Começo a me preparar para o fim do mundo. Não, não fui cooptado por nenhuma dessas
seitas fatalistas que marcam data para o Juízo Final e nada acontece. Ocorre
que os sinais que o mundo despirocou e que os quatro Cavalheiros do Apocalipse
estão chegando são muito fortes,
especialmente no Brasil. Estou convencido que aqui será o cenário do
grand finale, eis que estamos fazendo de tudo para atrair a ira vingadora dos
céus.
De acordo com a visão profética do apóstolo João os
quatro cavaleiros surgirão nos céus antecedendo e como prenúncio do fim de
todas as coisas. Fico matutando se os quatro personagens - a Peste, a Guerra, a
Fome e a Morte - já não estão entre nós de uma forma que não os
percebemos como tal e já associados para confirmar a profecia.
Não perco essa mania de bancar o erudito quando, na
verdade, pretendia mesmo era destacar as falsetas brasileiras que desafiam os
astros e a razão, clamando pelo Apocalipse. Tomem como exemplo o caso do juiz
Flávio Roberto Souza (conspurcando o bom
nome dos flávios!) que desviou mais de
R$ 1 milhão do judiciário, mas as falcatruas só foram descobertas porque o sem
noção resolveu dar um bordejo com o Porshe do Eike Batista, agregado ao seu
patrimônio, junto com um piano digno dos melhores concertos.
E o que dizer do descaramento explícito do ministro
Dias Toffoli que num dia pede para integrar a turma do Supremo que vai julgar o
Petrolão e no dia seguinte vai confabular com a presidente Dilma? E dos dois
exemplos recentes de cinismo explícito, o primeiro dos manifestantes pró
governo que saíram às ruas para defender a Petrobras que o próprio partido que
está no poder deu um jeito de saquear e desvalorizar; e o outro do patrono da corrupção, Paulo
Maluf, indignado com a presença do nome de correligionários seus na lista do procurador
Janot.
A propósito de manifestações chamou a atenção a foto
de uma militante do MST saboreando um assado no restaurante Outback e
manuseando um sofisticado iPod, enquanto no centro de Porto Alegre outros
companheiros faziam fila para devorar um Big Mac, símbolo maior do capitalismo americano, isso
um dia depois de terem invadido as instalações de uma multinacional no interior
do Estado. Refugaram o pão com mortadela.
Com atitudes prosaicas, contraditórias ou nem tanto,
esse pessoal está virando o mundo de cabeça pra baixo. É o fim dos tempos
chegando. Minha única dúvida é sobre o que vem primeiro: o julgamento
do Petrolão ou o Juízo Final. Aposto um Big Mac no Juízo Final.
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