sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Huck, FHC, Macron


Só os muito tolos ou os que sempre acreditam em movimentos conspiratórios, igualmente tolos,  para imaginar que a Rede Globo estava por trás da já descartada candidatura presidencial de Huck.  Nem é preciso muito exercício mental para concluir que a Globo só tinha a perder com a candidatura de sua estrela dos sábados à tarde.  Se a campanha prosperasse, em caso de uma provável derrota de Huck, a Globo também seria derrotada, abalando sua credibilidade cada vez mais contestada. 

Em caso de uma não impossível  vitória, a Globo perderia duplamente:  perderia um campeão de audiência e de faturamento, mais a esfuziante Angélica, que certamente deixaria a TV para acompanhar o maridão ao Planalto.  Haveria, ainda, um terceiro prejuízo para a Globo, que seria encarada como fiadora do governo de um inexperiente Huck, para o bem e para o mal, mas com a pressão permanente e inerente ao mais alto cargo da nação e por quatro anos!  A lição da era Collor foi aprendida.

Na verdade, quem surgiu como avalista do apresentador global, ou melhor, quem deu corda para a candidatura dele nos últimos dia, foi o ex-presidente FHC.  Qual seria o propósito desse apoio velado, uma vez que os tucanos  têm outros postulantes de plumagem mais alta, como o experiente Alckmin? Sou tentado a me aliar à tese que li numa das colunas políticas do centro do País, cuja autoria me escapa.  Seria o seguinte: FHC, enciumado, quer competir com Lula na indicação de um “poste” com viabilidade eleitoral,  para mostrar que ainda tem tanto prestígio como o petista.

FHC sonharia também em construir um Macron tupiniquim,  sem levar em conta que o jovem presidente francês (40 anos) já militava no Partido Socialista desde 2006, foi secretário-geral da presidência da República e ministro da Economia antes de se candidatar ao cargo, além da vasta experiência como banqueiro e da formação, com mestrado, em Politicas Públicas. Ou seja, encarna o novo, mas não é neófito, enquanto Huck se especializava em reformar carros e casas nos quadros mais populares de seu programa televisivo. A única vantagem do brasileiro sobre o francês é que Angélica é bem mais jovem e bonita  do que a primeira-dama francesa,  Brigitte Marie-Claude Macron, 24 anos mais velha que o marido.

Quanto a sua  participação no processo eleitoral, a Globo vai aguardar o resultado do pleito e os acenos amistosos do vencedor...


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