terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Três histórias da mesa ao lado

A primeira reúne uma dileta amiga, caldável premium, que passava férias com outro querido amigo na casa dele em Balneário Pinhal. Com ela na direção a dupla foi dar um passeio em Tramandaí e na volta ocorreram dois fatos que, aparentemente, não teriam relação entre si. Sucede que o nosso amigo é chegado a uma canabis e decidiu enrolar unzinho na viagem de retorno à próspera Pinhal.  Mas aí os dois se deram conta de que não sabiam como acessar a interpraias rumo ao Sul. Tenta daqui, tenta dali, a moça se tranquilizou ao avistar um brigadiano numa calçada.

- O brigadiano deve saber o caminho, vamos parar e perguntar, alertou a inocente.

Realmente foi um alerta porque o carona deu um berro e quase engoliu o cigarro artesanal.

- Não, brigadiano não!

Ainda levou  um tempo até cair a ficha da motorista que foi obrigada a fazer uma manobra brusca  para evitar o agente da lei que poderia dar o flagra desagradável, sabe-se lá com que consequências diante de um veículo infestado com aquele aroma característico.

- Ao invés de ficar zen acabei ligadíssimo, confessou depois o amigo, que completou o cigarro na tranquilidade de sua morada, depois de todo esforço para encontrar a Interpraias.

Bem que merecia.

Por falar em flagra, outra amiga conta que combinou com seu parceiro da ocasião uma esticada ao motel no final da tarde.  Chegando ao estabelecimento,  recebeu no celular a ligação de um colega de trabalho. Mas o casal já tinha iniciado as preliminares, no carro mesmo e como tinham muito amor pra dar e algo mais,  ela decidiu não atender, colocando o aparelho no silencioso.

Finalizada a ardente sessão, ela deu retorno ao inconveniente, na verdade, uma série de ligações não atendidas da mesma pessoa.

- Qual é o problema, Conrado?  Pra que tantas ligações.? Estava numa reunião importante e não podia atender...

- Pois é, eu precisava te informar que estou no mesmo estabelecimento dessa tua reunião, aliás estou saindo justo agora.

Foi quando ela olhou pra trás e recebeu do carro que também esperava na fila do pagamento um abano discreto do colega de trabalho.

Depois do constrangimento, o causo virou folclore entre os colegas. E "reunião no estabelecimento" virou senha para aquilo.

A terceira historia foi contada pelo Saulo Motta, que já frequentou a mesa ao lado em outros causos. Em idos tempos, o  Saulo  trabalhava no Morro Santa Teresa e dependia da linha 95 da Trevo, aqueles ônibus com pintura de um verde e um amarelo aguados.  Eram fáceis de identificar, menos para o nosso amigo que numa manhã nublada esqueceu os óculos em casa e não conseguia distinguir um Trevo de um Tinga.

Mas o Saulo é um sujeito despachado, fácil de se relacionar e ao perceber que tinha a companhia na parada de uma senhorinha, interpelou a idosa:

- Minha senhora, por gentileza, aquele ônibus que está vindo ali é o 95 da Trevo?

- Não sei , meu filho, eu também sou analfabeta, foi a resposta da doce senhora.

Nada como uma velha piada revisitada, ainda mais pelo Saulo Totta.



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