Não precisa relógio, nem calendário. O ano começa a chegar ao fim quando a Feira
do Livro toma conta da Praça da Alfandega.
Mais do que anunciar a primavera e a quadra final do ano – e tomara
que este dramático 2015 vá embora logo
- a Feira é um momento mágico no Centro
Histórico, refugio confortável e abrigo seguro de quem gosta de prosa e verso
em forma de livro. Me incluo nessa.
Comecei a frequentar a Feira na década de 70 do
século passado quando trabalhava nos veículos da então Caldas Junior. As barraquinhas, mais modestas e em menor número,
ficavam a meia quadra da vetusta Caldas e não havia como fugir à tentação de
manusear e adquirir os livros em oferta.
Lembro de numa primeira incursão, acompanhado do Nilson Souza (hoje
editor de Opinião da Zero Hora) quando comprei O Príncipe, de Maquiavel, manual de politica ainda atual,
que permanece ornando minha modesta estante e é consultado eventualmente.
A Feira cresceu,
acrescentou outras atrações, mas mantem inalterado seu charme e o apelo
à leitura, à reflexão, à interação entre leitores e autores. Em razão de cargos
que assumi acabei participando mais diretamente do evento, sem jamais deixar
de ser o consumidor ávido de livros,
que é o perfil do principal protagonista frequentador da praça nestes dias. Em uma das edições recentes
cheguei a comprar mais de 30 livros entre lançamentos e os selecionados nos
balaios dos sebos e ofertas. É bem
verdade que o ritmo das minhas leituras diminuiu sensivelmente por causa das redes sociais, as
quais me dedico mais do que deveria.
Isso, aliás, está ocorrendo em grande escala, especialmente entre as
novas gerações, impactando no mercado livreiro. No meu caso, porém, a compulsão pelos livros da Feira continuou e
tenho agregado às aquisições as edições infantis, quanto mais coloridas melhor,
que brindo às netas Maria Clara e Rafaela, para que desde cedo gostem de ler e, quem
sabe, escrever.
Nesta semana volto a feira em outra condição. No dia
6, próxima sexta-feira, as 17 horas, o
autor de Crônicas da Mesa ao Lado sobe o estrado do pavilhão de autógrafos para
colocar seus garranchos nos exemplares
dos que apareceram. Confesso que estou
preocupado. Sempre fica aquela dúvida angustiante: e se ninguém aparecer? Já fui a sessão de autógrafos na Feira em que
era um dos raros presentes, vendo penalizado o autor desamparado. Acho que pelo menos os parentes vão marcar
presença e felizmente a família não e pequena. Aos amigos e outros potenciais
interessados lanço um apelo: não me deixem só!
Nenhum comentário:
Postar um comentário