*Publicado nesta data em Coletiva.net
Meu bom amigo Márcio
Pinheiro, jornalista rodado, escritor talentoso, colorado ardoroso e um ativo
parceiro na Confraria do Alemão, é conhecido também por algumas teses contra o senso comum, que
faz questão de tornar públicas. Ele se manifesta sistematicamente, por exemplo.
contra as ciclovias, não porque seja contra o ciclismo, tanto assim que dá suas
pedaladas, mas porque acredita que o
crescimento dos espaços exclusivos para os ciclistas atrapalha mais do que
facilita o trânsito em Porto Alegre.
Polêmico como sempre, o
Marcito, como gosta de ser chamado, listou nas redes sociais as expressões que, se alguém flagrar ele
escrevendo, “pode separar que é briga”.
Eis algumas: cão comunitário para se referir a cão vira-lata; tutor para se referir a dono (de cão); orla
para se referir à beira do rio; lago para se referir ao Guaíba; Centro
Histórico para se referir ao centro de Porto Alegre; “todes” ou “todas e todos” para se referir a “todos”;
“presidenta” para se referir a quem ocupe o cargo de presidente.
Concordo com quase tudo,
exceto a referência ao Centro Histórico, que considero uma expressão mais
charmosa, assim como orla ao invés de beira. Suspeito que o Marcito não goste
de orla para não ter que mudar o nome do estádio do seu amado Inter. Estadio
Orla-Rio ficaria bem estranho.
A verdade é que a
postagem do companheiro provocou muitas interações, a maioria a favor das suas aversões.
Houve, ainda, mais contribuições, acrescentando palavreados da moda e indo ao
encontro da coluna da semana passada aqui na Coletiva.net – “Enriquecendo o
vocabulário além do juridiquês”. Apareceu narrativa, demanda, dinâmica. Em outra postagem, o amigo Júlio Sortica
lembrou as imbatíveis imersiva e disruptiva, só faltou
pertencimento, mas pintou também uma
das antigas, pelo Zurba Fagundes: supimpa.
Uma das minhas
implicâncias é quanto ao desconforto muscular que a rapaziada do Esporte
não cansa de usar para se referir às distensões musculares. E tem ainda o copo cheio e o copo vazio que
os comentaristas usam quando querem dizer que tudo é relativo, sem contar a
abominável uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Nada dá mais satisfação a
quem faz postagens regulares nas redes sociais do que os comentários dos amigos
virtuais. Não interessa se contra ou a
favor. Pior é a indiferença. Agora só me resta agradecer ao Marcito por
garantir assunto para mais uma coluna.
Meu bom amigo Márcio
Pinheiro, jornalista rodado, escritor talentoso, colorado ardoroso e um ativo
parceiro na Confraria do Alemão, é conhecido também por algumas teses contra o senso comum, que
faz questão de tornar públicas. Ele se manifesta sistematicamente, por exemplo.
contra as ciclovias, não porque seja contra o ciclismo, tanto assim que dá suas
pedaladas, mas porque acredita que o
crescimento dos espaços exclusivos para os ciclistas atrapalha mais do que
facilita o trânsito em Porto Alegre.
Polêmico como sempre, o
Marcito, como gosta de ser chamado, listou nas redes sociais as expressões que, se alguém flagrar ele
escrevendo, “pode separar que é briga”.
Eis algumas: cão comunitário para se referir a cão vira-lata; tutor para se referir a dono (de cão); orla
para se referir à beira do rio; lago para se referir ao Guaíba; Centro
Histórico para se referir ao centro de Porto Alegre; “todes” ou “todas e todos” para se referir a “todos”;
“presidenta” para se referir a quem ocupe o cargo de presidente.
Concordo com quase tudo,
exceto a referência ao Centro Histórico, que considero uma expressão mais
charmosa, assim como orla ao invés de beira. Suspeito que o Marcito não goste
de orla para não ter que mudar o nome do estádio do seu amado Inter. Estadio
Orla-Rio ficaria bem estranho.
A verdade é que a
postagem do companheiro provocou muitas interações, a maioria a favor das suas aversões.
Houve, ainda, mais contribuições, acrescentando palavreados da moda e indo ao
encontro da coluna da semana passada aqui na Coletiva.net – “Enriquecendo o
vocabulário além do juridiquês”. Apareceu narrativa, demanda, dinâmica. Em outra postagem, o amigo Júlio Sortica
lembrou as imbatíveis imersiva e disruptiva, só faltou
pertencimento, mas pintou também uma
das antigas, pelo Zurba Fagundes: supimpa.
Uma das minhas
implicâncias é quanto ao desconforto muscular que a rapaziada do Esporte
não cansa de usar para se referir às distensões musculares. E tem ainda o copo cheio e o copo vazio que
os comentaristas usam quando querem dizer que tudo é relativo, sem contar a
abominável uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Nada dá mais satisfação a
quem faz postagens regulares nas redes sociais do que os comentários dos amigos
virtuais. Não interessa se contra ou a
favor. Pior é a indiferença. Agora só me resta agradecer ao Marcito por
garantir assunto para mais uma coluna.