que repetia, entre um safanão e outro na infiel: “Pô, nós íamos passar o Natal
juntos!” Baita decepção com o
concunhado, o Ricardão que atende pelo nome
de Léo, um gordinho que deve ter lá suas vantagens em relação ao marido, um
rapagão sarado. O vídeo teve milhares de
acessos nas redes e logo foi completado com outro , mostrando a moça em plena
atividade, presumivelmente num motel em ato anterior ao flagra. Dei uma rápida olhada e cheguei a conclusão
de que a Fabíola sabe agradar um parceiro.
Na verdade, a conclusão que se impõe diante desse
elenco de fatos e situações é que a maioria dos brasileiros parece ter atingido
um nível de esgotamento frente ao noticiário do dia a dia, carregado de
denuncias de corrupção, desmandos administrativos, conflitos entre lideranças, com a recessão econômica mexendo no bolso, um processo que pode ser resumido na palavra CRISE, em caixa
alta. A população começa perigosamente a se anestesiar, uma vez que a sucessão
de episódios negativos e repetitivos tende à banalização. Assim, protesta mais pela falta do WhatsApp do que contra a corrupção e prefere mais o flagra documentado na Fabíola do que as sisudas sessões do Supremo. Que tempos vivemos.
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