quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Quixote implicante

De vez em quando se apossa de mim a figura  do patrulheiro  que investe,  tal qual um Dom Quixote da linguagem,   contra os moinhos da banalização do nosso idioma.. Não se trata de cobrar a escrita correta ou a concordância verbal e nominal de acordo com a Academia Brasileira de Letras,  até porque cometo meus pecadilhos contra a última flor do Lácio.  Nada disso.

É que depois do “veja bem”,  do “e então”, do “olha só”, do “com certeza”,  sem falar no “a nível di” ,  eis que ganha corpo nas conversas uma expressão que está me deixando furibundo: “o que acontece”.  Preste bem a atenção nas conversas daqui pra frente e pode apostar que pelo menos uma dezena de vezes você vai ouvir “o que acontece”, principalmente quando o interlocutor precisa explicar alguma coisa.
 “O que acontece”, como o “veja bem”,   é a muleta dos pobres de linguagem, da mesma forma que os malditos gerúndios tão a gosto dos telemarketings.  O pior é que quem usa se acha phyno!

Depois de vociferar contra os kkkkkkkkk, os hahahaha, os hehehehe, os rsrsrsrsrs nas redes  agora vou implicar contra  os “o que acontece”.  Se cuidem os usuários da expressão, ainda mais quando manejarem pobremente nossa língua perto da minha quixotesca pessoa.

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