domingo, 20 de dezembro de 2015

Que semana, que tempos!

A semana que está terminando  foi a autentica semana para não esquecer.  Num ano trepidante de acontecimentos, especialmente na área politica, esta semana produziu uma série de episódios que fizeram jus à sina do período e que terão desdobramentos mais adiante.  Houve até acontecimentos positivos como o título mundial de surfe conquistado por um ex-favelado de Guarujá, feito que transforma o Brasil definitivamente como o ex-país do futebol, agora afirmado como o país do surfe.

Mas foram os fatos produzidos em Brasília que movimentaram a cena politica, a começar pelo parecer do juiz Fachin,  reforçando a posição do presidente da Câmara no caso do impeachment da presidente Dilma, no mesmo dia em que o procurador  Rodrigo Janot  pedia o afastamento  de Eduardo Cunha por usar indevidamente seu cargo, o mesmo  Cunha que teve casa e escritórios devassados pela PF na Operação Catilinárias e viu suas posições sobre o andamento do impeachment reformadas - por goleada -  no Pleno do STF, um dia antes da saída, tantas vezes anunciadas, do ministro  Joaquim Levy, substituído por um contendor interno, o então ministro do Planejamento,  Nelson Barbosa, e, finalizando a semana, o anuncio de que o Supremo autorizava a quebra dos sigilos bancário e fiscal de  Renan Calheiros por suspeita de envolvimento no Petrolão e outros malfeitos. Ufa, tudo isso em apenas uma semana.

Mas enganam-se aqueles que pensam que foram estes acontecimentos, de importância e gravidade incontestáveis, que mexeram com o brasileiro comum, no popular,  a dona Maria e o seu Zé.  Foram dois outros fatos  que bombaram especialmente nesse canhão  de posicionamentos e repercussões em que se transformaram as redes sociais.  O mais insólito, o bloqueio do serviço de WhatsApp por um juiz de São Bernardo do Campo mereceu espaço até na mídia tradicional pelo estrago que provocou nas nossas vidas,  whatsappdependentes que somos.

Uma questão com tal magnitude que afetou 100 milhões de brasileiros não pode ser decidida por um magistrado sozinho, mesmo que seja de São Bernardo do Campo – terra adotiva do ex-presidente Lula -  mas exige, no minimo, uma acalorada sessão plenária do Supremo, com aquele desfile teses que se contraditam, acompanhada de caras, bocas e gestos altivos. Imaginem o ibope da TV Justiça!

Entretanto, o Oscar dos eventos da fatídica semana vai para as estrepolias causadas pela traição de uma tal Fabíola, que deveria estar fazendo as unhas na manicure,mas foi apanhada em flagrante pelo marido à entrada de um motel no carro de um concunhado. O barraco aconteceu numa cidade mineira e foi filmado e narrado por um amigo do corneado.  Seria cômica, não fosse trágica a mágoa do maridão que repetia, entre um safanão e outro na infiel: “Pô, nós íamos passar o Natal juntos!”  Baita decepção com o concunhado,  o Ricardão que atende pelo nome de Léo, um gordinho que deve ter lá suas vantagens em relação ao marido, um rapagão sarado.  O vídeo teve milhares de acessos nas redes e logo foi completado com outro , mostrando a moça em plena atividade,  presumivelmente num  motel em ato anterior ao flagra.  Dei uma rápida olhada e cheguei a conclusão de que a Fabíola sabe agradar um parceiro.

Na verdade, a conclusão que se impõe diante desse elenco de fatos e situações é que a maioria dos brasileiros parece ter atingido um nível de esgotamento frente ao noticiário do dia a dia, carregado de denuncias de corrupção,  desmandos administrativos,  conflitos entre lideranças, com a recessão  econômica mexendo no bolso, um processo  que pode ser resumido na palavra CRISE, em caixa alta. A população começa perigosamente a se anestesiar, uma vez que a sucessão de episódios negativos e repetitivos tende à banalização.  Assim, protesta mais pela  falta do WhatsApp do que contra a corrupção e prefere  mais o flagra documentado na Fabíola do  que as sisudas sessões do Supremo. Que tempos vivemos.


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